História em quadrinhos, memória em quadrinhos: a representação do trauma em Maus – a história de um sobrevivente
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25111 |
Resumo: | Esta é uma abordagem da representação da memória centrada no estudo de caso de Maus: a história de um sobrevivente, de Art Spiegelman, história em quadrinhos que constrói uma biografia do pai do autor, um judeu sobrevivente do Holocausto. A obra é um objeto exemplar para refletir a relação dos afetos entre história e memória, especialmente na memória traumática coletiva e individual. Há uma complexa moralidade entre o lembrar e o esquecer, que dialeticamente desempenham distintas funções vitais ao ser humano. O trauma instaura a necessidade do testemunho, que paradoxalmente é acompanhada de sua impossibilidade – a linguagem é insuficiente para representar e comunicar a ruptura infligida pelo trauma, o que demanda uma árdua consciência da própria limitação a fim de seguir na tarefa de reconstrução simbólica, um esforço de tradução sincera na tentativa de alcançar quem lhe dê ouvidos. Esse esforço levou Spiegelman a uma tentativa de distanciar-se de sua própria história para melhor acessá-la, empregando uma peculiar metáfora visual: em seu livro todos os judeus são desenhados como ratos, alemães como gatos e poloneses como porcos. A autoconsciência e a sinceridade são expressas no caráter metalinguístico de Maus, que trata de sua própria produção, narrando os obstáculos emocionais e os labirintos da memória que Spiegelman encontrou enquanto tentava compreender o passado dos pais e sua relação com eles, uma tentativa de também lançar alguma luz sobre seus próprios traumas. O uso de desenhos e de hibridismo de linguagens nas histórias em quadrinhos enriquece essa capacidade autorreferencial e aprofunda as possibilidades de expressão do autor. Isto faz de Maus também uma obra autobiográfica e uma reflexão sobre a relação recíproca entre o passado e o presente. Tal relação deve fluir no sentido da vitalidade da condição humana, sempre ameaçada pela perene desumanização que tem na violência sua raiz e fruto. Dito isto, após apresentar Maus teremos um capítulo sobre história amparado por textos de Hannah Arendt, Zygmunt Bauman, Saul Friedländer e Raul Hilberg; o seguinte, sobre memória e testemunho, toma apoio em Aleida Assmann, Jeanne Marie Gagnebin, Tzvetan Todorov, Primo Levi, Walter Benjamin, Márcio Seligmann-Silva, Marianne Hirsch e Friedrich Nietzsche; por fim, o capítulo sobre a representação em história em quadrinhos tem o suporte teórico de Scott McCloud, Rocco Versaci e Nick Sousanis. O próprio Art Spiegelman é certamente a mais importante fonte neste estudo. |
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CORREIA, Victor Vitório de Barroshttp://lattes.cnpq.br/4748381981705254http://lattes.cnpq.br/1498590343496137NINO, Maria do Carmo de Siqueira2018-07-18T22:14:50Z2018-07-18T22:14:50Z2017-02-22https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25111ark:/64986/0013000015gpsEsta é uma abordagem da representação da memória centrada no estudo de caso de Maus: a história de um sobrevivente, de Art Spiegelman, história em quadrinhos que constrói uma biografia do pai do autor, um judeu sobrevivente do Holocausto. A obra é um objeto exemplar para refletir a relação dos afetos entre história e memória, especialmente na memória traumática coletiva e individual. Há uma complexa moralidade entre o lembrar e o esquecer, que dialeticamente desempenham distintas funções vitais ao ser humano. O trauma instaura a necessidade do testemunho, que paradoxalmente é acompanhada de sua impossibilidade – a linguagem é insuficiente para representar e comunicar a ruptura infligida pelo trauma, o que demanda uma árdua consciência da própria limitação a fim de seguir na tarefa de reconstrução simbólica, um esforço de tradução sincera na tentativa de alcançar quem lhe dê ouvidos. Esse esforço levou Spiegelman a uma tentativa de distanciar-se de sua própria história para melhor acessá-la, empregando uma peculiar metáfora visual: em seu livro todos os judeus são desenhados como ratos, alemães como gatos e poloneses como porcos. A autoconsciência e a sinceridade são expressas no caráter metalinguístico de Maus, que trata de sua própria produção, narrando os obstáculos emocionais e os labirintos da memória que Spiegelman encontrou enquanto tentava compreender o passado dos pais e sua relação com eles, uma tentativa de também lançar alguma luz sobre seus próprios traumas. O uso de desenhos