Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DANFÁ, Lassana
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPE
Texto Completo: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17791
Resumo: O presente trabalho objetivou estudar a construção social do ebola na mídia impressa brasileira à luz da Teoria das Representações Sociais, articulando conceitos de alteridade, do risco, problema social, mídia e racismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa feita por intermédio da análise do conteúdo clássica e do tratamento automático com ajuda do IRAMUTEQ. Foram feitos dois estudos, uma na revista Veja (5 matérias publicadas no último surto) e outro no jornal Folha de São Paulo (291 matérias publicadas desde 1976 até março de 2015). Os resultados do estudo na revista Veja, através da análise de conteúdo com foco no eixo semântico (sentidos) e sintático (forma) apontam para 4 eixos de construção de sentidos: uso da metáfora da companhia militar para demonstrar o combate do homem contra um vírus potencialmente destrutivo; a alteridade radical, colocando o outro africano como “estranho e “poluente”, neste caso, com qualidades essencialmente negativas; o distanciamento, em que o vírus ebola é colocado como problema inerentemente africano e África como lugar que oferece condições propícias para disseminação da doença; a ideia da infra-humanização, colocando as qualidades do africano e respectivas crenças ou traços culturais como sub-humanas. O estudo do jornal Folha de São Paulo foi realizado com ajuda de tratamento automático de texto pelo software IRAMUTEQ, proporcionado a Classificação Hierárquica Descendente e análise fatorial de correspondência. Os resultados mostram mundos léxicos organizados em função, de um lado, do discurso do especialista, e de outro, do discurso do não especialista. O discurso dos especialistas traduz as hipóteses científicas explicativas em torno do vírus do ebola focalizadas no macaco como principal responsável pela passagem em humanos e o caráter destrutivo do ebola. O segundo eixo, dos não especialistas, aponta para a dicotomia ocidente versus África, representada através das oposições: ordem/caos, controle/descontrole, longínquo/próximo, “civilidade”/“incivilidade”, “superior”/“inferior”. Os resultados da Análise Fatorial de Correspondência nos permitiram constatar a emergência de dois polos. No polo horizontal vimos na classe 5 o discurso de especialista se opondo aos discursos das outras classes, que agrupam os discursos de não especialistas: a transnacionalização e pânico global (classe 3); mobilização mundial versus distanciamento (classe 1); olhar exótico e ambiente caótico (classe 4); histórico, prognóstico e dados epidemiológicos (classe 2). No polo vertical vimos as classes 1 (mobilização mundial versus distanciamento) e 2 (histórico, prognóstico e dados epidemiológicos) se opondo às classes 3 (transnacionalização e pânico global) e 4 (olhar exótico e ambientes caóticos). Apesar dos dois estudos serem feitos em períodos e veículos midiáticos diferentes, as representações sobre ebola não mudaram com o tempo. Percebem-se uma atitude ambivalente da mídia na construção do risco (aproxima e afasta); alteridade radical que relega ao africano e sua cultura o caráter essencialmente negativo e infra-humanização do africano. Por meio destes dois veículos de comunicação os sentidos atribuídos sobre ebola se organizam nas seguintes oposições: pureza /impureza, sujeira/limpeza, civilidade/incivilidade, caos/ordem. Os nossos achados demonstraram que a crise do ebola reatualiza a thêmata do reconhecimento social pela sua negativa. Vimos o olhar valorativo do outro africano pelo viés negativo, ligado à sujeira, impureza, incivilidade, descontrole.
