Hospital Universitário: Espaço de interdição à expressividade da dor (Um estudo sobre as relações sociais no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARINHO, Patrícia Érika de Melo
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
dARK ID: ark:/64986/00130000075bw
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16998
Resumo: O presente trabalho investiga o apagamento da expressividade à dor dos pacientes do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas, como reflexo de um estar institucional resultante de relações de poder instituídas e uma prática assistencial eminentemente autoritária. Observou-se que essas práticas são direcionadas no sentido de proporcionarem intervenção e controle sobre o corpo, as sensações e o comportamento dos pacientes, através da instituição da disciplina, da obediência e do cumprimento às normas institucionais. Para averiguação dessas, foi realizado pesquisa de campo e entrevistas semi-estruturadas dirigidas a professores, preceptores, residentes e pacientes. Apartir dos relatos foi possível constatar a reafirmação de papéis, a determinação de lugares e de distâncias sociais entre os atores sociais, como condição anterior e implícita à relação terapêutica e às práticas de atenção à saúde. Constatou-se que o Serviço de Cirurgia Geral do hospital-uníversitário não oferece condições ao estabelecimento de uma relação terapêutica eficaz, proporcionando o silenciamento do corpo e o apagamento da expressividade á dor, uma vez basearem suas relações em relações de poder, garantidas pela hierarquia e ordem estabelecida. As práticas de atenção e as relações entre médicos e pacientes, desenvolvidas no hospital-uníversitário, requerem reflexão e mudanças no sentido de proporcionarem condições efetivas à consecução da relação terapêutica e a adequação da formação de seus profissionais à realidade da clientela-alvo a que se destina.
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