Fatores que influenciam na produtividade dos oceanos: a importância do fluxo de difusão dos nutrientes para a biomassa do fitoplâncton na região oceânica do nordeste brasileiro
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8724 |
Resumo: | A biomassa fitoplanctônica é controlada na região oceânica tropical pela disponibilidade de luz e nutrientes inorgânicos dissolvidos, além de outros fatores físicos como a turbulência e sedimentação.As propriedades da água da zona fótica estão sujeitas a um grande número de forças com diferentes intensidades ao contrário das águas mais profundas, que variam regularmente. Na região nordeste do Brasil, a presença de uma termoclina permanente e profunda restringe o aporte de nutrientes das camadas inferiores mais ricas para a camada superior, formando um gradiente de concentração, em sentido oposto àquele da luz. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a região oceânica correspondente à Zona Econômica Exclusiva do Nordeste do Brasil, entre o litoral norte do Estado do Rio Grande do Norte (5ºS) e Salvador-BA (14ºS), a partir das 12 milhas náuticas até as 200 milhas náuticas, observando a dinâmica das concentrações dos nutrientes, determinando as variações temporais e espaciais; qual o impacto que exercem na distribuição dos produtores primários em termos de clorofila a e a indicação sobre o grau trófico da região, tendo também como meta, um estudo sobre a difusão vertical de nutrientes através da nutriclina e qual a influência que exerce na biomassa primária. Foi realizada uma Análise dos Componentes Principais (ACP), que explicou aproximadamente 60% da variância total quando foram utilizados todos os níveis de coleta (100%, 50%, 1% de penetração da luz; inicio, meio e final da termoclina e 500 m), mostrando um contraste entre a temperatura, salinidade, pH, e oxigênio dissolvido, com o fosfato-P, nitrato-N e silicato-Si. Esta análise indicou principalmente o aumento da mineralização dos nutrientes em relação a profundidade até a estabilização da nutriclina, e uma grande afinidade entre a clorofila a e o nitrato-N e fosfato-P. As concentrações medianas nas camadas fóticas e afóticas para nitrogênio amoniacal-N foram ≤0,03 μmol.L-1, para nitrato ≤0,6 e ≤12,56 μmol.L-1, para fosfato-P ≤0,14 e ≤1,09 μmol.L-1 e para silicato-Si <12,0 e ≤20,5 μmol.L-1, respectivamente. A clorofila a apresentou valores medianos <1,0 μg.L-1 na superfície e de ≤1,45 μg.L-1 na profundidade de 1% de penetração da luz. Foi estabelecido que a taxa de regeneração líquida do componente (nitrato-N ou fosfato-P) é resultado do balanço entre o aporte oriundo da degradação do material orgânico, do fluxo difusivo e a remoção decorrente dos processos da absorção pelo fitoplâncton, como da sedimentação de material particulado total (adsorção de nutrientes), sendo estes os mecanismos preponderantes no balanço vertical de nutrientes. Isto sugere que o fluxo difusivo ascendente é contrabalanceado pela sedimentação e pelo consumo fitoplanctônico. Foi utilizada para o cálculo da difusividade turbulenta (νt), a formulação semi-empírica de Kitaigorodskii (1960), que melhor representou os perfis de difusividade obtidos em campo através da sonda SCAMP (Self-Contained Autonomous MicroProfiler). As distribuições verticais das concentrações de nitrato-N e fosfato-P foram normalizadas em relação à concentração e profundidade verificadas no final da termoclina (ZFT), o que resultou numa representação adimensional. Tal metodologia permite a representação analítica das curvas a partir do modelo logístico de Verhulst-Pearl (Jørgensen, 1986). A profundidade de máxima difusividade ficou localizada na profundidade de 0,82 ZFT (214 m), diminuindo para 1/3 na base da camada fótica. O fluxo máximo de nitrato-N foi aproximadamente 1,5 mais intenso que o máximo do fosfato-P. Tudo isto vem explicar o porque das condições oligotróficas nesta área. O aumento nas concentrações de clorofila a durante o outono e em determinados pontos de coleta, foram conseqüência do aumento da camada fótica, aumentando a difusividade neste nível de profundidade e trazendo aportes adicionais na disponibilidade de nitrato-N, mostrando a importância do transporte físico deste nutriente, como fonte de nitrogênio para a produção nova do fitoplâncton na camada superficial oceânica |
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de Jesus Flores Montes, ManuelJosé de Macêdo, Silvio 2014-06-12T23:01:58Z2014-06-12T23:01:58Z2003de Jesus Flores Montes, Manuel; José de Macêdo, Silvio. Fatores que influenciam na produtividade dos oceanos: a importância do fluxo de difusão dos nutrientes para a biomassa do fitoplâncton na região oceânica do nordeste brasileiro. 2003. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8724A biomassa fitoplanctônica é controlada na região oceânica tropical pela disponibilidade de luz e nutrientes inorgânicos dissolvidos, além de outros fatores físicos como a turbulência e sedimentação.As propriedades da água da zona fótica estão sujeitas a um grande número de forças com diferentes intensidades ao contrário das águas mais profundas, que variam regularmente. 