Perfil sócio epidemiológico de pacientes com esclerose sistêmica atendidos em Centro de Referência no estado de Pernambuco
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPE |
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Texto Completo: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48340 |
Resumo: | A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença autoimune, multissistêmica, rara, comumente apresenta um diagnóstico que exige empenho e esforço por parte dos profissionais assistentes e grande variedade clínica. Acomete pele, pulmões, rins, coração e sistema gastrointestinal, porém, com maior destaque para a pele. Tem um pico de incidência entre os 35 e 50 anos, sendo 3-14 vezes mais comum em indivíduos do sexo feminino. Pessoas negras desenvolvem a doença mais precocemente, com predomínio da forma cutânea difusa, forma clinica com prognóstico mais severo. Este estudo propôs-se a identificar o perfil social e epidemiológico dos pacientes com ES atendidos em um serviço de referência no estado de Pernambuco, bem como relacionar a presença da doença com as dificuldades no mercado de trabalho, além de observar se o fato de estar acometido pela ES pode influenciar na decisão de migração dessas pessoas para locais próximos ao centro de tratamento. Foi realizado um estudo descritivo com delineamento transversal em serviço de referência estadual, no ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) e foram utilizados dois modelos de regressão logística e um modelo de regressão linear múltipla, considerando o método de mínimos quadrados ordinários (MQO). O período compreendeu de set./2021 à mar./2022. Foram entrevistados 111 dos 280 pacientes, maiores de 18 anos, com diagnósticos de ES cadastrados no serviço. Os resultados mostram evidência de uma maior concentração da doença em mulheres (94%), cor/raça negra/ parda (79%), com média de idade em torno de 49 anos. A maioria dos pacientes (62%) do estado moram na área urbana. Existe uma concentração maior de paciente com ES do tipo cutânea limitada, enquanto que a forma cutânea difusa representa um pouco mais de 39%. Outro achado foi que pessoas que recebem o benefício de prestação continuada têm 63% menos chances de continuar trabalhando do que os quem não recebem, enquanto que os anos de estudo aumentam a razão de chance de continuar trabalhando. O Fenômeno de Raynaud foi um dos sintomas mais frequentes nos pacientes (83%). A média de tempo de convivência com a ES foi de 1 a 5 anos. A partir dos modelos estatísticos, as variáveis “idade” e “sexo” contribuíram para a diminuição da chance de desenvolver ES cutânea difusa; enquanto a variável “sintomas” contribuiu para o aumento da chance de desenvolver ES difusa. Quanto ao intervalo de tempo entre os atendimentos, para cada aumento no intervalo entre as consultas em um mês, há evidência de aumento de 1,724 vezes a chance do paciente com ES cutânea difusa, ter espaçado seu atendimento. Os achados deste estudo, permitem inferir a necessidade de fomentar pesquisa em nosso estado sobre a referida doença, propondo inclusive aos gestores públicos a elaboração e implantação de um sistema estadual para registrar os pacientes de ES, permitindo identificar a incidência e a prevalência destas no estado de Pernambuco e consequentemente auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde voltadas a esse público. |
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LIMA, Lígia Ferreira dehttp://lattes.cnpq.br/9732245004203209http://lattes.cnpq.br/5982392759349128http://lattes.cnpq.br/4773816948660957MENEZES, Tatiane Almeida deDANTAS, Andréa Tavares2022-12-21T15:34:16Z2022-12-21T15:34:16Z2022-09-02LIMA, Lígia Ferreira de. Perfil sócio epidemiológico de pacientes com esclerose sistêmica atendidos em Centro de Referência no estado de Pernambuco. 2022. Dissertação (Mestrado em Gestão e Economia da Saúde) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2022.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48340ark:/64986/001300000stp2A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença autoimune, multissistêmica, rara, comumente apresenta um diagnóstico que exige empenho e esforço por parte dos profissionais assistentes e grande variedade clínica. Acomete pele, pulmões, rins, coração e sistema gastrointestinal, porém, com maior destaque para a pele. Tem um pico de incidência entre os 35 e 50 anos, sendo 3-14 vezes mais comum em indivíduos do sexo feminino. Pessoas negras desenvolvem a doença mais precocemente, com predomínio da forma cutânea difusa, forma clinica com prognóstico mais severo. Este estudo propôs-se a identificar o perfil social e epidemiológico dos pacientes com ES atendidos em um serviço de referência no estado de Pernambuco, bem como relacionar a presença da doença com