Notas sobre a “tutela indígena” no Brasil (legal e real), com toques de particularidades do sul de Mato Grosso do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/49443 |
Resumo: | Neste artigo será analisada a tutela indigenista, observando o seu rastro histórico e a remanescência de sua ideia nas relações entre indígenas e instituições civis e governamentais. Verificar-se-á quando a tutela passa a caracterizar o racismo institucional, na medida em que ela representa entrave ao indígena no alcance de direitos, ainda que a atual Constituição Federal a tenha extinguido, reconhecendo a capacidade civil plena do indígena brasileiro. Suscitam-se indagações sugestivas, tanto dos “indigenismos” em nosso País quanto da capacidade civil do “índio”, além daquelas referentes ao órgão indigenista, a Fundação Nacional do Índio (Funai). Demonstrar-se-á que o preconceito étnico e o racismo institucional caminham lado a lado, o segundo em decorrência do primeiro, num processo de subtração da cidadania indígena. Para tanto, analisar-se-á fato ocorrido no âmbito da Coordenação Regional da Funai em Dourados/MS, em comunidade indígena por ela atendida, referente à emissão de Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Sugere-se que a aplicação da tutela pode ser um fator descaracterizante do protagonismo indígena, que o relega aos caminhos burocráticos circulares de negação de responsabilidade, impedindo-o de alcançar a cidadania plena. |
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Notas sobre a “tutela indígena” no Brasil (legal e real), com toques de particularidades do sul de Mato Grosso do SulNotes on “indigenous guardianship” in Brazil (legal and real), with some particularities of the Southern Mato Grosso do SulDireito e AntropologiaIntegracionismo. Protagonismo indígena. Racismo institucional. Tutela.Integracionism. Indigenous protagonism. Institucional racism. Indigenous guardianship.Neste artigo será analisada a tutela indigenista, observando o seu rastro histórico e a remanescência de sua ideia nas relações entre indígenas e instituições civis e governamentais. Verificar-se-á quando a tutela passa a caracterizar o racismo institucional, na medida em que ela representa entrave ao indígena no alcance de direitos, ainda que a atual Constituição Federal a tenha extinguido, reconhecendo a capacidade civil plena do indígena brasileiro. Suscitam-se indagações sugestivas, tanto dos “indigenismos” em nosso País quanto da capacidade civil do “índio”, além daquelas referentes ao órgão indigenista, a Fundação Nacional do Índio (Funai). Demonstrar-se-á que o preconceito étnico e o racismo institucional caminham lado a lado, o segundo em decorrência do primeiro, num processo de subtração da cidadania indígena. Para tanto, analisar-se-á fato ocorrido no âmbito da Coordenação Regional da Funai em Dourados/MS, em comunidade indígena por ela atendida, referente à emissão de Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Sugere-se que a aplicação da tutela pode ser um fator descaracterizante do protagonismo indígena, que o relega aos caminhos burocráticos circulares de negação de responsabilidade, impedindo-o de alcançar a cidadania plena.This article aims to analyze the indigenous people guardianship, observing its historical traces and the remanence of its idea in the relationship between indigenous people and civil and governmental institutions. It will be checked how this relationship starts to characterize an institutional racism, with the institute acting as a hindrance to the indigenous people seeking their rights, even though the current Federal Constitution had extinguished the indigenous guardianship, recognizing the full civil capacity of the Brazilian indigenous people. There are also suggestive inquiries, both from the “indigenisms” in our country and the civil capacity of “indigenous”, as well as those relative to the local indigenist organ, the National Foundation of the Indigenous (Funai). It will be demonstrated that ethnic prejudice and institutional racism go together, the second as a consequence of the first, in a process of subtraction of indigenous citizenship. For such demonstration, it will be analyzed an experience from the Regional Coordination of Funai, at an indigenous community that is served by this institution in the city of Dourados/MS, about the issuance of a Declaration of Aptitude to the National Program to Strengthen Family Agriculture (Pronaf). It is suggested that the indigenous guardianship can decharacterize indigenous protagonism, relegating indigenous people to the circular bureaucratic ways of denying the responsibility that prevents them from reaching full citizenship..Becker, SimoneRocha, Taís Cássia Peçanha2017-08-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufpr.br/direito/article/view/4944310.5380/rfdufpr.v62i2.49443Revista da Faculdade de Direito UFPR; v. 62, n. 2 (2017); 73 – 1052236-72840104-331510.5380/rfdufpr.v62i2reponame:Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online)instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRporhttps://revistas.ufpr.br/direito/article/view/49443/33349Direitos autorais 2017 Revista da Faculdade de Direito UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-08-31T16:28:42Zoai:revistas.ufpr.br:article/49443Revistahttp://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direitoPUBhttp://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/direito/oai||revistadireito@ufpr.br2236-72840104-3315opendoar:2017-08-31T16:28:42Revista da Faculdade de Direito UFPR (Online) - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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