id UFPE_f2fb9fe038a24bf7afbeaf95d6d0701f
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17791
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str 2221
spelling DANFÁ, Lassanahttp://lattes.cnpq.br/7182293242736505http://lattes.cnpq.br/6115070918587521ALÉSSIO, Renata Lira dos Santos2016-09-02T14:25:01Z2016-09-02T14:25:01Z2015-02-23https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17791O presente trabalho objetivou estudar a construção social do ebola na mídia impressa brasileira à luz da Teoria das Representações Sociais, articulando conceitos de alteridade, do risco, problema social, mídia e racismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa feita por intermédio da análise do conteúdo clássica e do tratamento automático com ajuda do IRAMUTEQ. Foram feitos dois estudos, uma na revista Veja (5 matérias publicadas no último surto) e outro no jornal Folha de São Paulo (291 matérias publicadas desde 1976 até março de 2015). Os resultados do estudo na revista Veja, através da análise de conteúdo com foco no eixo semântico (sentidos) e sintático (forma) apontam para 4 eixos de construção de sentidos: uso da metáfora da companhia militar para demonstrar o combate do homem contra um vírus potencialmente destrutivo; a alteridade radical, colocando o outro africano como “estranho e “poluente”, neste caso, com qualidades essencialmente negativas; o distanciamento, em que o vírus ebola é colocado como problema inerentemente africano e África como lugar que oferece condições propícias para disseminação da doença; a ideia da infra-humanização, colocando as qualidades do africano e respectivas crenças ou traços culturais como sub-humanas. O estudo do jornal Folha de São Paulo foi realizado com ajuda de tratamento automático de texto pelo software IRAMUTEQ, proporcionado a Classificação Hierárquica Descendente e análise fatorial de correspondência. Os resultados mostram mundos léxicos organizados em função, de um lado, do discurso do especialista, e de outro, do discurso do não especialista. O discurso dos especialistas traduz as hipóteses científicas explicativas em torno do vírus do ebola focalizadas no macaco como principal responsável pela passagem em humanos e o caráter destrutivo do ebola. O segundo eixo, dos não especialistas, aponta para a dicotomia ocidente versus África, representada através das oposições: ordem/caos, controle/descontrole, longínquo/próximo, “civilidade”/“incivilidade”, “superior”/“inferior”. Os resultados da Análise Fatorial de Correspondência nos permitiram constatar a emergência de dois polos. No polo horizontal vimos na classe 5 o discurso de especialista se opondo aos discursos das outras classes, que agrupam os discursos de não especialistas: a transnacionalização e pânico global (classe 3); mobilização mundial versus distanciamento (classe 1); olhar exótico e ambiente caótico (classe 4); histórico, prognóstico e dados epidemiológicos (classe 2). No polo vertical vimos as classes 1 (mobilização mundial versus distanciamento) e 2 (histórico, prognóstico e dados epidemiológicos) se opondo às classes 3 (transnacionalização e pânico global) e 4 (olhar exótico e ambientes caóticos). Apesar dos dois estudos serem feitos em períodos e veículos midiáticos diferentes, as representações sobre ebola não mudaram com o tempo. Percebem-se uma atitude ambivalente da mídia na construção do risco (aproxima e afasta); alteridade radical que relega ao africano e sua cultura o caráter essencialmente negativo e infra-humanização do africano. Por meio destes dois veículos de comunicação os sentidos atribuídos sobre ebola se organizam nas seguintes oposições: pureza /impureza, sujeira/limpeza, civilidade/incivilidade, caos/ordem. Os nossos achados demonstraram que a crise do ebola reatualiza a thêmata do reconhecimento social pela sua negativa. Vimos o olhar valorativo do outro africano pelo viés negativo, ligado à sujeira, impureza, incivilidade, descontrole.CAPEsThis work aimed to study the social construction of Ebola in Brazilian's media using TRS, articulating concepts of alterity, risk, social problem, media and racism. It is a qualitative research done through the classical content analisys and automatic data processing with the help of IRAMUTEQ. Two studies, one in Veja magazine (5 articles published in the latest outbreak) and one in the newspaper Folha de São Paulo (291 articles published from 1976 to March 2015), were made. The results of the study in Veja magazine, through content analysis focused on the semantic axis (mean) and syntactic (build) point to 4 axis of construction: use metaphor of military company to demonstrate man's fight against a virus potentially destructive; the radical alterity, setting other African as "strange and pollutant", in this case, with essentially negative qualities; the distance, where the virus is Ebola placed as inherently