as dificuldades no mercado de trabalho, além de observar se o fato de estar acometido pela ES pode influenciar na decisão de migração dessas pessoas para locais próximos ao centro de tratamento. Foi realizado um estudo descritivo com delineamento transversal em serviço de referência estadual, no ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) e foram utilizados dois modelos de regressão logística e um modelo de regressão linear múltipla, considerando o método de mínimos quadrados ordinários (MQO). O período compreendeu de set./2021 à mar./2022. Foram entrevistados 111 dos 280 pacientes, maiores de 18 anos, com diagnósticos de ES cadastrados no serviço. Os resultados mostram evidência de uma maior concentração da doença em mulheres (94%), cor/raça negra/ parda (79%), com média de idade em torno de 49 anos. A maioria dos pacientes (62%) do estado moram na área urbana. Existe uma concentração maior de paciente com ES do tipo cutânea limitada, enquanto que a forma cutânea difusa representa um pouco mais de 39%. Outro achado foi que pessoas que recebem o benefício de prestação continuada têm 63% menos chances de continuar trabalhando do que os quem não recebem, enquanto que os anos de estudo aumentam a razão de chance de continuar trabalhando. O Fenômeno de Raynaud foi um dos sintomas mais frequentes nos pacientes (83%). A média de tempo de convivência com a ES foi de 1 a 5 anos. A partir dos modelos estatísticos, as variáveis “idade” e “sexo” contribuíram para a diminuição da chance de desenvolver ES cutânea difusa; enquanto a variável “sintomas” contribuiu para o aumento da chance de desenvolver ES difusa. Quanto ao intervalo de tempo entre os atendimentos, para cada aumento no intervalo entre as consultas em um mês, há evidência de aumento de 1,724 vezes a chance do paciente com ES cutânea difusa, ter espaçado seu atendimento. Os achados deste estudo, permitem inferir a necessidade de fomentar pesquisa em nosso estado sobre a referida doença, propondo inclusive aos gestores públicos a elaboração e implantação de um sistema estadual para registrar os pacientes de ES, permitindo identificar a incidência e a prevalência destas no estado de Pernambuco e consequentemente auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde voltadas a esse público.CAPESSystemic Sclerosis (SSc) is a rare, multisystemic, autoimmune disease that commonly presents a diagnosis that requires commitment and effort on the part of assisting professionals and great clinical variety. It affects the skin, lungs, kidneys, heart and gastrointestinal system, but with greater emphasis on the skin. It has a peak incidence between 35 and 50 years, being 3-14 times more common in females. Black people develop the disease earlier, with a predominance of the diffuse cutaneous form, with a more severe prognosis. This study aimed to identify the social and epidemiological profile of patients with SSc treated at a reference service in the state of Pernambuco/Brazil, as well as to relate how the presence of the disease cause difficulties in the maintenance labor for whom is in treatment, in addition to observing whether the fact of being affected by SS can influence the decision to reside closer to the treatment center causing a migratory movement from the natal land for the capital of the state. A descriptive, cross-sectional study was carried out in a state referral service, at the rheumatology outpatient clinic of the Hospital das Clínicas of the Federal University of Pernambuco (HC/UFPE); two logistic regression models and a multiple linear regression model were used, considering the ordinary least squares method (OLS). The period comprised from Sep./2021 to Mar./2022. 111 of the 280 patients were interviewed, over 18 years old, with diagnoses of SSc registered at the service. The results showed evidence of a higher concentration of the disease in women (94%), black/brown (79%), with a mean age of around 49 years. Most patients (62%) in the state live in urban areas. There is a higher concentration of patients with limited cutaneous type SSc, while the diffuse cutaneous form represents a little over 39%. Another finding was that people who receive the Continuous Cash Benefit Programme (BPC) are 63% less likely to continue working than those who do not, while years of schooling increase the odds ratio of continuing to work. Raynaud's phenomenon was one of the most frequent symptoms in patients (83%). The average time of living with ES was 1 to 5 years. From the statistical models, the variables “age” and “sex” contributed to the decrease in the chance of developing diffuse cutaneous SSc; while the variable “symptoms” contributed to the increased chance of developing diffuse SSc. Regarding the time interval between consultations, for each increase in the interval between consultations in one month, there is evidence of a 1.724-fold increase in the chance of the patient with diffuse cutaneous SSc, having spaced out their care. The findings of this study allow us to infer the need to promote research in our state on the aforementioned disease, even proposing to public managers the elaboration and implementation of a state system to register SSc patients, allowing to identify the incidence and prevalence of these in the state of Pernambuco and consequently assist in the elaboration of public health policies aimed at this public.