Consumo Colaborativo : uma análise crítica dos processos e economias do consumo em rede

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: BARROS, Ana Cirne Paes de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
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Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34228
Resumo: O consumo em rede realizado através de plataformas digitais - também nomeado como Consumo Colaborativo, economia do compartilhamento, economia entre pares, dentre diversos outros termos - é um fenômeno contemporâneo em evidência que pode ser entendido como o consumo de bens e serviços provenientes de indivíduos e realizados através da constituição de redes colaborativas on-line. Os exemplos observados demonstram desde a compra, venda, troca e acesso dos mais diversos produtos utilizados – ferramentas, roupas, eletrônicos, acessórios domésticos, dentre outros –, à prestação de serviços de hospedagem, transporte, consertos, entregas e aulas particulares. Apesar do pleno processo de expansão em que se encontram, tais comportamentos não são totalmente novos como muitas vezes se apresentam. Eles destacam-se no momento atual pela potencialidade de conexão permitida a partir da sociedade em rede mediada pela internet, pela reconfiguração dos hábitos de consumo, além de um vasto e complexo conjunto de fatores expostos no trabalho. Apesar de boa parte das discussões em torno do fenômeno o apresentarem como um processo benéfico e produtivo para a sociedade e especialmente para aqueles que estão diretamente envolvidos, esse estudo formula a tese que tal perspectiva encobre um conjunto de técnicas e procedimentos que reproduzem o sistema de consumo capitalista, na maioria das vezes não tão democrático e positivo quanto se apresenta. O desequilíbrio entre gigantes corporações multinacionais e os membros de suas plataformas, o modo como o indivíduo passa a operar nas esferas da produção e distribuição do consumo, os efeitos que tais processos têm proporcionado nas relações de trabalho, as concepções sobre propriedade e acesso aos bens de consumo, são algumas das reverberações do Consumo Colaborativo que revelam a manutenção das estruturas e lutas de classes sociais conduzidas por forças políticas e econômicas que apenas intensificam, através de tais práticas, o seu poder. Trata-se de um estudo crítico que desconfia e se contrapõe ao que é dito sobre o Consumo Colaborativo a partir da investigação sobre os discursos e interpretações proferidas sobre o fenômeno, que desvenda a economia política presente em suas estratégias que o colocam na ordem do discurso, que debate a sua ambivalência e que, por fim, apresenta as diversas economias que movimentam esse consumo. Configura-se como uma análise macro sobre o Consumo Colaborativo que o aprecia, mas não assume o ponto de vista normalmente apresentado, tampouco o condena por completo. Há, na diversidade de práticas, na formação estrutural de suas redes, na relação entre os membros, nas motivações e compreensões dos praticantes, condições que nos evidenciam consumos colaborativos diferenciados, o que não nos permite fazer postulações generalistas. A complexidade de fatores que incidem sobre o processo associado à variedade de formas de praticá-lo apresenta o Consumo Colaborativo como múltiplo e multifacetado.
