Proposições para uma pedagogia antirracista para bebês : uma perspectiva teórico-crítica sobre racismo e branquitude nos estudos da infância em países europeus em língua inglesa
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/1884/88023 |
Resumo: | Orientadora: Prof.ª Dr.ª Angela Maria Scalabrin Coutinho |
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Universidade Federal do Paraná. Setor de Educação. Programa de Pós-Graduação em EducaçãoCoutinho, Ângela Scalabrin, 1976-Cardoso, Cintia2024-05-15T14:06:14Z2024-05-15T14:06:14Z2023https://hdl.handle.net/1884/88023Orientadora: Prof.ª Dr.ª Angela Maria Scalabrin CoutinhoTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa : Curitiba, 18/09/2023Inclui referênciasÁrea de concentração: EducaçãoResumo: A presente pesquisa, em nível de doutorado, teve como objetivo a análise da produção do conhecimento no campo dos Estudos Sociais da Infância de países da Europa, publicados em língua inglesa, buscando apreender como está colocado o debate sobre infância, raça e bebês. Os objetivos específicos se desdobraram em: Identificar como se configuram as discussões raciais no campo dos Estudos Sociais da Infância e como a questão racial está contemplada desde os bebês; Compreender o lugar dos bebês na produção; Identificar o uso de conceitos no referencial teórico que circunscreve a questão racial; Analisar os principais apontamentos de autoras e autores que nos permitam desenhar caminhos para a problemática – raça-infânciabebês; Reunir contribuições do campo dos Estudos Sociais da Infância que possam subsidiar uma Pedagogia da Infância Antirracista para bebês; Interpretar a relação entre branquitude e a produção do conhecimento e como esta opera no campo da Sociologia da Infância. A partir da produção de quatro revistas associadas ao campo dos Estudos Sociais da Infância/Sociologia da Infância em países europeus, de língua inglesa, ligadas à Infância e à Educação, quais sejam: Children & Society; Childhood; Global Studies of Childhood e Contemporary Issues in Early Childhood, entre os anos 2000-2020. Na pesquisa realizou-se um mapeamento das produções, identificando estudos, que constituíram o corpus definitivo através da metodologia da Análise de Discurso Crítica, no diálogo com o campo de estudos da Branquitude e Estudos Sociais da Infância. A partir do corpus analisado, emergiram as seguintes categorias de análise: 1) Alteridade Colonial; 2) Pertencimento Cultural; 3) Agência Racializada e de Resistência. Na categoria Alteridade Colonial os dados indicaram que alteridade entre as crianças se apresenta de maneira racializada, inscrita na cor de pele, o que está sendo construído pela maioria delas com relação ao outro diferente de si, o que expressa diretamente um processo de alteridade racializada, que tem como base a raça, fundamentada na branquitude, dada a normalização desta na cultura ocidental de construções contínuas de opressão e dominação. A categoria Pertencimento Cultural, que emergiu nos estudos indicou que as interações das crianças são moldadas pela racialização e pela alteridade historicamente enraizadas, em que a branquitude como uma forma de poder se acumula por meio de determinadas práticas sociais, sendo uma das características dos mundos sociais das crianças, deixando à mostra a complexidade das crianças em pertencer a uma determinada cultura e que isso está ligado a um conjunto de fatores manifestos diariamente na vida delas nas expressões/afirmações de suas identidades e no senso de pertencimento nas tentativas de serem incluídas. A agência racializada e de resistência pode ser situada entre a alteridade colonial e o pertencimento cultural, a partir das ações das crianças. Foi possível identificar além do exercício das crianças como agentes de suas agências, outros esforços para este exercício se efetivar, como a mobilizações pelos seus pertencimentos étnico-raciais. A categoria raça mobiliza e é mobilizada pelas crianças no exercício da agência, pois estas se utilizam da agência racial ao perceber as dinâmicas de poder que as oprimem e desenvolvem "resistência", contrastando com normas hegemônicas que as excluem à medida que tomam consciência de que seus corpos são racializados e que são sub-representadas. Tudo isso molda a resistência das crianças aos discursos dominantes que enfrentam por meio do exercício da agência racial e de resistência. A partir destes resultados, apresentam-se proposições para a uma Pedagogia da Infância Antirracista para bebês, com base numa semiótica antirracista centralmente sensorial, perceptiva e emocional, que permeie as experiências educativo-pedagógicas de bebês através do