“O que é de Deus e o que não é de Deus” : docentes evangélicos e o ensino das culturas africanas afro-brasileiras nas escolas públicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Renildes de Jesus Silva de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29758
Resumo: Num contexto de discriminação e racismo, os movimentos negros resistem, subvertendo a ordem instituída e reivindicando visibilidade e oportunidade. No campo educacional, a Lei 10639/2003 tem sido vista como um importante resultado dessas mobilizações ao colocar em termos de obrigatoriedade o ensino de conteúdos relacionados às culturas de matriz africana em instituições públicas e privadas. Contudo, atitudes de discriminação são reproduzidas na escola, inclusive entre professores, muitos dos quais de confissão evangélica. Tal situação indica a importância de uma pedagogia que considere as questões étnico-raciais. Nesse propósito teorizações pós-estruturalistas, pós-colonialista e descolonialistas passam a conceber o currículo como um construto cultural produtor de sentidos, engendrados num jogo de disputas de poder, que privilegiam determinadas conteúdos em detrimentos de outros. Diante dessas considerações, esta pesquisa teve como objetivo identificar os principais discursos articulados por docentes evangélicos sobre o ensino da história, culturas afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas. Mediante análise descritiva e fundamentado numa perspectiva pós-estruturalista, esse trabalho foi realizado a partir de um diálogo com alguns conceitos da Análise do Discurso Francesa, interpretada à luz da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe. Os sujeitos da pesquisa constituíram-se de 08 docentes evangélicos de várias tradições religiosas, atuantes em escolas públicas do Grande Recife. A coleta de dados fez-se através de entrevistas semi-estruturadas. Os resultados apontam para discursos de legitimação do ensino das culturas de matriz africana baseados em princípios como valorização e respeito. Os docentes estabelecem dicotomia entre religião e cultura como estratégia principal para não inserir a religião no âmbito das abordagens desses conteúdos. Porém, há certa visibilidade da religião nas abordagens de alguns docentes. Além da redução da diferença à diversidade, o essencialismo e o exotismo cultural figuram como lógicas mediante as quais os docentes lidam com a demanda previstas na Lei nº 10.639/2003. Os resultados também sinalizam a presença de indícios de deslocamentos, os quais reverberam em novas formas de significar essas culturas e a religião, para além do preconceito, da demonização e da exclusão, de sorte que as identidades evangélicas não podem ser vistas numa perspectiva homogeneizante.
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Nesse propósito teorizações pós-estruturalistas, pós-colonialista e descolonialistas passam a conceber o currículo como um construto cultural produtor de sentidos, engendrados num jogo de disputas de poder, que privilegiam determinadas conteúdos em detrimentos de outros. Diante dessas considerações, esta pesquisa teve como objetivo identificar os principais discursos articulados por docentes evangélicos sobre o ensino da história, culturas afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas. Mediante análise descritiva e fundamentado numa perspectiva pós-estruturalista, esse trabalho foi realizado a partir de um diálogo com alguns conceitos da Análise do Discurso Francesa, interpretada à luz da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe. Os sujeitos da pesquisa constituíram-se de 08 docentes evangélicos de várias tradições religiosas, atuantes em escolas públicas do Grande Recife. A coleta de dados fez-se através de entrevistas semi-estruturadas. 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Os resultados também sinalizam a presença de indícios de deslocamentos, os quais reverberam em novas formas de significar essas culturas e a religião, para além do preconceito, da demonização e da exclusão, de sorte que as identidades evangélicas não podem ser vistas numa perspectiva homogeneizante.CNPqBlack movements resist in a context of discrimination and racism, subverting the instituted order and claiming visibility and opportunity. In the educational scope, Law 10639/2003 has been seen as an important result of these mobilizations by placing as terms of mandatory the teaching of content related to African cultures in public and private institutions. However, attitudes of discrimination are reproduced in the school, including among teachers, many of them of evangelical confession. This situation indicates the importance of a pedagogy that considers ethnic-racial issues. Therefore post-structuralist, post-colonialist, and decoloniality theories begin to conceive of the curriculum as a cultural construct producing meaning, engendered in a game of power disputes, which privilege certain contents to the detriment of others. Towards of these considerations, this research had as objective to identify the main discourses articulated by evangelical teachers on the teaching of history, Afro-Brazilian and African cultures in public schools. Through a descriptive analysis based on a post-structuralist perspective, this work was carried out through of a dialogue with some concepts of the French Discourse Analysis, interpreted in the light of Laclau and Mouffe's Discourse Theory. The participants of the research consisted of 08 evangelical teachers of various religious traditions, active in public schools in Recife. Data collection was done through semi-structured interviews. The results point to discourses legitimizing the teaching of African cultures based on principles such as recognition and respect. Teachers establish a dichotomy between religion and culture as the main strategy for not including religion within the approaches of these contents. However, there is a certain visibility of religion in the approaches of some teachers. Beyond the difference seen as a synonym of diversity, essentialism and cultural exoticism figure as the logic by which teachers deal with the demand provided for in Law nº 10.639/2003. The results also signal the presence of indications of displacement, which reverberate in new ways of meaning these cultures and religion, beyond prejudice, demonization and exclusion, this signify that evangelical identities cannot be seen in a homogenizing perspective.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em EducacaoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessCultura afro-brasileiraCultura africanaDocentes evangélicosUFPE - Pós-graduação“O que é de Deus e o que não é de Deus” : docentes evangélicos e o ensino das culturas africanas afro-brasileiras nas escolas públicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Renildes de Jesus Silva de Oliveira.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Renildes de Jesus Silva de Oliveira.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1194https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29758/6/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Renildes%20de%20Jesus%20Silva%20de%20Oliveira.pdf.jpg017f1dd70e95b5a4c6aafeec09e8988dMD56ORIGINALDISSERTAÇÃO Renildes de Jesus Silva de Oliveira.pdfDISSERTAÇÃO Renildes de Jesus Silva de Oliveira.pdfapplication/pdf917031https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29758/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20Renildes%20de%20Jesus%20Silva%20de%20Oliveira.pdf8f6985026fea9ac0ac662c3d22fc33ceMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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