African problem and Africa as a place that offers favorable conditions for spread of the disease; the idea of infrahumanization, setting the qualities of African and their beliefs or cultural traits as subhuman. The study of the newspaper Folha de São Paulo was accomplished out automated processing of help text by IRAMUTEQ software, provided a Descending Hierarchical Classification and correspondence factor analisys. The results show lexical worlds organized in function, on the one hand, the specialist speech and, in another speech, the non-specialist speech. Speaking of experts translate the explanatory scientific hypotheses around the Ebola virus in monkeys as focused primarily responsible for the passage in humans and the destructive character of Ebola. The second axis, the non-specialist, points to the dichotomy versus West Africa, represented by the oppositions: order/chaos, control/lack, far/close, "civility"/"incivility", "superior"/"inferior". The results of the AFC allowed us to note the emergence of two poles. The horizontal pole we saw, in class 5, specialist speech opposing the speeches of other classes, the speeches of non-specialists that talking about the transnationalization and global panic (Class 3); global mobilization versus distance (Class 1); exotic look and chaotic environment (class 4); history, prognosis and epidemiological data (class 2). The vertical pole we saw class 1 (global mobilization versus distance) and 2 (history, prognosis and epidemiological data) opposing Classes 3 (transnationalization and global panic) and 4 (exotic look and chaotic environments). Although the two studies were made in different periods and newspapers, the representations of Ebola have not changed over time. Realize up an ambivalent attitude of the media to building risk (approach and move way); radical alterity that relegates to the african and his culture an essentially negative character and infrahumanization of Africa. The Brazilian's media organizes the meanings attributed to Ebola around the following oppositions: purity/impurity, dirt/cleanliness, civility/incivility, chaos/order. Our findings demonstrate that ebola crisis renews the themata social for its negative. We saw the valuative gaze of the other African by the negative bias on the dirt, uncleanness, incivility, lack.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Psicologia CognitivaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessEbolaRepresentações SociaisRiscoAlteridadeProblema SocialMídiaRacismoEbolaSocial RepresentationsRiskAlteritySocial ProblemMediaRacismAlteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesismestradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILVersão final Dissertação Lassana CD.pdf.jpgVersão final Dissertação Lassana CD.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1537https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/5/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf.jpgfbe8a648a1a84f90b89d580b71c4fb89MD55ORIGINALVersão final Dissertação Lassana CD.pdfVersão final Dissertação Lassana CD.pdfapplication/pdf1870227https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/1/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf07b7ee23503d967524b8be573e306d58MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-81232https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/2/license_rdf66e71c371cc565284e70f40736c94386MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTVersão final Dissertação Lassana CD.pdf.txtVersão final Dissertação Lassana CD.pdf.txtExtracted texttext/plain295839https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/4/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf.txte7d07042220360f7d7e7b042fd636433MD54123456789/177912019-10-25 11:46:29.073oai:repositorio.ufpe.br:123456789/17791TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T14:46:29Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
title Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
spellingShingle Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
DANFÁ, Lassana
Ebola
Representações Sociais
Risco
Alteridade
Problema Social
Mídia
Racismo
Ebola
Social Representations
Risk
Alterity
Social Problem
Media
Racism
title_short Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
title_full Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
title_fullStr Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
title_full_unstemmed Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
title_sort Alteridade, racismo e representações sociais: o caso do ebola no Brasil
author DANFÁ, Lassana
author_facet DANFÁ, Lassana
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7182293242736505
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/6115070918587521
dc.contributor.author.fl_str_mv DANFÁ, Lassana
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv ALÉSSIO, Renata Lira dos Santos
