Entre normalizações e estranhamentos: tensões subjetivas nos processos de tornar-se mãe
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPB |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/26211 |
Resumo: | Na nossa realidade histórica, identificamos que há um modelo ideal de maternidade radicado nos discursos sexistas, que funciona como um dispositivo de poder quando analisamos que, as condições de emergência desse modelo de maternidade e as injunções que dele decorre no processo de subjetivação materna, trata-se menos de uma preocupação com o bem estar das crianças, e mais de um projeto político. Ao mesmo tempo, temos que, essa realidade histórica – que deu condições de emergência para esse dispositivo - vem sofrendo mudanças significativas em seus pressupostos, de modo que, a subjetivação materna não é mais a única forma de realização pessoal para as mulheres, melhor dizendo, não é mais o único caminho para as mulheres tornarem-se pessoas. No entanto, a experiência de maternidade possível, subordina as mulheres a uma performance subjetiva – relações pré-estabelecidas sobre aquilo que deve ser pensado, dito, visto e praticado, centralizando sobre elas posições de sujeito, que intenta endereça-las para uma sobrecarga de trabalho e um progressivo apagamento subjetivo e social. Partindo dessa compreensão, propomos a tese de que, no processo de subjetivação materna, as linhas de subjetividade se movimentam entre o estranhamento e a normalização dos discursos sexistas, que endereçam as mulheres a reposicionamentos que socialmente, fragilizam o modo como fazem a experiência de si e reforçam as desigualdades de gênero. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir de posições de sujeito, ações e efeitos discursivos no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres-mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana, delineando às relações produzidas a partir das práticas normativas e seus efeitos discursivos, observamos que, as linhas de subjetivação que funcionam como guia de ação e fragmentos formadores de subjetividades, movimentam-se entre a normalização de discursos com posições legitimadas pelos discursos sexistas, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade pautados na reprodução dessas raízes históricas que só contribuem para a perpetuação de relações de desigualdade, exploração e opressão, e o estranhamento desses discursos com posições insurgentes, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade que maximiza as possibilidades de se conduzir nas relações consigo mesmo na experiência da maternidade. Vislumbro concluir a partir disso que, as relações de força que as mulheres estabelecem com as linhas de subjetivação do dispositivo materno, quando analisadas perspectivando compreender suas tensões - entre as normalizações e os estranhamentos - com seus respectivos efeitos, considerando a constituição histórica que os fizeram emergir, será possível construir conjugações maternas que não se encerram em conflitos e ambivalências individuais, ou seja, será possível pensar outras formas de relação com as verdades, outros modos de ser e agir que não sejam sempre reiteradas por verdades hegemônicas, que produzem uma estilização maciça de subjetividades. |
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2023-02-07T20:09:46Z2022-12-142023-02-07T20:09:46Z2022-08-30https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/26211Na nossa realidade histórica, identificamos que há um modelo ideal de maternidade radicado nos discursos sexistas, que funciona como um dispositivo de poder quando analisamos que, as condições de emergência desse modelo de maternidade e as injunções que dele decorre no processo de subjetivação materna, trata-se menos de uma preocupação com o bem estar das crianças, e mais de um projeto político. Ao mesmo tempo, temos que, essa realidade histórica – que deu condições de emergência para esse dispositivo - vem sofrendo mudanças significativas em seus pressupostos, de modo que, a subjetivação materna não é mais a única forma de realização pessoal para as mulheres, melhor dizendo, não é mais o único caminho para as mulheres tornarem-se pessoas. No entanto, a experiência de maternidade possível, subordina as mulheres a uma performance subjetiva – relações pré-estabelecidas sobre aquilo que deve ser pensado, dito, visto e praticado, centralizando sobre elas posições de sujeito, que intenta endereça-las para uma sobrecarga de trabalho e um progressivo apagamento subjetivo e social. Partindo dessa compreensão, propomos a tese de que, no processo de subjetivação materna, as linhas de subjetividade se movimentam entre o estranhamento e a normalização dos discursos sexistas, que endereçam as mulheres a reposicionamentos que socialmente, fragilizam o modo como fazem a experiência de si e reforçam as desigualdades de gênero. