Fonologia da libras: estatuto da mão não dominante
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24498 |
Resumo: | A presente pesquisa tem como objetivo analisar o estatuto fonológico da mão não dominante na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) através da realização de um mapeamento lexical com vistas a descrevê-la, considerando as restrições no tocante aos parâmetros fonológicos, os tipos de sinais em que ela aparece, os espaços, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade do seu uso e a iconicidade. Para tal, partimos do Dicionário Enciclopédico Trilíngue de Capovilla e Raphael (2009), no qual identificamos 1.167 sinais em que mão não dominante aparece como suporte, admitindo que, atualmente, na literatura acerca da fonologia da LIBRAS essa mão apresenta função de apoio para a primeira mão, visto que não apresenta movimento em si mesma. Em seguida, submetemos alguns sinais (verbos, substantivos e adjetivos) a voluntários usuários da LIBRAS como primeira língua em entrevistas semiestruturadas a fim de verificarmos os espaços em que esses sinais podem ser realizados, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade e a iconicidade. Assim, identificamos que há restrições em relação aos parâmetros fonológicos configuração de mão, locação, movimento e orientação da palma da mão; que a maioria dos sinais em que a mão não dominante aparece são substantivos, tendo uma relação direta com a obrigatoriedade e a iconicidade característica desta mão nesses sinais; e que a maioria desses sinais só podem ser realizados nos espaços real e sub-rogado quando são substantivos, com exceção de alguns verbos denominados verbos de concordância que podem ser realizados no espaço token em função de sua morfologia. Isso aponta para o questionamento de quais seriam, de fato, os limites estruturais entre os níveis gramaticais dessa língua, visto que no caso da mão não dominante percebemos que fenômenos fonológicos apresentam relação intensa com a morfologia e com a sintaxe. Paralelamente, o comportamento fonológico da mão não dominante mostra que ela é um aspecto distintivo no sistema fonológico da LIBRAS e aponta para questionamentos acerca de alguns conceitos da fonologia da LIBRAS e das línguas de sinais, como os aspectos relacionados à marcação, à sequencialidade, à iconicidade, à existência da sílaba mediante o parâmetro movimento. Consequentemente, a pesquisa destaca que tais questionamentos são de ordem epistemológica, sinalizando para a possibilidade de revisitarmos os objetos de estudo da Linguística bem como as teorias fonológicas aplicadas à LIBRAS e às línguas de sinais. Dessa forma, reconhecemos que essa revisitação é um movimento intrínseco ao desenvolvimento das ciências e que, provavelmente, nos encontramos em um momento histórico propício para Linguística se refazer, em certa medida, a fim de dar conta das especificidades das línguas de natureza vísuo-espacial. |
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MÁXIMO, Nídia Nuneshttp://lattes.cnpq.br/5124520455155048http://lattes.cnpq.br/9868929094681867LIMA, Stella Virginia Telles de Araujo Pereira2018-04-26T22:18:56Z2018-04-26T22:18:56Z2016-08-31https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24498ark:/64986/0013000010rc4A presente pesquisa tem como objetivo analisar o estatuto fonológico da mão não dominante na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) através da realização de um mapeamento lexical com vistas a descrevê-la, considerando as restrições no tocante aos parâmetros fonológicos, os tipos de sinais em que ela aparece, os espaços, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade do seu uso e a iconicidade. Para tal, partimos do Dicionário Enciclopédico Trilíngue de Capovilla e Raphael (2009), no qual identificamos 1.167 sinais em que mão não dominante aparece como suporte, admitindo que, atualmente, na literatura acerca da fonologia da LIBRAS essa mão apresenta função de apoio para a primeira mão, visto que não apresenta movimento em si mesma. Em seguida, submetemos alguns sinais (verbos, substantivos e adjetivos) a voluntários usuários da LIBRAS como primeira língua em entrevistas semiestruturadas a fim de verificarmos os espaços em que esses sinais podem ser realizados, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade e a iconicidade. Assim, identificamos que há restrições em relação aos parâmetros fonológicos configuração de mão, locação, movimento e orientação da palma da mão; que a maioria dos sinais em que a mão não dominante aparece são substantivos, tendo uma relação direta com a obrigatoriedade e a iconicidade característica desta mão nesses sinais; e que a maioria desses sinais só podem ser realizados nos espaços real e sub-rogado quando são substantivos, com exceção de alguns verbos denominados verbos de concordância que podem ser realizados no espaço token em função de sua morfologia. Isso aponta para o questionamento de quais seriam, de fato, os limites estruturais entre os níveis gramaticais dessa língua, visto que no caso da mão não dominante percebemos que fenômenos fonológicos apresentam relação intensa com a morfologia e com a sintaxe. Paralelamente, o comportamento fonológico da mão não dominante mostra que ela é um aspecto distintivo no sistema fonológico da LIBRAS e aponta para questionamentos acerca de alguns conceitos da fonologia da LIBRAS e das línguas de sinais, como os aspectos relacionados à marcação, à sequencialidade, à iconicidade, à existência da sílaba mediante o parâmetro movimento. Consequentemente, a pesquisa destaca que tais questionamentos são de ordem epistemológica, sinalizando para a possibilidade de revisitarmos os objetos de estudo da Linguística bem como as teorias fonológicas aplicadas à LIBRAS e às línguas de sinais. Dessa forma, reconhecemos que essa revisitação é um movimento intrínseco ao desenvolvimento das ciências e que, provavelmente, nos encontramos em um momento histórico propício para Linguística se refazer, em certa medida, a fim de dar conta das especificidades das línguas de natureza vísuo-espacial.This research aims to analyze the phonological status of the nondominant hand in the Brazilian Sign Language (BSL) through a lexical mapping in order to