Os usos da noção de cuidado de si: uma análise do curso de formação de educadores holísticos
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Data de Publicação: | 2012 |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12906 |
Resumo: | O presente trabalho parte de uma problematização da negligência do campo educacional contemporâneo com as questões relativas à formação humana dos sujeitos, através da redução quase que exclusiva dos processos educativos à sua dimensão cognitivo-racional-instrumental. Nesse contexto, o objetivo mais amplo da pesquisa que moveu a construção dessa dissertação consistiu em analisar alguns usos atuais da noção de cuidado de si problematizada pelo pensador francês Michel Foucault. Assim, a ideia inicial era mapear nos textos da fase tardia de Michel Foucault a emergência da noção de cuidado de si, tendo em vista depreender algumas implicações para a ideia de educação como formação humana. Contudo, ao longo da investigação, resolvemos focalizar os usos dessa noção em uma experiência educativa específica desenvolvida junto a adolescentes e jovens. Desse modo, o alvo mais específico da investigação passou a ser sistematizar e problematizar os usos da noção de cuidado de si na matriz curricular de um curso denominado Formação em educadores holísticos; curso esse que é articulado por uma organização social que atua há vinte e cinco anos em uma comunidade da periferia da cidade do Recife/PE: a comunidade do Coque. O foco da análise recaiu, sobretudo, sobre a percepção do que significa cuidado pelos formadores que atuam nessa experiência e como essa percepção afeta as relações estabelecidas com os adolescentes e jovens, bem como a própria compreensão do que significa educar. Assim, de modo geral, os formadores do curso associam as suas concepções de cuidado às categorias integralidade e espiritualidade invocadas na própria matriz curricular da experiência, bem como à categoria-chave do educador guerreiro, o que vem reforçar a necessidade por parte dos educadores de incorporar as categorias citadas não apenas no nível cognitivo, mas das atitudes existenciais na relação consigo mesmos. Percebe-se, então, que o uso do cuidado de si pelos formadores não se restringe a uma mera dimensão conceitual, envolvendo também as experiências de vida e educativas que os formadores vivenciam, implicando em reflexões a respeito de si mesmo e dos outros. Isso parece indicar que, além de uma maior familiaridade com as referências conceituais mobilizadas, é fundamental problematizar mais intensamente, na própria formação dos formadores, as experiências de cuidado que eles vivenciam na medida em que isso parecer reverberar diretamente nas relações estabelecidas com os adolescentes, gerando o que todos eles compreendem que é o exercício cotidiano do cuidado que é a construção dos vínculos afetivos e amorosos. Chegamos, assim, a conclusão que esse é o principal desafio aberto pelo uso da categoria cuidado de si na matriz curricular do Curso de Formação de Educadores Holísticos do Neimfa. |
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O foco da análise recaiu, sobretudo, sobre a percepção do que significa cuidado pelos formadores que atuam nessa experiência e como essa percepção afeta as relações estabelecidas com os adolescentes e jovens, bem como a própria compreensão do que significa educar. Assim, de modo geral, os formadores do curso associam as suas concepções de cuidado às categorias integralidade e espiritualidade invocadas na própria matriz curricular da experiência, bem como à categoria-chave do educador guerreiro, o que vem reforçar a necessidade por parte dos educadores de incorporar as categorias citadas não apenas no nível cognitivo, mas das atitudes existenciais na relação consigo mesmos. Percebe-se, então, que o uso do cuidado de si pelos formadores não se restringe a uma mera dimensão conceitual, envolvendo também as experiências de vida e educativas que os formadores vivenciam, implicando em reflexões a respeito de si mesmo e dos outros. 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