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir de posições de sujeito, ações e efeitos discursivos no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres-mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana, delineando às relações produzidas a partir das práticas normativas e seus efeitos discursivos, observamos que, as linhas de subjetivação que funcionam como guia de ação e fragmentos formadores de subjetividades, movimentam-se entre a normalização de discursos com posições legitimadas pelos discursos sexistas, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade pautados na reprodução dessas raízes históricas que só contribuem para a perpetuação de relações de desigualdade, exploração e opressão, e o estranhamento desses discursos com posições insurgentes, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade que maximiza as possibilidades de se conduzir nas relações consigo mesmo na experiência da maternidade. Vislumbro concluir a partir disso que, as relações de força que as mulheres estabelecem com as linhas de subjetivação do dispositivo materno, quando analisadas perspectivando compreender suas tensões - entre as normalizações e os estranhamentos - com seus respectivos efeitos, considerando a constituição histórica que os fizeram emergir, será possível construir conjugações maternas que não se encerram em conflitos e ambivalências individuais, ou seja, será possível pensar outras formas de relação com as verdades, outros modos de ser e agir que não sejam sempre reiteradas por verdades hegemônicas, que produzem uma estilização maciça de subjetividades.In our historical reality, we identified that there is an ideal model of motherhood rooted in sexist discourses, which works as a device of power when we analyze that, the conditions of emergence of this model of motherhood and the injunctions that stem from it in the process of maternal subjectivation, it is less a concern for the well-being of children, and more of a political project. At the same time, we have that this historical reality - which gave emergency conditions for this device - has been undergoing significant changes in its assumptions, so that maternal subjectivation is no longer the only form of personal fulfillment for women, in other words, is no longer the only way for women to become people. However, the experience of possible motherhood, subordinates’ women to a subjective performance - pre-established relationships about what should be thought, said, seen and practiced, centralizing subject positions on them, which tries to address them to an overload of work and a progressive subjective and social erasure. Based on this understanding, we propose the thesis that, in the process of maternal subjectivation, the lines of subjectivity move between the estrangement and the normalization of sexist discourses, which address women to repositionings that socially weaken the way they experience themselves. and reinforce gender inequalities. Thus, the present study has the general objective: To analyze the subjective productions in movement in the experience of motherhood, from subject positions, actions and discursive effects in the process of becoming a mother, and how these have reverberated in the treatment of the self. This was an exploratory, cross-sectional study with a qualitative design, which allowed the analysis of subjective productions in motion in the experience of motherhood and the vicissitudes encountered by these mothers in this context. The surveys were carried out in the places proposed by the participants, considering the physiological and emotional condition of women-mothers and their children, mainly due to the limitations imposed by the social isolation experienced during the Covid-19 pandemic. This is a convenience sample (non-probabilistic), composed of 9 primiparous mothers with children between 1 year and 2 years old, married, aged between 24 and 35 years. A sociodemographic questionnaire was used and a semi-structured interview was carried out. The analysis of the data collected in the interviews was carried out from the Discourse Analysis, inspired by the Foucauldian contributions, outlining the relations produced from the normative practices and their discursive effects, we observed that the lines of subjectivation that work as a guide to action and subjectivity-forming fragments, move between the normalization of discourses with positions legitimized by sexist discourses, being able to address frameworks of understanding of reality based on the reproduction of these historical roots that only contribute to the perpetuation of relations of inequality, exploitation and oppression, and the estrangement of these discourses with insurgent positions, being able to address to frameworks of