contributor_str_mv ALÉSSIO, Renata Lira dos Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Ebola
Representações Sociais
Risco
Alteridade
Problema Social
Mídia
Racismo
Ebola
Social Representations
Risk
Alterity
Social Problem
Media
Racism
topic Ebola
Representações Sociais
Risco
Alteridade
Problema Social
Mídia
Racismo
Ebola
Social Representations
Risk
Alterity
Social Problem
Media
Racism
description O presente trabalho objetivou estudar a construção social do ebola na mídia impressa brasileira à luz da Teoria das Representações Sociais, articulando conceitos de alteridade, do risco, problema social, mídia e racismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa feita por intermédio da análise do conteúdo clássica e do tratamento automático com ajuda do IRAMUTEQ. Foram feitos dois estudos, uma na revista Veja (5 matérias publicadas no último surto) e outro no jornal Folha de São Paulo (291 matérias publicadas desde 1976 até março de 2015). Os resultados do estudo na revista Veja, através da análise de conteúdo com foco no eixo semântico (sentidos) e sintático (forma) apontam para 4 eixos de construção de sentidos: uso da metáfora da companhia militar para demonstrar o combate do homem contra um vírus potencialmente destrutivo; a alteridade radical, colocando o outro africano como “estranho e “poluente”, neste caso, com qualidades essencialmente negativas; o distanciamento, em que o vírus ebola é colocado como problema inerentemente africano e África como lugar que oferece condições propícias para disseminação da doença; a ideia da infra-humanização, colocando as qualidades do africano e respectivas crenças ou traços culturais como sub-humanas. O estudo do jornal Folha de São Paulo foi realizado com ajuda de tratamento automático de texto pelo software IRAMUTEQ, proporcionado a Classificação Hierárquica Descendente e análise fatorial de correspondência. Os resultados mostram mundos léxicos organizados em função, de um lado, do discurso do especialista, e de outro, do discurso do não especialista. O discurso dos especialistas traduz as hipóteses científicas explicativas em torno do vírus do ebola focalizadas no macaco como principal responsável pela passagem em humanos e o caráter destrutivo do ebola. O segundo eixo, dos não especialistas, aponta para a dicotomia ocidente versus África, representada através das oposições: ordem/caos, controle/descontrole, longínquo/próximo, “civilidade”/“incivilidade”, “superior”/“inferior”. Os resultados da Análise Fatorial de Correspondência nos permitiram constatar a emergência de dois polos. No polo horizontal vimos na classe 5 o discurso de especialista se opondo aos discursos das outras classes, que agrupam os discursos de não especialistas: a transnacionalização e pânico global (classe 3); mobilização mundial versus distanciamento (classe 1); olhar exótico e ambiente caótico (classe 4); histórico, prognóstico e dados epidemiológicos (classe 2). No polo vertical vimos as classes 1 (mobilização mundial versus distanciamento) e 2 (histórico, prognóstico e dados epidemiológicos) se opondo às classes 3 (transnacionalização e pânico global) e 4 (olhar exótico e ambientes caóticos). Apesar dos dois estudos serem feitos em períodos e veículos midiáticos diferentes, as representações sobre ebola não mudaram com o tempo. Percebem-se uma atitude ambivalente da mídia na construção do risco (aproxima e afasta); alteridade radical que relega ao africano e sua cultura o caráter essencialmente negativo e infra-humanização do africano. Por meio destes dois veículos de comunicação os sentidos atribuídos sobre ebola se organizam nas seguintes oposições: pureza /impureza, sujeira/limpeza, civilidade/incivilidade, caos/ordem. Os nossos achados demonstraram que a crise do ebola reatualiza a thêmata do reconhecimento social pela sua negativa. Vimos o olhar valorativo do outro africano pelo viés negativo, ligado à sujeira, impureza, incivilidade, descontrole.
publishDate 2015
dc.date.issued.fl_str_mv 2015-02-23
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-09-02T14:25:01Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-09-02T14:25:01Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17791
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17791
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/5/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/1/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/17791/4/Vers%c3%a3o%20final%20Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Lassana%20CD.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv fbe8a648a1a84f90b89d580b71c4fb89
07b7ee23503d967524b8be573e306d58
66e71c371cc565284e70f40736c94386
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
e7d07042220360f7d7e7b042fd636433
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1802310625489059840