A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Negreiros, Taciana Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPB
Texto Completo: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25824
Resumo: O Complexo de Vira-Lata foi descrito em 1958 pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues como uma característica nacional representada na “inferioridade a qual o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao resto do mundo”. Estudos recentes têm mostrado que esse fenômeno é seletivo: brasileiros brancos favorecem europeus em relação aos brasileiros (i.e., favorecimento exogrupal), mas desvalorizam os africanos (i.e., favorecimento endogrupal). O presente trabalho analisa o papel da cor da pele dos participantes e de fatores identitários propondo a hipótese de um complexo de vira-lata seletivo (CVL) no comportamento dos brasileiros brancos, mas não de negros; e explora a relação entre a identificação nacional com esse fenômeno. No Estudo 1 (N = 410), variamos a cor da pele (Branca vs. Negra) de um alvo de violência policial e a origem cultural deste alvo (Europa vs. Brasil) e demonstramos existir um CVL no comportamento dos participantes brancos, enquanto os participantes negros mostraram favorecimento endogrupal. O Estudo 2 (N = 423) replicou esse paradigma experimental e adicionou uma nova origem cultural do alvo (América Latina) com o objetivo de verificar a seletividade do CVL frente a um alvo de origem latino-americana. Os resultados mostraram diferenças entre a atribuição de indenização à vítima de violência onde o alvo de origem europeia foi mais valorizado que o brasileiro e latino-americano. O Estudo 3 (N = 413) introduziu um novo paradigma ao estudo do CVL onde a situação experimental abordou a contratação de um candidato ao emprego, variando sua cor de pele (Negra vs. Branca) e sua origem cultural (Europa vs. Brasil vs. América Latina), além de analisar o papel da identidade nacional dos participantes juntamente a ascendência cultural. Os resultados deste estudo mostraram a presença de um CVL seletivo no comportamento dos brasileiros que valorizaram os europeus em detrimento dos brasileiros, e valorizam os brasileiros em detrimento dos latinoamericanos. Diferente do que prevíamos, esse padrão se fez presente sobretudo nos participantes negros. A discussão destes estudos sugere que o CVL é consistente com os postulados da teoria da justificação do sistema, mas também pode representar uma estratégia de gestão da identidade nacional por meio da qual os brasileiros buscam distanciar-se de sua origem africana e nativo-americana.
id UFPB-2_ebda5fdcd27c4ca53e7e04d775150413
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpb.br:123456789/25824
network_acronym_str UFPB-2
network_name_str Repositório Institucional da UFPB
repository_id_str
spelling 2023-01-19T18:13:25Z2022-06-132023-01-19T18:13:25Z2022-03-03https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25824O Complexo de Vira-Lata foi descrito em 1958 pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues como uma característica nacional representada na “inferioridade a qual o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao resto do mundo”. Estudos recentes têm mostrado que esse fenômeno é seletivo: brasileiros brancos favorecem europeus em relação aos brasileiros (i.e., favorecimento exogrupal), mas desvalorizam os africanos (i.e., favorecimento endogrupal). O presente trabalho analisa o papel da cor da pele dos participantes e de fatores identitários propondo a hipótese de um complexo de vira-lata seletivo (CVL) no comportamento dos brasileiros brancos, mas não de negros; e explora a relação entre a identificação nacional com esse fenômeno. No Estudo 1 (N = 410), variamos a cor da pele (Branca vs. Negra) de um alvo de violência policial e a origem cultural deste alvo (Europa vs. Brasil) e demonstramos existir um CVL no comportamento dos participantes brancos, enquanto os participantes negros mostraram favorecimento endogrupal. O Estudo 2 (N = 423) replicou esse paradigma experimental e adicionou uma nova origem cultural do alvo (América Latina) com o objetivo de verificar a seletividade do CVL frente a um alvo de origem latino-americana. Os resultados mostraram diferenças entre a atribuição de indenização à vítima de violência onde o alvo de origem europeia foi mais valorizado que o brasileiro e latino-americano. O Estudo 3 (N = 413) introduziu um novo paradigma ao estudo do CVL onde a situação experimental abordou a contratação de um candidato ao emprego, variando sua cor de pele (Negra vs. Branca) e sua origem cultural (Europa vs. Brasil vs. América Latina), além de analisar o papel da identidade nacional dos participantes juntamente a ascendência cultural. Os resultados deste estudo mostraram a presença de um CVL seletivo no comportamento dos brasileiros que valorizaram os europeus em detrimento dos brasileiros, e valorizam os brasileiros em detrimento dos latinoamericanos. Diferente do que prevíamos, esse padrão se fez presente sobretudo nos participantes negros. A discussão destes estudos sugere que o CVL é consistente com os postulados da teoria da justificação do sistema, mas também pode representar uma estratégia de gestão da identidade nacional por meio da qual os brasileiros buscam distanciar-se de sua origem africana e nativo-americana.The "mongrel complex" was described in 1958 by the writer and journalist Nelson Rodrigues as a national characteristic that manifests itself in the "inferiority to which Brazilians voluntarily place themselves in the face of the rest of the world.". Recent studies have shown that this is a selective phenomenon: white Brazilians favor Europeans over Brazilians (i.e., outgroup favoritism), but devalue Africans (i.e., ingroup favoritism). In the present study, we analyze the role of