understanding of reality that maximizes the possibilities of conducting oneself in relationships with oneself in the experience of motherhood. I can conclude from this that the power relations that women establish with the lines of subjectivation of the maternal device, when analyzed with a view to understanding their tensions - between normalization and estrangement - with their respective effects, considering the historical constitution that made them emerge, it will be possible to build maternal conjugations that do not end in individual conflicts and ambivalences, that is, it will be possible to think of other forms of relationship with truths, other ways of being and acting that are not always reiterated by hegemonic truths, which produce a stylization mass of subjectivities.RESUMEN. En nuestra realidad histórica, identificamos que existe un modelo ideal de maternidad arraigado en discursos sexistas, que funciona como dispositivo de poder cuando analizamos eso, las condiciones de emergencia de ese modelo de maternidad y los mandatos que de él se derivan. en el proceso de subjetivación materna, es menos una preocupación por el bienestar de los niños y más un proyecto político. Al mismo tiempo, tenemos que esta realidad histórica -que dio condiciones de emergencia a este dispositivo- ha ido sufriendo cambios significativos en sus supuestos, de modo que la subjetivación materna ya no es la única forma de realización personal de las mujeres, es decir, ya no es la única manera de que las mujeres se conviertan en personas. Sin embargo, la experiencia de la maternidad posible, subordina a las mujeres a una actuación subjetiva -relaciones preestablecidas sobre lo que se debe pensar, decir, ver y practicar, centralizando en ellas posiciones de sujeto, que trata de dirigirlas a una sobrecarga de trabajo y una progresiva borrado subjetivo y social. A partir de esta comprensión, proponemos la tesis de que, en el proceso de subjetivación materna, las líneas de subjetividad se mueven entre el extrañamiento y la normalización de los discursos sexistas, que dirigen a las mujeres a reposicionamientos que debilitan socialmente la forma de experimentarse y refuerzan el género. desigualdades Así, el presente estudio tiene como objetivo general: Analizar las producciones subjetivas en movimiento en la experiencia de la maternidad, desde posiciones de sujeto, acciones y efectos discursivos en el proceso de ser madre, y cómo estos han repercutido en el tratamiento del yo . Se trata de un estudio transversal, exploratorio, con diseño cualitativo, que permitió analizar las producciones subjetivas en movimiento en la experiencia de la maternidad y las vicisitudes encontradas por esas madres en ese contexto. Las encuestas se realizaron en los lugares propuestos por las participantes, considerando la condición fisiológica y emocional de las mujeres-madres y sus hijos, principalmente debido a las limitaciones impuestas por el aislamiento social vivido durante la pandemia de la Covid-19. Se trata de una muestra por conveniencia (no probabilística), compuesta por 9 madres primíparas con hijos entre 1 año y 2 años, casadas, con edades entre 24 y 35 años. Se utilizó un cuestionario sociodemográfico y se realizó una entrevista semiestructurada. El análisis de los datos recogidos en las entrevistas se realizó a partir del Análisis del Discurso, inspirado en los aportes foucaultianos, delineando las relaciones que se producen a partir de las prácticas normativas y sus efectos discursivos, observamos que las líneas de subjetivación que funcionan como guía para la acción y fragmentos formadores de subjetividad, transitan entre la normalización de discursos con posiciones legitimadas por discursos sexistas, pudiendo abordar marcos de comprensión de la realidad basados en la reproducción de estas raíces históricas que solo contribuyen a la perpetuación de relaciones de desigualdad, explotación y opresión. , y el extrañamiento de estos discursos con posiciones insurgentes, pudiendo dirigirse a marcos de comprensión de la realidad que maximicen las posibilidades de conducirse en las relaciones con uno mismo en la experiencia de la maternidad. De esto puedo concluir que las relaciones de poder que establecen las mujeres con las líneas de subjetivación del dispositivo materno, cuando son analizadas con miras a comprender sus tensiones -entre normalización y extrañamiento- con sus respectivos efectos, considerando la constitución histórica que las hizo emerger , será posible construir conjugaciones maternas que no terminen en conflictos y ambivalencias individuales, es decir, será posible pensar otras formas de relación con las verdades, otras formas de ser y actuar que no siempre son reiteradas por las verdades hegemónicas , que producen una masa estilizadora de subjetividades.Submitted by Fernando Augusto Alves Vieira (fernandovieira@biblioteca.ufpb.br) on 2023-02-07T10:39:31Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) MariaRenataFlorêncioDeAzevedo_Tese.pdf: 1947815 bytes, checksum: 169dc25661198ed23c3a4430a4e5396a (MD5)Approved for entry into archive by Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD (bdtd@biblioteca.ufpb.br) on 2023-02-07T20:09:46Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 805 bytes, checksum: c4c98de35c20c53220c07884f4def27c (MD5) MariaRenataFlorêncioDeAzevedo_Tese.pdf: 1947815 bytes, checksum: 169dc25661198ed23c3a4430a4e5396a (MD5)Made available in DSpace on 2023-02-07T20:09:46Z (GMT). 