Impacto da pandemia covid-19 sobre o perfil e manejo de pacientes com ataque isquêmico transitório e acidente vascular cerebral em Joinville, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reis, Felipe Ibiapina dos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/81637
Resumo: Orientadora: Profa. Dra. Viviane Flumignan Zétola
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spelling Lange, Marcos Christiano, 1977-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da SaúdeZétola, Viviane de Hiroki FlumignanReis, Felipe Ibiapina dos2023-03-22T18:42:25Z2023-03-22T18:42:25Z2023https://hdl.handle.net/1884/81637Orientadora: Profa. Dra. Viviane Flumignan ZétolaCoorientador: Prof. Dr. Marcos Christiano LangeDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde. Defesa : Curitiba, 09/03/2023Inclui referências: p. 63-74Resumo: A Pandemia COVID-19 tem se configurado um dos maiores desafios da atualidade, tanto para gestores quanto para equipes de saúde, já que restrições sociais aliadas à falta de recursos podem influenciar negativamente a incidência e a qualidade na assistência de doenças graves como o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O objetivo do estudo foi investigar o impacto da COVID-19 sobre o perfil epidemiológico e a qualidade da assistência nos casos de Ataque Isquêmico Transitório (AIT) e AVC em Joinville, Brasil. Trata-se de um estudo de Coorte prospectivo de base populacional, com análise comparativa dos casos de primeiros eventos de AIT e AVC atendidos em Joinville, nos 12 meses após início da Pandemia (em março de 2020), em relação aos 12 meses anteriores. Foram comparadas a distribuição por sexo, idade, comorbidades como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, etilismo, dislipidemia, fibrilação atrial, sedentarismo, a gravidade pela Escala de AVC do NIH, o número de casos de AIT, AVC e seus subtipos, o acesso às terapias de reperfusão, tempos de internação, exames complementares para investigação, assim como as letalidades intra-hospitalar, após 1 e 3 meses. Foram registrados 1.427 primeiros eventos de AIT/AVC, sendo 735 antes e 692 na Pandemia. Entre esses grupos, não houve diferença na distribuição por sexo, idade, prevalências de comorbidades ou escore NIH. Houve 32,8% de redução dos AITs na Pandemia (128 versus 81 casos; p=0,003). Considerando somente os AVCs isquêmicos, foram registrados 517 casos antes e 524 após início da Pandemia. Foram observadas taxas semelhantes de terapias de reperfusão (12,6% versus 14,5%; p=0,37), terapia combinada (1,7% versus 2,1%; p=0,82) e trombectomia isolada (2,3% versus 3,8%; p=0,21). Não houve diferença nos intervalos de tempo para início da reperfusão (75 versus 71 minutos; p=0,97). Tiveram suas internações abreviadas somente os pacientes com AVC isquêmico cardioembólico por fibrilação atrial (11,9±13,4 versus 7,4±6,6 dias; p=0,021). Na Pandemia, houve uma menor taxa de realização de Ressonância de Encéfalo (RM) (31,2% versus 25,3%; p=0,02), porém maiores taxas de Tomografia de Crânio (TC) (92,6% versus 95,5%; p=0,02), Ecocardiograma transtorácico (ECOTT) (71,3% versus 78,8%; p=0,001), Doppler transcraniano (DTC) (15,5% versus 34,7%; p<0,001) e Rx de tórax (Rx) (71,3% versus 81,4%; p<0,001). A letalidade intra-hospitalar foi semelhante nos dois períodos (16,5% versus 12,8%; p=0,07), 1 mês (16,6% versus 13,3%; p=0,09) e 3 meses após o evento (17,5% versus 14,6%; p=0,17). Em conclusão, na Pandemia COVID-19, os pacientes com AIT/AVC não foram mais jovens, nem mais graves. Houve menor número de AITs atendidos na Pandemia. Os pacientes com AVC isquêmico mantiveram similar acesso às terapias de reperfusão, sem atrasos nos intervalos de tempo entre admissão hospitalar e instituição dessas. O tempo de internação foi abreviado nos casos de AVC cardioembólico por fibrilação atrial. Os pacientes realizaram menos RM e mais TC, ECOTT, Rx e DTC. Não houve piora da letalidade intra-hospitalar, após 1 ou 3 meses. Esses achados sugerem que serviços estruturados e bem consolidados tendem a não sofrer impacto negativo sob condições adversas, como na Pandemia.Abstract: BACKGROUND: The SARS-CoV-2 coronavirus pandemic (COVID-19) has become one of the hardest challenges nowadays. Public managers and health teams have concerned about social restrictions, lack of resources and a possible negative impact on incidence and quality of care for Stroke patients. OBJECTIVE: We aim to investigate the impact of COVID-19 on incidence and management of Transient Ischemic Attack (TIA), Stroke and its subtypes in Joinville, Brazil. METHODS: We did a prospective population-based stroke registry of all first-ever cases of Transient Ischemic Attack (TIA), Stroke and its subtypes admitted to health services in Joinville since the beginning of restrictions due to COVID-19 (defined as March, 2020) and the same period one year before. A comparative analysis was made between these two periods (12 months before versus 12 months after COVID-19 outbreak). The patients'profile, incidences of TIA, stroke and its subtypes, severity, reperfusion therapies, in-hospital stay and workout, and in-hospital lethality were compared. RESULTS: The analysis showed a significant incidence reduction of TIAs (32,8%; p=0.003). The rate of thrombolysis (IV) and trombectomy (MT) did not change. The intervals from admission to IV/MT were similar in both periods. Patients with ischemic stroke caused by atrial fibrilation had their in-hospital stay abbreviated during the pandemic. Workout investigation was similar before and during the pandemic, with an increase in number of Cranial Tomography (p=0.02), transtoracic ecocardiogram (p=0.001), chest X-rays (p<0.001) and Transcranial Dopplers (p <0.001). During COVID-19 pandemics, in-hospital lethality did not change. CONCLUSION: We concluded that the COVID-19 Pandemic in Joinville was associated with lower TIA incidence, without negative influence over the quality of care, workout investigation, and in-hospital management of stroke patients. Studies are needed to understand the real reasons for this epidemiological behavior. We believe that fast and strategic response to unusual pandemic challenges can explain good results e minor hazards in stroke prevention and caring.1 recurso online : PDF.application/pdfAcidente vascular cerebralCOVID-19 (doença)CoronavírusMortalidadeAssistência à saúdeClínica MédicaImpacto da pandemia covid-19 sobre o perfil e manejo de pacientes com ataque isquêmico transitório e acidente vascular cerebral em Joinville, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - FELIPE IBIAPINA DOS REIS.pdfapplication/pdf13689411https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/81637/1/R%20-%20D%20-%20FELIPE%20IBIAPINA%20DOS%20REIS.pdf98cd0affa497f52a1b7232f152d731e0MD51open access1884/816372023-03-22 15:42:25.607open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/81637Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082023-03-22T18:42:25Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
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