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Apesar do pleno processo de expansão em que se encontram, tais comportamentos não são totalmente novos como muitas vezes se apresentam. Eles destacam-se no momento atual pela potencialidade de conexão permitida a partir da sociedade em rede mediada pela internet, pela reconfiguração dos hábitos de consumo, além de um vasto e complexo conjunto de fatores expostos no trabalho. Apesar de boa parte das discussões em torno do fenômeno o apresentarem como um processo benéfico e produtivo para a sociedade e especialmente para aqueles que estão diretamente envolvidos, esse estudo formula a tese que tal perspectiva encobre um conjunto de técnicas e procedimentos que reproduzem o sistema de consumo capitalista, na maioria das vezes não tão democrático e positivo quanto se apresenta. O desequilíbrio entre gigantes corporações multinacionais e os membros de suas plataformas, o modo como o indivíduo passa a operar nas esferas da produção e distribuição do consumo, os efeitos que tais processos têm proporcionado nas relações de trabalho, as concepções sobre propriedade e acesso aos bens de consumo, são algumas das reverberações do Consumo Colaborativo que revelam a manutenção das estruturas e lutas de classes sociais conduzidas por forças políticas e econômicas que apenas intensificam, através de tais práticas, o seu poder. Trata-se de um estudo crítico que desconfia e se contrapõe ao que é dito sobre o Consumo Colaborativo a partir da investigação sobre os discursos e interpretações proferidas sobre o fenômeno, que desvenda a economia política presente em suas estratégias que o colocam na ordem do discurso, que debate a sua ambivalência e que, por fim, apresenta as diversas economias que movimentam esse consumo. Configura-se como uma análise macro sobre o Consumo Colaborativo que o aprecia, mas não assume o ponto de vista normalmente apresentado, tampouco o condena por completo. Há, na diversidade de práticas, na formação estrutural de suas redes, na relação entre os membros, nas motivações e compreensões dos praticantes, condições que nos evidenciam consumos colaborativos diferenciados, o que não nos permite fazer postulações generalistas. A complexidade de fatores que incidem sobre o processo associado à variedade de formas de praticá-lo apresenta o Consumo Colaborativo como múltiplo e multifacetado.Network consumption through digital platforms - also called Collaborative Consumption, sharing economics, peer economy, among many other terms - is a contemporary phenomenon in evidence that can be understood as the consumption of goods and services from individuals and through the creation of online collaborative networks. The examples show the purchase, sale, exchange and access of the most diverse products used - tools, clothing, electronics, household accessories, among others - to the provision of accommodation services, transportation, repairs, deliveries and private lessons. Despite the full process of expansion in which they are found, such behaviors are not totally new as they often present themselves. They stand out at the present moment for the potentiality of connection allowed from the society in network mediated by the internet, by the reconfiguration of the habits of consumption, besides a vast and complex set of exposed factors in the work. Although much of the discussion about the phenomenon presents it as a beneficial and productive process for society and especially for those who are directly involved, this study formulates the thesis that such perspective covers a set of techniques and procedures that reproduce the system of capitalist consumption, most often not as democratic and positive as it is. The imbalance between giant multinational corporations and the members of their platforms, how the individual begins to operate in the spheres of production and distribution of consumption, the effects that such processes have on labor relations, conceptions of ownership and access to goods are some of the reverberations of Collaborative Consumption that reveal the maintenance of the structures and struggles of social classes led by political and economic forces that only intensify their power through such practices. It is a critical study that distrusts and opposes what is said about Collaborative Consumption from research on the discourses and interpretations given about the phenomenon, which unveils the present economic policy in its strategies, which place it in the order of discourse, which debates its ambivalence and, finally, presents the various economies that move this consumption. It is configured as a macro analysis about Collaborative Consumption that appreciates it but does not assume the point of view normally presented, nor does it condemn it completely. There is diversity in practices in the structural formation of their networks, in the relationship between members, in the motivations and understandings of practitioners, conditions that show us different collaborative consumptions, which does not allow us to make generalist postulations. The complexity of factors that influence the process associated to the variety of ways of practicing it presents Collaborative Consumption as multiple and multifaceted.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em ComunicacaoUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessConsumo ColaborativoConsumo em redeCompartilhamentoCríticaConsumo Colaborativo : uma análise crítica dos processos e economias do consumo em redeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Ana Cirne Paes de Barros.pdf.jpgTESE Ana Cirne Paes de Barros.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1214https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34228/5/TESE%20Ana%20Cirne%20Paes%20de%20Barros.pdf.jpge64bfc5cb35f3e21de6cd0009beac982MD55ORIGINALTESE Ana Cirne Paes de Barros.pdfTESE Ana Cirne Paes de Barros.pdfapplication/pdf5473007https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34228/1/TESE%20Ana%20Cirne%20Paes%20de%20Barros.pdf4694644ac29d1c0853f5766c699c1676MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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