participants' skin color and identity factors and hypothesize that the behavior of white but not black Brazilians is influenced by a selective "mongrel complex" (SMC). We also examine the relationship between national identification and this phenomenon. In Study 1 (N = 410), we varied the skin color (White vs. Black) of a target of police violence and the cultural origin of that target (Europe vs. Brazil) and demonstrated that White participants' behavior was SMC while Black participants were ingroup favorites. Study 2 (N = 423) repeated this experimental paradigm and added a new cultural origin of the target (Latin America) to test SMC's selectivity toward a target of Latin American origin. Results showed differences in attribution of compensation to the victim of violence, with the target of European origin scoring higher than Brazilian and Latin American. Study 3 (N = 413) introduced a new paradigm to the study of SMC. The experimental situation concerned the hiring of an applicant, varying skin color (black vs. white) and cultural origin (Europe vs. Brazil vs. Latin America), in addition to analyzing the role of participants' national identity along with cultural origin. The results of this study showed the presence of a SMC in the behavior of Brazilians who valued Europeans over Brazilians; and Brazilians over Latin Americans. Contrary to what we expected, this pattern was present mainly among black participants. Discussion of these studies suggests that the SMC is consistent with the postulates of system justification theory. However, it is also possible that this is a national identity coping strategy used by Brazilians to distance themselves from their African and Native American origins.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-01-05T13:51:12Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf: 1557254 bytes, checksum: ecb9f58e4e9bc2adb70f74da04fc62de (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2023-01-19T18:13:25Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf: 1557254 bytes, checksum: ecb9f58e4e9bc2adb70f74da04fc62de (MD5)Made available in DSpace on 2023-01-19T18:13:25Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf: 1557254 bytes, checksum: ecb9f58e4e9bc2adb70f74da04fc62de (MD5) Previous issue date: 2022-03-03Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqporUniversidade Federal da ParaíbaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia SocialUFPBBrasilPsicologia SocialAttribution-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAPsicologia socialComplexo de vira-lataIdentidade nacionalJustificação do sistemaRacismoSocial PsychologyMongrel complexNational identitySystem justificationRacismA psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisPereira, Cícero Robertohttp://lattes.cnpq.br/796080386568588585861283508http://lattes.cnpq.br/2824396748553103Negreiros, Taciana Silvareponame:Repositório Institucional da UFPBinstname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)instacron:UFPBTEXTTacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf.txtTacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf.txtExtracted texttext/plain122006https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/4/TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf.txt2bb81d9fe8d22a70129a851351c8cbadMD54LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82390https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/3/license.txte20ac18e101915e6935b82a641b985c0MD53CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8805https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/2/license_rdfc4c98de35c20c53220c07884f4def27cMD52ORIGINALTacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdfTacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdfapplication/pdf1557254https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/1/TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdfecb9f58e4e9bc2adb70f74da04fc62deMD51123456789/258242023-05-22 14:04:09.107QVVUT1JJWkHDh8ODTyBFIExJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBdXRvcml6byBlIGVzdG91IGRlIGFjb3JkbywgbmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBhdXRvLWRlcG9zaXRhZGEsIGNvbmZvcm1lIExlaSBuwrogOTYxMC85OCwgb3Mgc2VndWludGVzIHRlcm1vczoKIApEYSBEaXN0cmlidWnDp8OjbyBuw6NvLWV4Y2x1c2l2YSAKTyBhdXRvciBkZWNsYXJhIHF1ZTogCmEpIE8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0ZSB0ZXJtby4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuIApiKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0ZSB0ZXJtbywgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IGNvbnRlw7pkbyBkbyB0cmFiYWxobyBlbnRyZWd1ZS4gCmMpIFNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIGJhc2VhZG8gZW0gdHJhYmFsaG8gZmluYW5jaWFkbyBvdSBhcG9pYWRvIHBvciBvdXRyYSBpbnN0aXR1acOnw6NvIHF1ZSBuw6NvIGEgVW5pdmVyc2lkYWRlIEZlZGVyYWwgZGEgUGFyYcOtYmEgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCmQpIENvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBvIGRpcmVpdG8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgdHJhZHV6aXIsIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3Mgw6F1ZGlvIG91IHbDrWRlby4KZSkgVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZQQiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhbnNwb3IgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgpmKSBWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKRG9zIEVtYmFyZ29zIGUgUmVzdHJpw6fDtWVzIGRlIEFjZXNzbwpPIGVtYmFyZ28gcG9kZXLDoSBzZXIgbWFudGlkbyBwb3IgYXTDqSAxICh1bSkgYW5vLCBwb2RlbmRvIHNlciBwcm9ycm9nYWRvIHBvciBpZ3VhbCBwZXLDrW9kbywgY29tIGEgbmVjZXNzaWRhZGUgZGUgYW5leGFyIGRvY3VtZW50b3MgY29tcHJvYmF0w7NyaW9zLiBPIHJlc3VtbyBlIG9zIG1ldGFkYWRvcyBkZXNjcml0aXZvcyBzZXLDo28gZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvcyBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRlBCLgpPIGRlcMOzc2l0byBkbyB0cmFiYWxobyDDqSBvYnJpZ2F0w7NyaW8sIGluZGVwZW5kZW50ZSBkbyBlbWJhcmdvLgpRdWFuZG8gZW1iYXJnYWRvLCBvIHRyYWJhbGhvIHBlcm1hbmVjZXLDoSBpbmRpc3BvbsOtdmVsIGVucXVhbnRvIHZpZ29yYXIgYXMgcmVzdHJpw6fDtWVzLiBQYXNzYWRvIG8gcGVyw61vZG8gZG8gZW1iYXJnbywgbyB0cmFiYWxobyBzZXLDoSBhdXRvbWF0aWNhbWVudGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YWRvIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEIuIAo=Repositório InstitucionalPUB
