Proteção de dados pessoais, privacidade, liberdade e autonomia do sujeito, no direito brasileiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/31484 |
Resumo: | A presente monografia possui como objetivo a apresentação de um panorama geral da proteção de dados pessoais no Direito brasileiro. Inicia-se com exposição das teorias desenvolvidas sobre os direitos da personalidade, bem como a insuficiência do enquadramento desses na categoria dos direitos subjetivos. Falha essa que compromete a proteção da personalidade e, consequentemente, da privacidade e da intimidade. A própria indefinição do conteúdo das expressões 'privacidade' e 'intimidade' acaba por mitigar uma tutela efetiva: o direito à privacidade e à intimidade nasce atrelado à idéia de não violação de domicílio, para, posteriormente, abandonar sua conexão com a noção de propriedade e de espaço físico. Marco fundamental de tal processo foi o artigo dos juristas Samuel Dennis Warren e Louis Dembitz Bradeis, o qual iniciou a construção da concepção 'moderna' de privacidade como right to be let alone. Todavia, diante do aumento do fluxo informacional, o direito à privacidade e à intimidade sofre nova mutação, plasmando-se, atualmente, na própria noção de proteção de informações pessoais. A questão do controle do flux informacional, entretanto, transcende o próprio plano da privacidade e da intimidade, alcançando também o da liberdade, da autonomia do sujeito, da potencialidade de cada um desenvolver-se de forma recíproca. Quanto ao regime jurídico conferido à manipulação de dados pessoais, resgata-se o modelo europeu, cujo desenvolvimento atingiu um grau de maturação ainda não vislumbrado no ordenamento nacional. Através das Diretivas da Comunidade Européia, arquitetou-se um sistema de proteção jurídica e controle de dados pessoais, cuja base é formada por um conjunto de princípios e direitos norteadores da temática, e pela instituição de um órgão administrativo responsável pela fiscalização dos mais diversos tratamentos de dados pessoais. No ordenamento jurídico brasileiro, por outro lado, ausente um harmônico e unitário sistema de tutela de dados pessoais, tento em vista que a regulamentação setorial e insuficiente da ação de habeas data e das disposições sobre arquivos de consumo, do Código de Defesa do Consumidor, não garantem um integral proteção das informações pessoais. Conclui-se, pois, que longo e árduo é o caminho a ser percorrido, o qual perpassa não somente pela construção de uma armadura jurídica eficiente - promulgação de uma lei específica sobre a matéria, por exemplo - como também pela consolidação de uma cultura da privacidade com padrão. |
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Bansho, Aline Yumi OshiroGediel, Jose Antonio PeresUniversidade Federal do Parana. Setor de Ciencias Juridicas. Curso de Graduação em Direito2013-07-12T13:14:52Z2013-07-12T13:14:52Z2013-07-12http://hdl.handle.net/1884/31484A presente monografia possui como objetivo a apresentação de um panorama geral da proteção de dados pessoais no Direito brasileiro. Inicia-se com exposição das teorias desenvolvidas sobre os direitos da personalidade, bem como a insuficiência do enquadramento desses na categoria dos direitos subjetivos. Falha essa que compromete a proteção da personalidade e, consequentemente, da privacidade e da intimidade. A própria indefinição do conteúdo das expressões 'privacidade' e 'intimidade' acaba por mitigar uma tutela efetiva: o direito à privacidade e à intimidade nasce atrelado à idéia de não violação de domicílio, para, posteriormente, abandonar sua conexão com a noção de propriedade e de espaço físico. Marco fundamental de tal processo foi o artigo dos juristas Samuel Dennis Warren e Louis Dembitz Bradeis, o qual iniciou a construção da concepção 'moderna' de privacidade como right to be let alone. Todavia, diante do aumento do fluxo informacional, o direito à privacidade e à intimidade sofre nova mutação, plasmando-se, atualmente, na própria noção de proteção de informações pessoais. A questão do controle do flux informacional, entretanto, transcende o próprio plano da privacidade e da intimidade, alcançando também o da liberdade, da autonomia do sujeito, da potencialidade de cada um desenvolver-se de forma recíproca. Quanto ao regime jurídico conferido à manipulação de dados pessoais, resgata-se o modelo europeu, cujo desenvolvimento atingiu um grau de maturação ainda não vislumbrado no ordenamento nacional. Através das Diretivas da Comunidade Européia, arquitetou-se um sistema de proteção jurídica e controle de dados pessoais, cuja base é formada por um conjunto de princípios e direitos norteadores da temática, e pela instituição de um órgão administrativo responsável pela fiscalização dos mais diversos tratamentos de dados pessoais. No ordenamento jurídico brasileiro, por outro lado, ausente um harmônico e unitário sistema de tutela de dados pessoais, tento em vista que a regulamentação setorial e insuficiente da ação de habeas data e das disposições sobre arquivos de consumo, do Código de Defesa do Consumidor, não garantem um integral proteção das informações pessoais. Conclui-se, pois, que longo e árduo é o caminho a ser percorrido, o qual perpassa não somente pela construção de uma armadura jurídica eficiente - promulgação de uma lei específica sobre a matéria, por exemplo - como também pela consolidação de uma cultura da privacidade com padrão.application/pdfPersonalidade (Direito)Direito a privacidadeProteção de dados pessoais, privacidade, liberdade e autonomia do sujeito, no direito brasileiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALM1357JU.pdfapplication/pdf657906https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31484/1/M1357JU.pdfe7931c6fb80b42f449e2c0baf5f37a03MD51open accessTEXTM1357JU.pdf.txtM1357JU.pdf.txtExtracted Texttext/plain269066https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31484/2/M1357JU.pdf.txtebe19b5cadd2ec853737e64822c856baMD52open accessTHUMBNAILM1357JU.pdf.jpgM1357JU.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1170https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/31484/3/M1357JU.pdf.jpga0d246c63a73225a2ebe74fbeacfdfa8MD53open access1884/314842016-04-07 03:48:54.233open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/31484Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-07T06:48:54Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
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