A expansão dos cursos de medicina em Pernambuco e os impactos para a integração ensino-serviço no período 2000 a 2018
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44843 |
Resumo: | O objeto dessa investigação se justifica pela relevância do tema da integração ensino-serviço, quando objetiva problematizar os desafios decorrentes da importante expansão dos cursos de medicina públicos e sobretudo, privados, sobre a capacidade instalada da rede especializada de serviços de saúde do estado de Pernambuco. A análise dos resultados obtidos na investigação esteve orientada pelos pressupostos da integração ensino-serviço conforme preconizados por documentos oficiais do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, além da literatura especializada. Trata-se de uma análise exploratória que utiliza técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa do tipo estudo de caso, a partir de fontes documentais e de entrevistas semiestruturadas. A fonte dos dados secundários foram os registros do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação a partir do ano de 2010 do Sistema e-Mec, no marco temporal do período 2000 a 2018. Foram realizadas dez entrevistas com coordenadores dos estágios dos cursos públicos e privados e dos núcleos de ensino-serviço dos hospitais da rede de atenção especializada (todos eles situados na Região Metropolitana do Recife), e com representante da Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde. Para a análise dos dados das entrevistas e da pesquisa documental utilizou-se a técnica de análise de conteúdo Kvale (1996). Os resultados da investigação demonstraram que o processo de privatização do ensino superior vem ocorrendo desde os anos noventa, acentuando-se em um contexto de flexibilização do marco regulatório desse nível educacional, desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases de 1996, da criação do Fundo de Financiamento Estudantil – Fies (2001), do Programa Universidades para Todos – Prouni (2005) e do Programa Mais Médicos (2013). Foi nesse cenário que ocorreu a expansão dos cursos de medicina em todo o país, os quais em 2000 eram 51,6% públicos e 48,4% privados; em 2018, essa relação demonstra uma notável mudança, quando os cursos públicos são reduzidos a 35,4% do total e os privados passam a 64,6%. No estado de Pernambuco, no mesmo período, essa relação também se altera. Se no ano 2000 os cursos públicos representavam 100% do total (dois cursos), em 2018 eram seis os públicos e onze os privados. Até 2021, esses últimos aumentaram 40%, resultando em 14 cursos. Da mesma forma como registrado para o Brasil, também no estado se observa os fenômenos da interiorização e da feminização. Das entrevistas se sobressaem: a preocupação com o caráter descomedido da expansão dos cursos de medicina com repercussão imediata na alocação dos alunos nos campos de estágio; a falta de planejamento integrado entre o aparelho formador, os serviços de saúde e a gestão do SUS reduzindo o processo de integração ensino-serviço à mera distribuição de vagas; a disponibilidade de um conjunto de decisões políticas respeitantes à integração ensino-serviço, mas que não se faz acompanhar da necessária materialização, ao que pese algumas contradições existentes entre elas, sendo o Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES) um caso paradigmático. Ao mesmo tempo em que fundamenta os processos participativos para formação e desenvolvimento profissional de acordo com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde, o COAPES favorece as Instituições de Ensino Superior privadas ao lhes facultar a realização de investimentos para a aquisição de equipamentos, material permanente e outros bens, em troca do que tem sido compreendido enquanto um beneficiamento para os serviços públicos de saúde. Em Pernambuco, a não implementação do COAPES correspondeu a ênfase na criação do FormaSUS. Portanto, se de um lado, o surgimento quase concomitante desses instrumentos legais pode sugerir a intencionalidade do setor público de ordenar a presença crescente do setor privado no ensino médico, por outro, a estratégia desses arranjos de negociação também pode ser interpretada enquanto intenções facilitadoras, mas nem sempre explicitadas, para a expansão do setor privado. |
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A análise dos resultados obtidos na investigação esteve orientada pelos pressupostos da integração ensino-serviço conforme preconizados por documentos oficiais do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, além da literatura especializada. Trata-se de uma análise exploratória que utiliza técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa do tipo estudo de caso, a partir de fontes documentais e de entrevistas semiestruturadas. A fonte dos dados secundários foram os registros do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação a partir do ano de 2010 do Sistema e-Mec, no marco temporal do período 2000 a 2018. 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Foi nesse cenário que ocorreu a expansão dos cursos de medicina em todo o país, os quais em 2000 eram 51,6% públicos e 48,4% privados; em 2018, essa relação demonstra uma notável mudança, quando os cursos públicos são reduzidos a 35,4% do total e os privados passam a 64,6%. No estado de Pernambuco, no mesmo período, essa relação também se altera. Se no ano 2000 os cursos públicos representavam 100% do total (dois cursos), em 2018 eram seis os públicos e onze os privados. Até 2021, esses últimos aumentaram 40%, resultando em 14 cursos. Da mesma forma como registrado para o Brasil, também no estado se observa os fenômenos da interiorização e da feminização. Das entrevistas se sobressaem: a preocupação com o caráter descomedido da expansão dos cursos de medicina com repercussão imediata na alocação dos alunos nos campos de estágio; a falta de planejamento integrado entre o aparelho formador, os serviços de saúde e a gestão do SUS reduzindo o processo de integração ensino-serviço à mera distribuição de vagas; a disponibilidade de um conjunto de decisões políticas respeitantes à integração ensino-serviço, mas que não se faz acompanhar da necessária materialização, ao que pese algumas contradições existentes entre elas, sendo o Contrato Organizativo de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES) um caso paradigmático. Ao mesmo tempo em que fundamenta os processos participativos para formação e desenvolvimento profissional de acordo com os princípios e as diretrizes do Sistema Único de Saúde, o COAPES favorece as Instituições de Ensino Superior