Da colônia ao sertão. Um estudo antropológico sobre conflitos na construção da qualidade dos alimentos entre famílias rurais do Nordeste e do Rio Grande do Sull

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: KRONE, Evander Eloi
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32701
Resumo: Os estudos sobre os sistemas agroalimentares revelam que as construções de indicadores de qualidade dos alimentos estão submetidas às normas e padrões, previamente definidos, de modo a garantir a circulação e consumo das mercadorias nos mercados globais. Essas formas de definição da qualidade dos alimentos contrastam, por vezes com saberes e práticas locais de qualidade. Nesta tese são analisadas as representações sociais sobre a qualidade dos alimentos que orientam as práticas de produção e consumo entre famílias rurais, de modo a compreender como populações rurais situadas em diferentes contextos regionais do Brasil lidam com os padrões hegemônicos de qualidade impostos pelas organizações do sistema agroalimentar e, em que termos constroem formas de resistência. Foram escolhidas como universo empírico de observação duas realidades do rural brasileiro. O recorte geográfico tomou em conta no Sul do Brasil, o caso das famílias rurais produtoras de doces de frutas de Pelotas (RS), também conhecidos como doces coloniais; enquanto no Nordeste do Brasil o foco centrou-se no estudo de famílias rurais assentadas, situadas à margem dos projetos de fruticultura irrigada da região do Vale do São Francisco (BA/PE). Os dados da pesquisa permitiram concluir que os parâmetros de qualidade impostos pelas organizações do sistema agroalimentar entram em choque com os conhecimentos tradicionais e parâmetros nativos de qualidade alimentar mantidos pelas famílias rurais estudadas. O trabalho evidencia que as qualidades positivas socialmente valorizadas pelas famílias rurais estudadas encontram-se associadas à produção própria de alimentos mantida sobre a base de saberes e fazeres conhecidos e tradicionais, enquanto atributos negativos são geralmente imputados aos alimentos oriundos da indústria agroalimentar. A pesquisa realizada entre os anos de 2014 e 2018 demonstra que os sujeitos estudados são submetidos e pressionados justamente a adotar os modelos tecnológicos e produtivos que são, de acordo com as suas percepções, fonte de desconfiança. Desenvolveram-se, então, situações de conflitos entre as representações nativas das famílias rurais e as normativas hegemônicas de qualidade impostas pelas organizações do sistema agroalimentar. Deste modo, formas de resistência foram engendradas pelas famílias rurais de acordo com as configurações e redes sociais em que estão inseridas. A abordagem metodológica consistiu na tradição do método etnográfico com realização de entrevistas semiestruturadas, aliado ao procedimento de observação participante. Nesse sentido, cabe mencionar que no Vale do São Francisco foram gravadas 20 entrevistas, enquanto em Pelotas foram realizadas mais outras 15 entrevistas. O registro das informações colhidas na convivência com as famílias rurais foi sistematizado com o uso de diário de campo e com o auxílio de registros imagéticos. Posteriormente os dados e entrevistas foram transcritos com o suporte de softwares o que permitiu a categorização e análise do material obtido em campo.
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spelling KRONE, Evander Eloihttp://lattes.cnpq.br/1047405430051079http://lattes.cnpq.br/2858210983086479CAVALCANTI, Josefa Salete Barbosa2019-09-12T18:49:20Z2019-09-12T18:49:20Z2018-06-29https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32701Os estudos sobre os sistemas agroalimentares revelam que as construções de indicadores de qualidade dos alimentos estão submetidas às normas e padrões, previamente definidos, de modo a garantir a circulação e consumo das mercadorias nos mercados globais. Essas formas de definição da qualidade dos alimentos contrastam, por vezes com saberes e práticas locais de qualidade. Nesta tese são analisadas as representações sociais sobre a qualidade dos alimentos que orientam as práticas de produção e consumo entre famílias rurais, de modo a compreender como populações rurais situadas em diferentes contextos regionais do Brasil lidam com os padrões hegemônicos de qualidade impostos pelas organizações do sistema agroalimentar e, em que termos constroem formas de resistência. Foram escolhidas como universo empírico de observação duas realidades do rural brasileiro. O recorte geográfico tomou em conta no Sul do Brasil, o caso das famílias rurais produtoras de doces de frutas de Pelotas (RS), também conhecidos como doces coloniais; enquanto no Nordeste do Brasil o foco centrou-se no estudo de famílias rurais assentadas, situadas à margem dos projetos de fruticultura irrigada da região do Vale do São Francisco (BA/PE). Os dados da pesquisa permitiram concluir que os parâmetros de qualidade impostos pelas organizações do sistema agroalimentar entram em choque com os conhecimentos tradicionais e parâmetros nativos de qualidade alimentar mantidos pelas famílias rurais estudadas. O trabalho evidencia que as qualidades positivas socialmente valorizadas pelas famílias rurais estudadas encontram-se associadas à produção própria de alimentos mantida sobre a base de saberes e fazeres conhecidos e tradicionais, enquanto atributos negativos são geralmente imputados aos alimentos oriundos da indústria agroalimentar. A pesquisa realizada entre os anos de 2014 e 2018 demonstra