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Gestao e Economia da SaudeUFPEBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEscleroderma sistêmicaEpidemiologiaDeterminantes sociais da saúdePerfil sócio epidemiológico de pacientes com esclerose sistêmica atendidos em Centro de Referência no estado de Pernambucoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestrado profissionalreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETEXTDISSERTAÇÃO Lígia Ferreira de Lima.pdf.txtDISSERTAÇÃO Lígia Ferreira de Lima.pdf.txtExtracted texttext/plain89769https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/48340/4/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20L%c3%adgia%20Ferreira%20de%20Lima.pdf.txt3f3398ff07a3f3de0625e2d1c739ffecMD54THUMBNAILDISSERTAÇÃO Lígia Ferreira de Lima.pdf.jpgDISSERTAÇÃO Lígia Ferreira de Lima.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1319https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/48340/5/DISSERTA%c3%87%c3%83O%20L%c3%adgia%20Ferreira%20de%20Lima.pdf.jpg9390d114b656517f7d12f25fa2a67f62MD55CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença autoimune, multissistêmica, rara, comumente apresenta um diagnóstico que exige empenho e esforço por parte dos profissionais assistentes e grande variedade clínica. Acomete pele, pulmões, rins, coração e sistema gastrointestinal, porém, com maior destaque para a pele. Tem um pico de incidência entre os 35 e 50 anos, sendo 3-14 vezes mais comum em indivíduos do sexo feminino. Pessoas negras desenvolvem a doença mais precocemente, com predomínio da forma cutânea difusa, forma clinica com prognóstico mais severo. Este estudo propôs-se a identificar o perfil social e epidemiológico dos pacientes com ES atendidos em um serviço de referência no estado de Pernambuco, bem como relacionar a presença da doença com as dificuldades no mercado de trabalho, além de observar se o fato de estar acometido pela ES pode influenciar na decisão de migração dessas pessoas para locais próximos ao centro de tratamento. Foi realizado um estudo descritivo com delineamento transversal em serviço de referência estadual, no ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) e foram utilizados dois modelos de regressão logística e um modelo de regressão linear múltipla, considerando o método de mínimos quadrados ordinários (MQO). O período compreendeu de set./2021 à mar./2022. Foram entrevistados 111 dos 280 pacientes, maiores de 18 anos, com diagnósticos de ES cadastrados no serviço. Os resultados mostram evidência de uma maior concentração da doença em mulheres (94%), cor/raça negra/ parda (79%), com média de idade em torno de 49 anos. A maioria dos pacientes (62%) do estado moram na área urbana. Existe uma concentração maior de paciente com ES do tipo cutânea limitada, enquanto que a forma cutânea difusa representa um pouco mais de 39%. Outro achado foi que pessoas que recebem o benefício de prestação continuada têm 63% menos chances de continuar trabalhando do que os quem não recebem, enquanto que os anos de estudo aumentam a razão de chance de continuar trabalhando. O Fenômeno de Raynaud foi um dos sintomas mais frequentes nos pacientes (83%). A média de tempo de convivência com a ES foi de 1 a 5 anos. A partir dos modelos estatísticos, as variáveis “idade” e “sexo” contribuíram para a diminuição da chance de desenvolver ES cutânea difusa; enquanto a variável “sintomas” contribuiu para o aumento da chance de desenvolver ES difusa. Quanto ao intervalo de tempo entre os atendimentos, para cada aumento no intervalo entre as consultas em um mês, há evidência de aumento de 1,724 vezes a chance do paciente com ES cutânea difusa, ter espaçado seu atendimento. Os achados deste estudo, permitem inferir a necessidade de fomentar pesquisa em nosso estado sobre a referida doença, propondo inclusive aos gestores públicos a elaboração e implantação de um sistema estadual para registrar os pacientes de ES, permitindo identificar a incidência e a prevalência destas no estado de Pernambuco e consequentemente auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde voltadas a esse público. |
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