corpo, como parte constituinte das relações históricas, sociais e culturais, a serem reconhecidas e valorizadas na creche.Abstract: The present research, at the doctoral level, aimed to analyze the production of knowledge in the field of English-language Social Studies of Childhood in European countries, seeking to understand the current debate on childhood, race, and babies. The specific objectives unfolded as follows: to identify how racial discussions are configured in the field of Social Studies of Childhood; to comprehend the role of babies in the production of knowledge; to identify the use of concepts related to race in the theoretical framework that frames the racial issue; to interpret the relationship between whiteness and the production of knowledge and how it operates in the field of Social Studies of Childhood; to establish an overview of emerging themes and propositions; to analyze the main contributions of authors that can guide paths for the issue of race-childhood-babies, gathering contributions from the field that can support an anti-racist Pedagogy of Childhood for babies. The research conducted a mapping of the productions based on four journals associated with the field of Social Studies of Childhood/Sociology of Childhood in English-speaking European countries, namely Children & Society, Childhood, Global Studies of Childhood, and Contemporary Issues in Early Childhood, between the years 2000 and 2020. The research identified studies that formed the definitive corpus analyzed, using elements of Critical Discourse Analysis methodology in dialogue with the field of Whiteness Studies and Social Studies of Childhood. From the analyzed corpus, the following categories of analysis emerged: 1) Colonial Otherness; 2) Cultural Belonging; 3) Racialized Agency and Resistance. In the category of Colonial Otherness, the data indicated that otherness among children is racially presented, inscribed in skin color, which is constructed by most of them in relation to the other who is different from themselves, directly expressing a process of racialized otherness based on whiteness, given its normalization in Western culture in continuous constructions of oppression and domination. The category of Cultural Belonging emerged within the debate on children"s interactions, which are shaped by historically rooted racialization and otherness. Whiteness, as a form of power, accumulates through certain social practices, being one of the characteristics of children"s social worlds, revealing the complexity of children"s belonging to a particular culture, which is linked to a set of factors manifested daily in children"s lives, including expressions/affirmations of their identities and feelings of cultural belonging in their attempts to be included. Racialized agency, as an emerged category, can be situated between colonial otherness and cultural belonging, based on children"s actions. It was possible to identify that, in addition to children exercising agency, this exercise is mobilized by their ethnic-racial belonging. The category of race mobilizes and is mobilized by children in the exercise of agency. Children employ racial agency when they perceive power dynamics that oppress them and develop "resistance." In contrast to hegemonic norms that exclude them, they become aware that their bodies are racialized and underrepresented, shaping their resistance to dominant discourses through the exercise of racial agency and resistance. Based on these results, propositions are presented for an anti-racist Pedagogy of Childhood for babies, grounded in a sensorial, perceptual, and emotional anti-racist semiotics that permeates the educational experiences of babies through their bodies, as constituent parts of historical, social, and cultural relationships to be recognized and valued in childcare.1 recurso online : PDF.application/pdfEducação infantilSociologia educacionalCrechesAntirracismoEducaçãoProposições para uma pedagogia antirracista para bebês : uma perspectiva teórico-crítica sobre racismo e branquitude nos estudos da infância em países europeus em língua inglesainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - T - CINTIA CARDOSO.pdfapplication/pdf4666351https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/88023/1/R%20-%20T%20-%20CINTIA%20CARDOSO.pdf5cd6384419b6f5de192a844dd4d760c3MD51open access1884/880232024-05-15 11:06:15.057open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/88023Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082024-05-15T14:06:15Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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