describe it, considering the restrictions with regard to phonological parameters, the types of signals it appears, the spaces, the obligation and/or optionality of its use and iconicity. To do this, we start from the Encyclopedic Trilingual Dictionary of Capovilla and Raphael (2009), which we identified 1,167 signs that the nondominant hand appears as a support, admitting that currently in the literature about BSL phonology this hand has a support function for the first hand, as it has no movement by itself. Then, we submit some signs (verbs, nouns and adjectives) to volunteers who are users of BSL as a first language in semi-structured interviews in order to check the spaces in which these signs can be signalized, the obligation and/or optionality and iconicity. Thus, we have identified that there are restrictions on phonological parameters as hand configuration, location, movement and palm orientation; that most of the signs that the nondominant hand appears are nouns having a direct relationship with the obligation and the iconicity feature of this hand in these signs; and that most of these signs can only be performed in real and subrogated spaces when they are nouns, except for some verbs called agreement verbs that can be performed in token space because of its morphology. This points to the question of what would be, in fact, the structural boundaries between grammatical levels of this language, since in the nondominant hand case we realized that phonological phenomena have close relationship with the morphology and syntax. In parallel, the phonological behavior of the nondominant hand shows that it is a distinctive feature in the phonological system of LBS and points to questions about some phonology concepts of LBS and sign languages, such as aspects related to markedness, the sequentiality, the iconicity, the existence of the syllable by the movement parameter. Consequently, the research highlights that such questions are epistemological, signaling the possibility of revisiting the Linguistics objects of study and phonological theories applied to BSL and sign languages. Thus, we recognize that this revisitation is an intrinsic movement to the development of science and probably we find ourselves in an historic moment for Linguistics remake itself to some extent in order to take account of the specificities of languages of visuospatial nature.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em LetrasUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessLibrasMão não dominanteFonologiaFonologia da libras: estatuto da mão não dominanteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILDISSERTAÇÃO Nídia Nunes Máximo.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Nídia Nunes Máximo.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1126https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24498/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20N%c3%addia%20Nunes%20M%c3%a1ximo.pdf.jpg6111b74624692905c199b8f851003e3cMD55ORIGINALDISSERTAÇÃO Nídia Nunes Máximo.pdfDISSERTAÇÃO Nídia Nunes Máximo.pdfapplication/pdf3858589https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/24498/1/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20N%c3%addia%20Nunes%20M%c3%a1ximo.pdf6e92cb9f9128f78cc80044e72d1bd569MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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A presente pesquisa tem como objetivo analisar o estatuto fonológico da mão não dominante na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) através da realização de um mapeamento lexical com vistas a descrevê-la, considerando as restrições no tocante aos parâmetros fonológicos, os tipos de sinais em que ela aparece, os espaços, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade do seu uso e a iconicidade. Para tal, partimos do Dicionário Enciclopédico Trilíngue de Capovilla e Raphael (2009), no qual identificamos 1.167 sinais em que mão não dominante aparece como suporte, admitindo que, atualmente, na literatura acerca da fonologia da LIBRAS essa mão apresenta função de apoio para a primeira mão, visto que não apresenta movimento em si mesma. Em seguida, submetemos alguns sinais (verbos, substantivos e adjetivos) a voluntários usuários da LIBRAS como primeira língua em entrevistas semiestruturadas a fim de verificarmos os espaços em que esses sinais podem ser realizados, a obrigatoriedade e/ou opcionalidade e a iconicidade. Assim, identificamos que há restrições em relação aos parâmetros fonológicos configuração de mão, locação, movimento e orientação da palma da mão; que a maioria dos sinais em que a mão não dominante aparece são substantivos, tendo uma relação direta com a obrigatoriedade e a iconicidade característica desta mão nesses sinais; e que a maioria desses sinais só podem ser realizados nos espaços real e sub-rogado quando são substantivos, com exceção de alguns verbos denominados verbos de concordância que podem ser realizados no espaço token em função de sua morfologia. Isso aponta para o questionamento de quais seriam, de fato, os limites estruturais entre os níveis gramaticais dessa língua, visto que no caso da mão não dominante percebemos que fenômenos fonológicos apresentam relação intensa com a morfologia e com a sintaxe. Paralelamente, o comportamento fonológico da mão não dominante mostra que ela é um aspecto distintivo no sistema fonológico da LIBRAS e aponta para questionamentos acerca de alguns conceitos da fonologia da LIBRAS e das línguas de sinais, como os aspectos relacionados à marcação, à sequencialidade, à iconicidade, à existência da sílaba mediante o parâmetro movimento. Consequentemente, a pesquisa destaca que tais questionamentos são de ordem epistemológica, sinalizando para a possibilidade de revisitarmos os objetos de estudo da Linguística bem como as teorias fonológicas aplicadas à LIBRAS e às línguas de sinais. Dessa forma, reconhecemos que essa revisitação é um movimento intrínseco ao desenvolvimento das ciências e que, provavelmente, nos encontramos em um momento histórico propício para Linguística se refazer, em certa medida, a fim de dar conta das especificidades das línguas de natureza vísuo-espacial. |
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