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O aumento nas concentrações de clorofila a durante o outono e em determinados pontos de coleta, foram conseqüência do aumento da camada fótica, aumentando a difusividade neste nível de profundidade e trazendo aportes adicionais na disponibilidade de nitrato-N, mostrando a importância do transporte físico deste nutriente, como fonte de nitrogênio para a produção nova do fitoplâncton na camada superficial oceânicaConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de PernambucoAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessOceanografiaFluxo de Difusão dos Nutrientes DissolvidosFatores que influenciam na produtividade dos oceanos: a importância do fluxo de difusão dos nutrientes para a biomassa do fitoplâncton na região oceânica do nordeste brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILmjfm.pdf.jpgmjfm.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1286https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8724/4/mjfm.pdf.jpg11198ec8e244dce34569edf77dc2c03dMD54LICENSElicense.txttext/plain1748https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8724/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALmjfm.pdfmjfm.pdfapplication/pdf8616172https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8724/2/mjfm.pdf520fc07df082ecf135f45b9c581f8f3bMD52TEXTmjfm.pdf.txtmjfm.pdf.txtExtracted texttext/plain328202https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/8724/3/mjfm.pdf.txte33de4a09c43f0787c93420ff39eddf2MD53123456789/87242019-10-25 12:10:41.009oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8724Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T15:10:41Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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A biomassa fitoplanctônica é controlada na região oceânica tropical pela disponibilidade de luz e nutrientes inorgânicos dissolvidos, além de outros fatores físicos como a turbulência e sedimentação.As propriedades da água da zona fótica estão sujeitas a um grande número de forças com diferentes intensidades ao contrário das águas mais profundas, que variam regularmente. Na região nordeste do Brasil, a presença de uma termoclina permanente e profunda restringe o aporte de nutrientes das camadas inferiores mais ricas para a camada superior, formando um gradiente de concentração, em sentido oposto àquele da luz. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a região oceânica correspondente à Zona Econômica Exclusiva do Nordeste do Brasil, entre o litoral norte do Estado do Rio Grande do Norte (5ºS) e Salvador-BA (14ºS), a partir das 12 milhas náuticas até as 200 milhas náuticas, observando a dinâmica das concentrações dos nutrientes, determinando as variações temporais e espaciais; qual o impacto que exercem na distribuição dos produtores primários em termos de clorofila a e a indicação sobre o grau trófico da região, tendo também como meta, um estudo sobre a difusão vertical de nutrientes através da nutriclina e qual a influência que exerce na biomassa primária. Foi realizada uma Análise dos Componentes Principais (ACP), que explicou aproximadamente 60% da variância total quando foram utilizados todos os níveis de coleta (100%, 50%, 1% de penetração da luz; inicio, meio e final da termoclina e 500 m), mostrando um contraste entre a temperatura, salinidade, pH, e oxigênio dissolvido, com o fosfato-P, nitrato-N e silicato-Si. Esta análise indicou principalmente o aumento da mineralização dos nutrientes em relação a profundidade até a estabilização da nutriclina, e uma grande afinidade entre a clorofila a e o nitrato-N e fosfato-P. As concentrações medianas nas camadas fóticas e afóticas para nitrogênio amoniacal-N foram ≤0,03 μmol.L-1, para nitrato ≤0,6 e ≤12,56 μmol.L-1, para fosfato-P ≤0,14 e ≤1,09 μmol.L-1 e para silicato-Si <12,0 e ≤20,5 μmol.L-1, respectivamente. A clorofila a apresentou valores medianos <1,0 μg.L-1 na superfície e de ≤1,45 μg.L-1 na profundidade de 1% de penetração da luz. Foi estabelecido que a taxa de regeneração líquida do componente (nitrato-N ou fosfato-P) é resultado do balanço entre o aporte oriundo da degradação do material orgânico, do fluxo difusivo e a remoção decorrente dos processos da absorção pelo fitoplâncton, como da sedimentação de material particulado total (adsorção de nutrientes), sendo estes os mecanismos preponderantes no balanço vertical de nutrientes. Isto sugere que o fluxo difusivo ascendente é contrabalanceado pela sedimentação e pelo consumo fitoplanctônico. Foi utilizada para o cálculo da difusividade turbulenta (νt), a formulação semi-empírica de Kitaigorodskii (1960), que melhor representou os perfis de difusividade obtidos em campo através da sonda SCAMP (Self-Contained Autonomous MicroProfiler). As distribuições verticais das concentrações de nitrato-N e fosfato-P foram normalizadas em relação à concentração e profundidade verificadas no final da termoclina (ZFT), o que resultou numa representação adimensional. Tal metodologia permite a representação analítica das curvas a partir do modelo logístico de Verhulst-Pearl (Jørgensen, 1986). A profundidade de máxima difusividade ficou localizada na profundidade de 0,82 ZFT (214 m), diminuindo para 1/3 na base da camada fótica. O fluxo máximo de nitrato-N foi aproximadamente 1,5 mais intenso que o máximo do fosfato-P. Tudo isto vem explicar o porque das condições oligotróficas nesta área. O aumento nas concentrações de clorofila a durante o outono e em determinados pontos de coleta, foram conseqüência do aumento da camada fótica, aumentando a difusividade neste nível de profundidade e trazendo aportes adicionais na disponibilidade de nitrato-N, mostrando a importância do transporte físico deste nutriente, como fonte de nitrogênio para a produção nova do fitoplâncton na camada superficial oceânica |
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