Representações sociais de docência universitária por professores das ciências exatas e da natureza da UFPE
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17578 |
Resumo: | A presente pesquisa objetivou compreender as representações sociais pelos docentes dos cursos das “Ciências Exatas e da Natureza” da Universidade Federal de Pernambuco em relação à Docência Universitária. Para tanto, tomou como base referencial em Docência Universitária os estudos de Zabalza (2004), Dias Sobrinho (2007) e Cunha (2009), dentre outros, e, como aporte teórico-metodológico, a Teoria das Representações Sociais à luz de Moscovici (1978) e Jodelet (2005). Optamos pela abordagem qualitativa por ela permitir um olhar para as relações e interações humanas, suas crenças, realidades, histórias e valores (CHIZZOTTI, 2006). O Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal de Pernambuco constituiu-se como campo de investigação, do qual participaram 14 docentes universitários. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação do questionário semiprojetivo, com os 14 participantes, e da realização de entrevistas semiestruturadas, com 06 do total de docentes selecionados a partir da disponibilidade deles. Os dados foram tratados com base na técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1988). No momento em que direcionamos nossa atenção para os resultados analisados, percebemos que a docência universitária se constitui em um campo que assume características próprias do perfil de um curso, tornando-se objeto próprio do grupo. Essa apropriação é confirmada pelos sujeitos desse grupo, reconhecida e legitimada por outros grupos e pela sociedade, visto que o comportamento e o discurso passam a identificá-lo neste meio. Assim, os resultados dapesquisa apontaram representações sociais de docência universitária, constituídas histórica e socialmente, advindas das experiências, trajetórias de vida e formação, e responsáveis por justificar discursos e práticas. Os professores compreendem a docência universitária como um espaço de relação, responsabilidade e interação mútua entre o docente, que transmite e/ou constrói conhecimentos de ordem técnica e ética, o estudante, que precisa querer o aprendizado e dedicar-se a ele, e a sociedade, que exige um profissional qualificado de acordo com a realidade. Tais representações revelaram indícios de ressignificação no momento em que os professores destacaram a importância de formações pautadas no caráter mais humano, reconhecendo as limitações e oportunidades de aprendizagem dos estudantes. Esse processo de ressignificação ocorre a partir do instante em que os docentes são inseridos no contexto de maior abertura das universidades com a inclusão e permanência dos estudantes, levando-os a contextos diversificados de saberes e “forçando-os” a abandonar práticas antigas e a centralizarem-se nas aprendizagens. Dessa maneira, construíram caminhos que lhes possibilitaram acomodar os novos objetos. A docência universitária se mostra objetivada também nas práticas de ensino, ancoradas em concepções ora tradicionalistas ora construtivistas, apontando para indícios de ressignificação dessas representações sociais de docência pelo campo das ciências exatas e da natureza. Contudo, trata-se de um processo lento, pois, em mais de uma década, pouco foi feito em termos de políticas de investimento na formação desses profissionais que auxiliem na reconstrução de sentidos e significados e objetivem a formação integral dos estudantes e a transformação da prática docente. Assim, os professores convivem com a “incerteza” quanto à própria identidade, pois, como essa atividade exige saberes que não atendem aos seus interesses, muitos ainda não se consideram docentes. Devido a isso, nomeiam-se pesquisadores, uma vez que a atividade de pesquisa é representada como “grande diferencial” no desenvolvimento de um país. Acreditamos que a presente investigação auxiliará a reflexão sobre um paradigma de formação que considere as especificidades desses cursos, porque, apesar de estarem inseridos em um contexto mais amplo, possuem particularidades. |
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SILVA, Nathali Gomes dahttp://lattes.cnpq.br/8411552465261024http://lattes.cnpq.br/7938693723738171AGUIAR, Maria da Conceição Carrilho de2016-07-29T12:28:26Z2016-07-29T12:28:26Z2016-03-28https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17578ark:/64986/001300000cmx8A presente pesquisa objetivou compreender as representações sociais pelos docentes dos cursos das “Ciências Exatas e da Natureza” da Universidade Federal de Pernambuco em relação à Docência Universitária. Para tanto, tomou como base referencial em Docência Universitária os estudos de Zabalza (2004), Dias Sobrinho (2007) e Cunha (2009), dentre outros, e, como aporte teórico-metodológico, a Teoria das Representações Sociais à luz de Moscovici (1978) e Jodelet (2005). Optamos pela abordagem qualitativa por ela permitir um olhar para as relações e interações humanas, suas crenças, realidades, histórias e valores (CHIZZOTTI, 2006). O Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal de Pernambuco constituiu-se como campo de investigação, do qual participaram 14 docentes universitários. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação do questionário semiprojetivo, com os 14 participantes, e da realização de entrevistas semiestruturadas, com 06 do total de docentes selecionados a partir da disponibilidade deles. Os dados foram tratados com base na técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1988). No momento em que direcionamos nossa atenção para os resultados analisados, percebemos que a docência universitária se constitui em um campo que assume características próprias do perfil de um curso, tornando-se objeto próprio do grupo. Essa apropriação é confirmada pelos sujeitos desse grupo, reconhecida e legitimada por outros grupos e pela sociedade, visto que o comportamento e o discurso passam a identificá-lo neste meio. Assim, os resultados dapesquisa apontaram representações sociais de docência universitária, constituídas histórica e socialmente, advindas das experiências, trajetórias de vida e formação, e responsáveis por justificar discursos e práticas. Os professores compreendem a docência universitária como um espaço de relação, responsabilidade e interação mútua entre o docente, que transmite e/ou constrói conhecimentos de ordem técnica e ética, o estudante, que precisa querer o aprendizado e dedicar-se a ele, e a sociedade, que exige um profissional qualificado de acordo com a realidade. Tais representações revelaram indícios de ressignificação no momento em que os professores destacaram a importância de formações pautadas no caráter mais humano, reconhecendo as limitações e oportunidades de aprendizagem dos estudantes. Esse processo de ressignificação ocorre a partir do instante em que os docentes são inseridos no contexto de maior abertura das universidades com a inclusão e permanência dos estudantes, levando-os a contextos diversificados de saberes e “forçando-os” a abandonar práticas antigas e a centralizarem-se nas aprendizagens. Dessa maneira, construíram caminhos que lhes possibilitaram acomodar os novos objetos. A docência universitária se mostra objetivada também nas práticas de ensino, ancoradas em concepções ora tradicionalistas ora construtivistas, apontando para indícios de ressignificação dessas representações sociais de docência pelo campo das ciências exatas e da natureza. Contudo, trata-se de um processo lento, pois, em mais de uma década, pouco foi feito em termos de políticas de investimento na formação desses profissionais que auxiliem na reconstrução de sentidos e significados e objetivem a formação integral dos estudantes e a transformação da prática docente. Assim, os professores convivem com a “incerteza” quanto à própria identidade, pois, como essa atividade exige saberes que não atendem aos seus interesses, muitos ainda não se consideram docentes. Devido a isso, nomeiam-se pesquisadores, uma vez que a atividade de pesquisa é representada como “grande diferencial” no desenvolvimento de um país. Acreditamos que a presente investigação auxiliará a reflexão sobre um paradigma de formação que considere as especificidades desses cursos, porque, apesar de estarem inseridos em um contexto mais amplo, possuem particularidades.CAPEsThis research aimed to understand the social representations of professors from the “Nature and Hard Sciences” courses of Federal University of Pernambuco in relation to their university teaching practice. In order to do so, this research took as a reference base in university teaching practice the studies of Zabalza (2004), Dias Sobrinho (2007) and Cunha (2009), among others, and as a theoretical and methodological support the Theory of Social Representations in the light of Moscovici (1978) and Jodelet (2005). We chose the qualitative approach because it allows a connection with relations and human interactions, their beliefs, reality, history and values (CHIZZOTTI, 2006). The Nature and Hard Sciences Center of UFPE constitutes the field of investigation from which 14 university teachers participated. The data was collected through the application of a semiprojective questionnaire with the 14 participants and a semistructured interview with 6 professors according to their availability. The data was analyzed according to the techniques of Bardin‟s (1988) Content Analysis. In the moment we direct our attention to the analyzed results, we realize that the university teaching practice constitutes in an area that assumes its own characteristics of a course profile by turning itself in a proper object of the group. This appropriation is confirmed by the subjects of this group, recognized and legitimated by other groups and the society since the behavior and discourse can identify it in this context. Therefore, the results of this research pointed out that social representations in university teaching practice, historically and socially constituted, resulting from experiences, life paths and formation and that are responsible for justifying discourses and practices. The professors understand the university teaching practice as a relationship, mutual interaction and responsibility space between the teacher that transmits and/or constructs knowledge of technical and ethical order, the student who needs the desire to learn and dedicate himself/herself to it and the society that demands qualification from the professional according to his/her reality. Such representations revealed evidence of resignification in the moment that teachers highlighted the importance of trainings guided by a more human character recognizing the limitations and learning opportunities of the students. This process of resignification occurs from the moment the teachers start to work in the context of a greater opening in the universities with the inclusion and permanence of the students and guidance through diversified learning contexts and by “forcing” them to abandon old practices and to focus on the learning process. Thus, They have built ways that provided the accommodation of new objects. University teaching shows itself also in teaching practices based on conceptions, which are traditional at one time, and constructivist at another, pointing to evidences of resignification of these social representations in the teaching activities of exact and natural sciences. However, it is a slow process because in more than a decade little has been done in terms of funding politics in the training of these professionals to help them reconstruct meanings and aim for an integral formation of students and the transformation of the teaching practice. As a result, the teachers live with the “uncertainty” related to their own identity because as this activity demands knowledge that do not meet their interests, many of them do not consider themselves as teachers. Because of this, they name themselves researchers since the research activity is represented as a “big difference” in the development of a country. We believe that the present investigation is going to help in the reflection about a formation paradigm that considers the specificities of these courses because even though they are in a wider context, they have particularities.