que os sujeitos estudados são submetidos e pressionados justamente a adotar os modelos tecnológicos e produtivos que são, de acordo com as suas percepções, fonte de desconfiança. Desenvolveram-se, então, situações de conflitos entre as representações nativas das famílias rurais e as normativas hegemônicas de qualidade impostas pelas organizações do sistema agroalimentar. Deste modo, formas de resistência foram engendradas pelas famílias rurais de acordo com as configurações e redes sociais em que estão inseridas. A abordagem metodológica consistiu na tradição do método etnográfico com realização de entrevistas semiestruturadas, aliado ao procedimento de observação participante. Nesse sentido, cabe mencionar que no Vale do São Francisco foram gravadas 20 entrevistas, enquanto em Pelotas foram realizadas mais outras 15 entrevistas. O registro das informações colhidas na convivência com as famílias rurais foi sistematizado com o uso de diário de campo e com o auxílio de registros imagéticos. Posteriormente os dados e entrevistas foram transcritos com o suporte de softwares o que permitiu a categorização e análise do material obtido em campo.CAPESStudies on agri-food systems show that constructions of food quality indicators are subjected to previously defined norms and standards, to ensure flows and consumption of commodities in global markets. These ways of defining food quality contrast sometimes with local knowledge and local quality practices. This thesis analyzes the social representations about the quality of foods that guide the production and consumption practices among rural families, to understand how rural populations located in different regional contexts of Brazil deal with the hegemonic quality standards imposed by the organizations of the agri-food system and the ways in which family farmers build their resistance. Two realities of the Brazilian countryside were chosen as the empirical universe of observation. The case of the rural families producing fruit candies of Pelotas (RS), also known as colonial candies, from the South of Brazil, while in the Northeast of Brazil the focus was on the study of settled rural families, located on the fringes of irrigated fruit crops of the San Francisco Valley (BA/PE). The research allowed us to conclude that the quality parameters imposed by agri-food organizations are in conflict with the traditional knowledge and native parameters of quality food, preserved by the rural families studied. The work shows that the positive qualities socially valued by the rural families studied are associated with their own food production, based on traditional knowledge and practices, while negative attributes are generally attributed to food from the agri-food industry. The research carried out between 2014 and 2018 shows that the subjects studied are pressured to adopt technological and productive models that are, according to their perceptions, a source of mistrust. Therefore, there were cases of conflicts, amongst the native representations of the rural families and the hegemonic norms of quality imposed by the organizations of the agri-food system. As analyzed, forms of resistance were engendered by the rural families, according to the configurations and social networks in which they are inserted. The methodological approach consisted in the tradition of the ethnographic method with semi-structured interviews, along with participant observation procedures. In this sense, it is worth mentioning that 20 interviews were recorded in the San Francisco Valley, while in Pelotas 15 interviews were conducted. The record of information collected in the coexistence with the rural families was systematized with the use of fieldwork diary and imagery records. Subsequently the data and interviews were transcribed with the support of softwares which allowed the categorization and analysis of the material obtained in the field.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAntropologiaAlimentos - QualidadeCamponeses - administração de conflitosParceria ruralAntropologia ruralDa colônia ao sertão. Um estudo antropológico sobre conflitos na construção da qualidade dos alimentos entre famílias rurais do Nordeste e do Rio Grande do Sullinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Evander Eloi Krone.pdf.jpgTESE Evander Eloi Krone.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32701/5/TESE%20Evander%20Eloi%20Krone.pdf.jpg965110bb49e6771ee205e666a946ff81MD55ORIGINALTESE Evander Eloi Krone.pdfTESE Evander Eloi Krone.pdfapplication/pdf6137890https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32701/1/TESE%20Evander%20Eloi%20Krone.pdfb0fc32b1b7ae3cfdfe86d8de27a7d2fdMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32701/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82310https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32701/3/license.txtbd573a5ca8288eb7272482765f819534MD53TEXTTESE Evander Eloi Krone.pdf.txtTESE Evander Eloi Krone.pdf.txtExtracted texttext/plain711649https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/32701/4/TESE%20Evander%20Eloi%20Krone.pdf.txt59455bec6e4a100cae08af1e801543deMD54123456789/327012019-10-25 10:56:20.121oai:repositorio.ufpe.br:123456789/32701TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgVUZQRSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yIChlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T13:56:20Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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