Como são (re)construídas e utilizadas as práticas de alfabetização? : na busca de uma interface explicativa entre as origens das práticas de alfabetização e o processo de fabricação do cotidiano escolar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Edilson Alexandre da
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4289
Resumo: Quando pesquisamos as práticas de professores alfabetizadores, notamos uma heterogeneidade profunda na maneira de alfabetizar. Um fato que ocorre mesmo em professores que compartilharam a mesma formação e grupo social. Essas práticas obedecem a uma lógica própria que, por vezes, torna-se difícil de compreender e analisar. Essa multiplicidade de práticas torna difícil o papel daqueles que planejam estrategicamente o ensino nas séries iniciais. Nesse contexto, existem professores que se afastam, em suas práticas, das estratégias pensadas pela academia, outros que se aproximam e aqueles que modificam essas estratégias. Esta pesquisa teve como propósito descobrir como 4 (quatro) professoras alfabetizadoras, da rede municipal de Olinda-PE, (re)constroem e utilizam suas estratégias e táticas de alfabetização. Buscamos neste trabalho, uma interface explicativa entre a natureza das práticas de alfabetização e a fabricação do cotidiano escolar. Analisando: o que as professoras dizem sobre suas práticas? Como fabricam suas práticas em sala de aula? Como elas utilizam as estratégias e táticas de alfabetização? Utilizamos a metodologia de pesquisa qualitativa etnográfica. Fizemos observações em sala de aula, grupo focal, filmagem e gravações. Descobrimos que as professoras possuem maneiras específicas de fabricar as práticas de alfabetização. Nessa fabricação, encontramos elementos que se aproximam de suas experiências, quando elas foram alfabetizadas, o que chamamos de táticas de alfabetização. Conflitando, por vezes, com as estratégias fornecidas na formação acadêmicas das mestras. Essas táticas operam no vazio deixado pelas estratégias, ou seja, as táticas se tornam um recurso cada vez mais presente na medida em que forem mais ausentes as estratégias. Essas estratégias tornam-se ausentes no sentido de não compreenderem as experiências vividas pelas professoras ou, ainda, de não compreenderem a dimensão pragmática das mestras. Percebemos que as professoras não ficam passivas diante das estratégias fornecidas e táticas vivenciadas. Elas as alteram em uma adaptação ao contexto, numa mescla de métodos e práticas em que o novo e o velho se misturam em um conflito de intenções. Diante disso, as professoras podem ter resultados tanto negativos como positivos na alfabetização de seus alunos. Isso acontece devido aos limites impostos pelas contradições entre os métodos e concepções de ensino. Porém, as escolhas não acontecem de forma programada e visível. As táticas, por exemplo, não têm a visibilidade das estratégias, são ocultas e emergem na estrutura do próprio , nesse caso, a escola, estando dentro da estrutura, utiliza as informações fornecidas com finalidades diferentes das quem as criou. Assim, as estratégias pavimentam a estrada como ponto de partida e de chegada bem definidos. Já as táticas criam desvios e caminhos variados que não se sabe aonde vão chegar. Constatamos que a recusa em trabalhar com as estratégias de alfabetização pensadas pela academia, que orienta para não trabalhar com o tradicional, não brota apenas de professoras que se formaram há décadas, mas também de professoras com formação recente (as quais utilizam formas tradicionais de alfabetização fato observado em todas as mestras pesquisadas. Vimos também que professoras, mesmo em contato com novos conceitos relativos à alfabetização (psicogênese da língua escrita, letramento) não deixam de utilizar os padrões silábicos. O que acontece é uma readaptação dentro desses conceitos, com uma roupagem própria de cada professora. Descobrimos, por fim, que a memória das professoras exerce um papel fundamental nesse processo, pois estabelece um elo (interface) entre as origens de suas práticas de alfabetização e as negociações dos conflitos da fabricação do seu cotidiano. Notamos, assim, que as professoras fabricam suas práticas- negando, aceitando e modificando as concepções, métodos e práticas de alfabetização- em uma teia multifacetada de elementos tradicionais e novos, frutos de suas experiências, quando foram alfabetizadas e de sua formação como professoras. Nesse compreender como as professoras fabricam e utilizam suas práticas de alfabetização, identificamos a reflexão e a constatação, por parte das mestras, sobre a importância de sistematizar e refletir os múltiplos caminhos da alfabetização
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Nesse contexto, existem professores que se afastam, em suas práticas, das estratégias pensadas pela academia, outros que se aproximam e aqueles que modificam essas estratégias. Esta pesquisa teve como propósito descobrir como 4 (quatro) professoras alfabetizadoras, da rede municipal de Olinda-PE, (re)constroem e utilizam suas estratégias e táticas de alfabetização. Buscamos neste trabalho, uma interface explicativa entre a natureza das práticas de alfabetização e a fabricação do cotidiano escolar. Analisando: o que as professoras dizem sobre suas práticas? Como fabricam suas práticas em sala de aula? Como elas utilizam as estratégias e táticas de alfabetização? Utilizamos a metodologia de pesquisa qualitativa etnográfica. Fizemos observações em sala de aula, grupo focal, filmagem e gravações. Descobrimos que as professoras possuem maneiras específicas de fabricar as práticas de alfabetização. 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