A cor da violência obstétrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mittelbach, Juliana Chagas da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/79970
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque
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spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaAlbuquerque, Guilherme Souza Cavalcanti de, 1956-Mittelbach, Juliana Chagas da Silva2022-11-29T11:39:20Z2022-11-29T11:39:20Z2021https://hdl.handle.net/1884/79970Orientador: Prof. Dr. Guilherme Souza Cavalcanti de AlbuquerqueDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Defesa : Curitiba, 30/08/2021Inclui referências: p. 90-98Resumo: Este estudo tem por objetivo analisar a determinação da violência obstétrica no SUS, considerando a influência da cor da pele, identificar situações de violência obstétrica sofrida por mulheres brancas e negras atendidas pelo SUS, verificar se essas mulheres identificaram situações de violência obstétrica e analisar os processos determinantes da violência nas dimensões singular, particular e estrutural. Os elementos teóricos desta pesquisa têm como base o método científico-filosófico do materialismo histórico-dialético. O estudo parte de uma pesquisa exploratória com entrevistas a puérperas de até seis semanas, escolhidas de maneira aleatória e atendidas em uma Unidade Básica de Saúde de Curitiba - Paraná. Para a delimitação do tamanho da amostra utilizou-se o princípio de saturação. Os resultados evidenciaram que, dentre as mulheres entrevistadas, 78% apresentaram relatos identificáveis como violência obstétrica. No total, 45% das mulheres que sofreram violência obstétrica eram negras e 33% brancas. A partir dos relatos coletados pudemos identificar a prática de abusos físicos, maus tratos físicos e psicológicos, imperícia e negligência, discriminação por fatores étnico-raciais e de nacionalidade e, por fim, tratamento discriminatório na definição de quais gestantes poderiam ter a presença do acompanhante no internamento para o parto. As mulheres não identificaram estas situações como violência obstétrica e em todos os casos mencionados a ocorrência foi maior em mulheres negras. Para compreensão da determinação da violência obstétrica influenciada pela cor da pele como fenômeno singular problematizou-se as condições particulares de existência das mulheres negras no Brasil considerando o histórico escravocrata do país, a abolição sem garantia de cidadania plena, a construção do mito da democracia racial e a subalternidade imposta às mulheres negras. Finalmente, procurou-se analisar como o modo de produção capitalista que se apropriou tanto do racismo, garantindo que a força de trabalho da população negra fosse ainda mais barata que a da branca, quanto do patriarcado, mantendo a divisão sexual do trabalho, determina, em última instância, o processo de produção da violência obstétrica. Podemos depreender que, de forma particular, as mulheres negras nesta sociedade ocupam posição de maior vulnerabilidade, visto a intersecção de processos estruturais opressores aos quais estão submetidas e que estes processos se expressam no âmbito singular, dentre muitas outras formas, na violência obstétrica, objeto deste estudo.Abstract: This study has for objective to analyze the determination of obstetric violence in SUS, considering skin color influence, to identify situations of obstetric violence suffered by white and black women attended by SUS, to verify if those women have identified situations of obstetric violence and to analyze the determinant process of violence in singular, particular and structural dimensions. The theoretical elements of this research has been based scientific-philosophical method of historical-dialectical materialism. It begins on an exploratory research by interviewing puerperal women to six weeks, randomly chosen, attended by a Basic Healthcare Unit in Curitiba - Paraná. It was used the principle of sample saturation for size sample limitation. The research results point that among interviewed women 78% reports presents identifiable obstetric violence. In total, 45% of women who suffered obstetric violence were black and 33% were white. From the reports we could identify the practice of physical abuse; psychological and physical harm; malpractice and negligence; discrimination by ethnic-racial issues and by nationality; and finally, discriminatory treatment in definition of which pregnant women could have presence of companion during hospitalization for childbirth. Women did not identify those situations as obstetric violence and in all mentioned cases the occurrence was higher in black women. For comprehension from determination of obstetric violence influenced by skin color as a singular phenomenon we problematize the particular conditions of existence of black women in Brazil considering the country's slavery history, the abolition without guarantee of full citizenship, the construction of racial democracy myth and the subalternity imposed to black women. Finally, we analyzed as the capitalist mode of production appropriated both Racism, ensuring that the black workforce was even cheaper than the white workforce, and Patriarchy, keeping work's sexual division, to determinate, at last, the process of obstetric violence production. We can infer, in particular way, black women in this society occupy the most vulnerable position, seen the intersection of oppressive structural processes which they are submitted, and those processes in singular way express themselves, of many other ways, in obstetric violence, object of this study.1 recurso online : PDF.application/pdfRacismoNegrasParto (Obstetricia)Saúde ColetivaA cor da violência obstétricainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - JULIANA CHAGAS DA SILVA MITTELBACH.pdfapplication/pdf3477559https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/79970/1/R%20-%20D%20-%20JULIANA%20CHAGAS%20DA%20SILVA%20MITTELBACH.pdf0c72e2502cd188755033011a46c60813MD51open access1884/799702022-11-29 08:39:20.142open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/79970Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-11-29T11:39:20Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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