privadas ao lhes facultar a realização de investimentos para a aquisição de equipamentos, material permanente e outros bens, em troca do que tem sido compreendido enquanto um beneficiamento para os serviços públicos de saúde. Em Pernambuco, a não implementação do COAPES correspondeu a ênfase na criação do FormaSUS. Portanto, se de um lado, o surgimento quase concomitante desses instrumentos legais pode sugerir a intencionalidade do setor público de ordenar a presença crescente do setor privado no ensino médico, por outro, a estratégia desses arranjos de negociação também pode ser interpretada enquanto intenções facilitadoras, mas nem sempre explicitadas, para a expansão do setor privado.The object of this investigation is justified by the relevance of the theme of teaching-service integration, when it aims to problematize, the challenges arising from the important expansion of state and, above all, private medical courses, on the installed capacity of the specialized network of health services in the state of Pernambuco. The outcome analysis obtained in the research was guided by the assumptions of teaching-service integration as recommended by official documents of the Ministry of Health and the Ministry of Education, as well as the specialized literature. This is an exploratory analysis that uses quantitative and qualitative research techniques of the case study type, from documentary sources and semi-structured interviews. The source of the secondary data were the records of the National Institute of Educational Studies and Research Anísio Teixeira from the Ministry of Education and from the year 2010 of the e-Mec System, in the period 2000 to 2018. Ten interviews were conducted with coordinators of the internships of state and private courses and teaching-service centers of hospitals in the specialized care network (all of them located in the Metropolitan Region of Recife), and with representative of the Executive Secretariat of Labor Management and Health Education of the State Department of Health. For the interview data analysis and the documentary research, the content analysis technique Kvale (1996) was used. The results of the research showed that the privatization process of higher education has been occurring since the 1990s, emphasizing itself in a context of flexibility of the regulatory framework of this educational level, since the enactment of the Guidelines and Bases Law of 1996, the creation of the Student Financing Fund – Fies (2001), the Universities for All Program - Prouni (2005) and the More Doctors Program (2013). It was in this scenario that medical courses expanded throughout the country, which in 2000 were 51.6% state and 48.4% private ones; in 2018, this relationship demonstrates a remarkable change, when state courses are reduced to 35.4% of the total and private courses go up to 64.6%. In the state of Pernambuco, in the same period, this relationship also changed. If in 2000 state courses represented 100% of the total (two courses), in 2018 there were six state courses and eleven private courses. Up to 2021, the latter have increased 40%, resulting in 14 courses. In the same way as recorded for Brazil, the phenomena of interiorization and feminization can also be observed in the state. From the interviews, the following ones stand out: the concern with the excessive nature of the expansion of medical courses with immediate repercussions on the allocation of students in the internship education; the lack of integrated planning among the training system, health services and SUS management, reducing the teaching-service integration process to the mere distribution of vacancies; the availability of a set of political decisions regarding the teaching-service integration, but which is not accompanied by the necessary materialization, despite some existing contradictions among them, with the Organizational Contract for Teaching-Health Public Action (COAPES) being a paradigmatic case . At the same time, it supports participatory processes for training and professional development according to the principles and guidelines of the Unified Health System, COAPES favors private Higher Education Institutions by allowing them to make investments for the acquisition of equipment, permanent material and other goods, in exchange for what it has been understood as a benefit to public health services. In Pernambuco, the non-implementation of COAPES corresponded to the emphasis on the creation of FormaSUS. Therefore, if, on the one hand, the almost concomitant emergence of these legal instruments may suggest the intention of the public sector to order the growing presence of the private sector in medical education, on the other hand, the strategy of these negotiation arrangements can also be interpreted as facilitating intentions, but not always explicit, for the expansion of the private sector.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Saude ColetivaUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessServiços de integração docente-assistencialEducação médicaEducação superiorPrivatizaçãoA expansão dos cursos de medicina em Pernambuco e os impactos para a integração ensino-serviço no período 2000 a 2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdf.txtDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdf.txtExtracted texttext/plain219764https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44843/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Rafaela%20Gomes%20Ribeiro%20de%20S%c3%a1%20.pdf.txt0ef960946866085cf050870f98c8ffd8MD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdf.jpgDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1298https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44843/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Rafaela%20Gomes%20Ribeiro%20de%20S%c3%a1%20.pdf.jpgfefe65d346b2673f6cf96c56d55888baMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdfDISSERTAÇÃO Rafaela Gomes Ribeiro de Sá .pdfapplication/pdf1515825https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/44843/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Rafaela%20Gomes%20Ribeiro%20de%20S%c3%a1%20.pdfa95f06e541f508e48abb21e7407e7cf6MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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SÁ, Rafaela Gomes Ribeiro de. A expansão dos cursos de medicina em Pernambuco e os impactos para a integração ensino-serviço no período 2000 a 2018. 2022. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022. ark:/64986/001300000150c |
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