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
title A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
spellingShingle A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
Negreiros, Taciana Silva
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Psicologia social
Complexo de vira-lata
Identidade nacional
Justificação do sistema
Racismo
Social Psychology
Mongrel complex
National identity
System justification
Racism
title_short A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
title_full A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
title_fullStr A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
title_full_unstemmed A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
title_sort A psicologia social do complexo de vira-lata: contribuições para o estudo da identidade nacional
author Negreiros, Taciana Silva
author_facet Negreiros, Taciana Silva
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Pereira, Cícero Roberto
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7960803865685885
dc.contributor.authorID.fl_str_mv 85861283508
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2824396748553103
dc.contributor.author.fl_str_mv Negreiros, Taciana Silva
contributor_str_mv Pereira, Cícero Roberto
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
Psicologia social
Complexo de vira-lata
Identidade nacional
Justificação do sistema
Racismo
Social Psychology
Mongrel complex
National identity
System justification
Racism
dc.subject.por.fl_str_mv Psicologia social
Complexo de vira-lata
Identidade nacional
Justificação do sistema
Racismo
Social Psychology
Mongrel complex
National identity
System justification
Racism
description O Complexo de Vira-Lata foi descrito em 1958 pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues como uma característica nacional representada na “inferioridade a qual o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao resto do mundo”. Estudos recentes têm mostrado que esse fenômeno é seletivo: brasileiros brancos favorecem europeus em relação aos brasileiros (i.e., favorecimento exogrupal), mas desvalorizam os africanos (i.e., favorecimento endogrupal). O presente trabalho analisa o papel da cor da pele dos participantes e de fatores identitários propondo a hipótese de um complexo de vira-lata seletivo (CVL) no comportamento dos brasileiros brancos, mas não de negros; e explora a relação entre a identificação nacional com esse fenômeno. No Estudo 1 (N = 410), variamos a cor da pele (Branca vs. Negra) de um alvo de violência policial e a origem cultural deste alvo (Europa vs. Brasil) e demonstramos existir um CVL no comportamento dos participantes brancos, enquanto os participantes negros mostraram favorecimento endogrupal. O Estudo 2 (N = 423) replicou esse paradigma experimental e adicionou uma nova origem cultural do alvo (América Latina) com o objetivo de verificar a seletividade do CVL frente a um alvo de origem latino-americana. Os resultados mostraram diferenças entre a atribuição de indenização à vítima de violência onde o alvo de origem europeia foi mais valorizado que o brasileiro e latino-americano. O Estudo 3 (N = 413) introduziu um novo paradigma ao estudo do CVL onde a situação experimental abordou a contratação de um candidato ao emprego, variando sua cor de pele (Negra vs. Branca) e sua origem cultural (Europa vs. Brasil vs. América Latina), além de analisar o papel da identidade nacional dos participantes juntamente a ascendência cultural. Os resultados deste estudo mostraram a presença de um CVL seletivo no comportamento dos brasileiros que valorizaram os europeus em detrimento dos brasileiros, e valorizam os brasileiros em detrimento dos latinoamericanos. Diferente do que prevíamos, esse padrão se fez presente sobretudo nos participantes negros. A discussão destes estudos sugere que o CVL é consistente com os postulados da teoria da justificação do sistema, mas também pode representar uma estratégia de gestão da identidade nacional por meio da qual os brasileiros buscam distanciar-se de sua origem africana e nativo-americana.
publishDate 2022
dc.date.available.fl_str_mv 2022-06-13
2023-01-19T18:13:25Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-03-03
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-01-19T18:13:25Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25824
url https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/25824
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPB
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Psicologia Social
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal da Paraíba
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPB
instname:Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron:UFPB
instname_str Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
instacron_str UFPB
institution UFPB
reponame_str Repositório Institucional da UFPB
collection Repositório Institucional da UFPB
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/4/TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/3/license.txt
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/2/license_rdf
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/25824/1/TacianaSilvaNegreiros_Dissert.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 2bb81d9fe8d22a70129a851351c8cbad
e20ac18e101915e6935b82a641b985c0
c4c98de35c20c53220c07884f4def27c
ecb9f58e4e9bc2adb70f74da04fc62de
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1777562276425891840