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Na nossa realidade histórica, identificamos que há um modelo ideal de maternidade radicado nos discursos sexistas, que funciona como um dispositivo de poder quando analisamos que, as condições de emergência desse modelo de maternidade e as injunções que dele decorre no processo de subjetivação materna, trata-se menos de uma preocupação com o bem estar das crianças, e mais de um projeto político. Ao mesmo tempo, temos que, essa realidade histórica – que deu condições de emergência para esse dispositivo - vem sofrendo mudanças significativas em seus pressupostos, de modo que, a subjetivação materna não é mais a única forma de realização pessoal para as mulheres, melhor dizendo, não é mais o único caminho para as mulheres tornarem-se pessoas. No entanto, a experiência de maternidade possível, subordina as mulheres a uma performance subjetiva – relações pré-estabelecidas sobre aquilo que deve ser pensado, dito, visto e praticado, centralizando sobre elas posições de sujeito, que intenta endereça-las para uma sobrecarga de trabalho e um progressivo apagamento subjetivo e social. Partindo dessa compreensão, propomos a tese de que, no processo de subjetivação materna, as linhas de subjetividade se movimentam entre o estranhamento e a normalização dos discursos sexistas, que endereçam as mulheres a reposicionamentos que socialmente, fragilizam o modo como fazem a experiência de si e reforçam as desigualdades de gênero. Assim, o presente estudo tem como objetivo geral: Analisar as produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade, a partir de posições de sujeito, ações e efeitos discursivos no processo de tornar-se mãe, e como estas tem reverberado no tratamento de si. Tratou-se de um estudo exploratório, de caráter transversal, com design qualitativo, que permitiu a análise das produções subjetivas em movimento na experiência da maternidade e as vicissitudes encontradas por essas mães nesse contexto. As pesquisas foram realizadas nos locais propostos pelas participantes, considerando a condição fisiológica e emocional, das mulher-mães e seus filhos, sobretudo, em decorrência das limitações impostas pelo isolamento social vivenciado durante a pandemia do Covid-19. Trata-se de uma amostra de conveniência (não probabilística), composta por 9 mulheres-mães primíparas com filhos entre 1 ano e 2 anos, casadas, com idade entre 24 e 35 anos. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e realizada uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados coletados nas entrevistas foi realizada a partir da Análise do Discurso inspirando-se nas contribuições foucaultiana, delineando às relações produzidas a partir das práticas normativas e seus efeitos discursivos, observamos que, as linhas de subjetivação que funcionam como guia de ação e fragmentos formadores de subjetividades, movimentam-se entre a normalização de discursos com posições legitimadas pelos discursos sexistas, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade pautados na reprodução dessas raízes históricas que só contribuem para a perpetuação de relações de desigualdade, exploração e opressão, e o estranhamento desses discursos com posições insurgentes, podendo endereçar para quadros de compreensão da realidade que maximiza as possibilidades de se conduzir nas relações consigo mesmo na experiência da maternidade. Vislumbro concluir a partir disso que, as relações de força que as mulheres estabelecem com as linhas de subjetivação do dispositivo materno, quando analisadas perspectivando compreender suas tensões - entre as normalizações e os estranhamentos - com seus respectivos efeitos, considerando a constituição histórica que os fizeram emergir, será possível construir conjugações maternas que não se encerram em conflitos e ambivalências individuais, ou seja, será possível pensar outras formas de relação com as verdades, outros modos de ser e agir que não sejam sempre reiteradas por verdades hegemônicas, que produzem uma estilização maciça de subjetividades. |
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2022 |
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