e de hibridismo de linguagens nas histórias em quadrinhos enriquece essa capacidade autorreferencial e aprofunda as possibilidades de expressão do autor. Isto faz de Maus também uma obra autobiográfica e uma reflexão sobre a relação recíproca entre o passado e o presente. Tal relação deve fluir no sentido da vitalidade da condição humana, sempre ameaçada pela perene desumanização que tem na violência sua raiz e fruto. Dito isto, após apresentar Maus teremos um capítulo sobre história amparado por textos de Hannah Arendt, Zygmunt Bauman, Saul Friedländer e Raul Hilberg; o seguinte, sobre memória e testemunho, toma apoio em Aleida Assmann, Jeanne Marie Gagnebin, Tzvetan Todorov, Primo Levi, Walter Benjamin, Márcio Seligmann-Silva, Marianne Hirsch e Friedrich Nietzsche; por fim, o capítulo sobre a representação em história em quadrinhos tem o suporte teórico de Scott McCloud, Rocco Versaci e Nick Sousanis. O próprio Art Spiegelman é certamente a mais importante fonte neste estudo.This approach to memory representation centers on a case study of Maus: a survivor's tale, by Art Spiegelman, a comic book in which he builds a biography of his father, a Jew who survived the Holocaust. The book is an exemplary subject to ponder on the affective relation between history and memory, especially traumatic memory, both individual and collective. There is a complex morality between remembering and forgetting, which dialectically perform distinct vital functions to the human being. Trauma establishes the need for testimony, paradoxically followed by its very impossibility – language does not suffice to represent and communicate the rupture inflicted by trauma, demanding an arduous self-consciousness of one’s own limitation in order to proceed with the chore of symbolic reconstruction, an effort for sincere translation trying to reach those who would listen to it. Such an effort led the author to distance himself from his own history so he could better access it, using a peculiar visual metaphor: in his book, all Jews are drawn as mice, Germans as cats, Poles as pigs. Self-consciousness and sincerity are expressed through Maus’s metaliguistic quality of dealing with its own production, telling about the emotional obstacles and the labyrinths of memory Spiegelman came across while he was trying to understand his parents’ past and his relationship with them, and also to shed some light on his own traumas. The use of drawings and of language hybridism in comic books enriches the self-awareness and deepens the author’s possibilities of expression. All this makes Maus an autobiographical work and a reflection on the reciprocal relationship between past and present. Such relationship should flow towards zeal for the human condition, despite being threatened by the everlasting dehumanization, which is both root to and fruit of violence. That being said, after presenting Maus we’ll have a chapter on history with the support of texts by Hannah Arendt, Zygmunt Bauman, Saul Friedländer and Raul Hilberg; the next chapter, on memory and testimony, leans on Aleida Assmann, Jeanne Marie Gagnebin, Tzvetan Todorov, Walter Benjamin, Márcio Seligmann-Silva, Marianne Hirsch and Friedrich Nietzsche. Finally, the chapter on comics representation holds theoretical support from Scott McCloud, Rocco Versaci and Nick Sousanis. Art Spiegelman is certainly the main source throughout this study.porUNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessMausArt SpiegelmanHistórias em quadrinhosMemóriaTraumaHistória em quadrinhos, memória em quadrinhos: a representação do trauma em Maus – a história de um sobreviventeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Victor Vitório de Barros Correia.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Victor Vitório de Barros Correia.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1156https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25111/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Victor%20Vit%c3%b3rio%20de%20Barros%20Correia.pdf.jpg2263d2b0f16f5f129cc18aefb7dbab43MD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Victor Vitório de Barros Correia.pdfDISSERTAÇÃO Victor Vitório de Barros Correia.pdfapplication/pdf6196262https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/25111/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Victor%20Vit%c3%b3rio%20de%20Barros%20Correia.pdf62a2df5e9b4c86c67d557282b4cd57d5MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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