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em EducacaoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCiências exatas e da naturezaDocência universitáriaProfessores universitáriosRepresentações sociaisNature and Hard SciencesUniversity teachingUniversity teachersSocial RepresentationsRepresentações sociais de docência universitária por professores das ciências exatas e da natureza da UFPEinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILNathali Gomes 05.05.2016 para BC.UFPE.pdf.jpgNathali Gomes 05.05.2016 para BC.UFPE.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1157https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17578/5/Nathali%20Gomes%2005.05.2016%20para%20BC.UFPE.pdf.jpgd1389dc63565ed2d64a2b0d77a3dfac4MD55ORIGINALNathali Gomes 05.05.2016 para BC.UFPE.pdfNathali Gomes 05.05.2016 para BC.UFPE.pdfapplication/pdf1269108https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17578/1/Nathali%20Gomes%2005.05.2016%20para%20BC.UFPE.pdf589f1bb95e637b875a5a00deb72f8f2aMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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A presente pesquisa objetivou compreender as representações sociais pelos docentes dos cursos das “Ciências Exatas e da Natureza” da Universidade Federal de Pernambuco em relação à Docência Universitária. Para tanto, tomou como base referencial em Docência Universitária os estudos de Zabalza (2004), Dias Sobrinho (2007) e Cunha (2009), dentre outros, e, como aporte teórico-metodológico, a Teoria das Representações Sociais à luz de Moscovici (1978) e Jodelet (2005). Optamos pela abordagem qualitativa por ela permitir um olhar para as relações e interações humanas, suas crenças, realidades, histórias e valores (CHIZZOTTI, 2006). O Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal de Pernambuco constituiu-se como campo de investigação, do qual participaram 14 docentes universitários. A coleta dos dados ocorreu por meio da aplicação do questionário semiprojetivo, com os 14 participantes, e da realização de entrevistas semiestruturadas, com 06 do total de docentes selecionados a partir da disponibilidade deles. Os dados foram tratados com base na técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (1988). No momento em que direcionamos nossa atenção para os resultados analisados, percebemos que a docência universitária se constitui em um campo que assume características próprias do perfil de um curso, tornando-se objeto próprio do grupo. Essa apropriação é confirmada pelos sujeitos desse grupo, reconhecida e legitimada por outros grupos e pela sociedade, visto que o comportamento e o discurso passam a identificá-lo neste meio. Assim, os resultados dapesquisa apontaram representações sociais de docência universitária, constituídas histórica e socialmente, advindas das experiências, trajetórias de vida e formação, e responsáveis por justificar discursos e práticas. Os professores compreendem a docência universitária como um espaço de relação, responsabilidade e interação mútua entre o docente, que transmite e/ou constrói conhecimentos de ordem técnica e ética, o estudante, que precisa querer o aprendizado e dedicar-se a ele, e a sociedade, que exige um profissional qualificado de acordo com a realidade. Tais representações revelaram indícios de ressignificação no momento em que os professores destacaram a importância de formações pautadas no caráter mais humano, reconhecendo as limitações e oportunidades de aprendizagem dos estudantes. Esse processo de ressignificação ocorre a partir do instante em que os docentes são inseridos no contexto de maior abertura das universidades com a inclusão e permanência dos estudantes, levando-os a contextos diversificados de saberes e “forçando-os” a abandonar práticas antigas e a centralizarem-se nas aprendizagens. Dessa maneira, construíram caminhos que lhes possibilitaram acomodar os novos objetos. A docência universitária se mostra objetivada também nas práticas de ensino, ancoradas em concepções ora tradicionalistas ora construtivistas, apontando para indícios de ressignificação dessas representações sociais de docência pelo campo das ciências exatas e da natureza. Contudo, trata-se de um processo lento, pois, em mais de uma década, pouco foi feito em termos de políticas de investimento na formação desses profissionais que auxiliem na reconstrução de sentidos e significados e objetivem a formação integral dos estudantes e a transformação da prática docente. Assim, os professores convivem com a “incerteza” quanto à própria identidade, pois, como essa atividade exige saberes que não atendem aos seus interesses, muitos ainda não se consideram docentes. Devido a isso, nomeiam-se pesquisadores, uma vez que a atividade de pesquisa é representada como “grande diferencial” no desenvolvimento de um país. Acreditamos que a presente investigação auxiliará a reflexão sobre um paradigma de formação que considere as especificidades desses cursos, porque, apesar de estarem inseridos em um contexto mais amplo, possuem particularidades. |
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