Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp.
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/27339 |
Resumo: | Resumo: Biossurfactantes são compostos que possuem aplicações potenciais em muitas áreas, pois são considerados não tóxicos e biodegradáveis, além de exibirem ótimas propriedades de superfície, como abaixamento de tensão superficial (TS) e interfacial (TI) entre duas fases (óleo-água) e excelente capacidade de emulsificação. Biossurfactantes têm composição variada, que depende do tipo de microrganismo, e são produzidos na forma de uma mistura de homólogos, responsável por suas propriedades. Cepas de Bacillus sp. são conhecidas por geralmente produzirem biossurfactantes do tipo lipopeptídeo, sendo o exemplo mais importante desta classe a surfactina, um lipopeptídeo produzido por Bacillus subtillis. Este trabalho teve por objetivo o estudo da produção e a caracterização de biossurfactantes produzidos por cepas de Bacillus sp. utilizando os processos de fermentação submersa (FS) e de fermentação no estado sólido (FES). Inicialmente, para seleção das cepas, foram realizados testes de espalhamento da gota e cultivos para verificação do abaixamento da tensão superficial do meio de cultura em FS. Como não se conhecia a composição do biossurfactante, o acompanhamento das fermentações foi feito inicialmente por diluição micelar crítica (DMC), ou seja, o número de diluições necessárias para se alcançar a concentração micelar crítica (CMC). Nestes ensaios, o melhor resultado foi obtido com B. pumilus UFPEDA 448, utilizando glicerol como fonte de carbono, sendo que em 12 h de fermentação houve redução da tensão superficial do meio de cultura para 28 mN/m, obtendo-se 16 DMC. O biossurfactante contido no sobrenadante de cultura foi capaz de emulsificar a gasolina com elevada estabilidade, com índice de emulsificação, E48, de 54%. Foi avaliado ainda o potencial de produção de biossurfactante por FES utilizando diferentes substratos sólidos, onde os melhores resultados foram obtidos com Okara (resíduo sólido da extração aquosa da soja) e com a mistura de Okara e espuma de poliuretano (9:1, m/m) (32 DMC). As análises estruturais, realizadas por ESI e CG-EM, demonstraram que o biossurfactante produzido por B. pumilus UFPEDA 448 é um lipopeptídeo composto por uma única isoforma, correspondente à Surfactina A, com sete aminoácidos ligados em ciclo na ordem Leu-Leu-Asp-Val-Leu-Leu-Glu, e por cinco homólogos, com variação da cadeia do ácido graxo de 12 a 16 átomos de carbono (C12, C13, C14, C15 e C16), sendo os homólogos C14 e C15 os mais abundantes. Os resultados correspondentes à determinação estrutural da mistura de lipopeptídeos mostraram ainda que as diferentes condições de cultivo levaram à modificação das abundâncias relativas de cada homólogo. Em termos comparativos, a produção de biossurfactantes por FES, por volume de solução umedecedora, foi cerca de 2,4 vezes maior que a produção por FS. A CMC do biossurfactante produzido foi de 5,4 mg·L-1, mostrando sua eficácia, visto que, quanto menor é o valor de CMC, maior a eficiência do biossurfactante. A mudança na composição dos homólogos do biossurfactante não causou modificação nesta propriedade físico-química. |
id |
UFPR_9d9eafcb084df1786acdbe5011d047cf |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:acervodigital.ufpr.br:1884/27339 |
network_acronym_str |
UFPR |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFPR |
repository_id_str |
308 |
spelling |
Bugay, CryshelenKrieger, Nadia, 1952-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Exatas. Programa de Pós-Graduaçao em Química2012-05-16T18:54:02Z2012-05-16T18:54:02Z2012-05-16http://hdl.handle.net/1884/27339Resumo: Biossurfactantes são compostos que possuem aplicações potenciais em muitas áreas, pois são considerados não tóxicos e biodegradáveis, além de exibirem ótimas propriedades de superfície, como abaixamento de tensão superficial (TS) e interfacial (TI) entre duas fases (óleo-água) e excelente capacidade de emulsificação. Biossurfactantes têm composição variada, que depende do tipo de microrganismo, e são produzidos na forma de uma mistura de homólogos, responsável por suas propriedades. Cepas de Bacillus sp. são conhecidas por geralmente produzirem biossurfactantes do tipo lipopeptídeo, sendo o exemplo mais importante desta classe a surfactina, um lipopeptídeo produzido por Bacillus subtillis. Este trabalho teve por objetivo o estudo da produção e a caracterização de biossurfactantes produzidos por cepas de Bacillus sp. utilizando os processos de fermentação submersa (FS) e de fermentação no estado sólido (FES). Inicialmente, para seleção das cepas, foram realizados testes de espalhamento da gota e cultivos para verificação do abaixamento da tensão superficial do meio de cultura em FS. Como não se conhecia a composição do biossurfactante, o acompanhamento das fermentações foi feito inicialmente por diluição micelar crítica (DMC), ou seja, o número de diluições necessárias para se alcançar a concentração micelar crítica (CMC). Nestes ensaios, o melhor resultado foi obtido com B. pumilus UFPEDA 448, utilizando glicerol como fonte de carbono, sendo que em 12 h de fermentação houve redução da tensão superficial do meio de cultura para 28 mN/m, obtendo-se 16 DMC. O biossurfactante contido no sobrenadante de cultura foi capaz de emulsificar a gasolina com elevada estabilidade, com índice de emulsificação, E48, de 54%. Foi avaliado ainda o potencial de produção de biossurfactante por FES utilizando diferentes substratos sólidos, onde os melhores resultados foram obtidos com Okara (resíduo sólido da extração aquosa da soja) e com a mistura de Okara e espuma de poliuretano (9:1, m/m) (32 DMC). As análises estruturais, realizadas por ESI e CG-EM, demonstraram que o biossurfactante produzido por B. pumilus UFPEDA 448 é um lipopeptídeo composto por uma única isoforma, correspondente à Surfactina A, com sete aminoácidos ligados em ciclo na ordem Leu-Leu-Asp-Val-Leu-Leu-Glu, e por cinco homólogos, com variação da cadeia do ácido graxo de 12 a 16 átomos de carbono (C12, C13, C14, C15 e C16), sendo os homólogos C14 e C15 os mais abundantes. Os resultados correspondentes à determinação estrutural da mistura de lipopeptídeos mostraram ainda que as diferentes condições de cultivo levaram à modificação das abundâncias relativas de cada homólogo. Em termos comparativos, a produção de biossurfactantes por FES, por volume de solução umedecedora, foi cerca de 2,4 vezes maior que a produção por FS. A CMC do biossurfactante produzido foi de 5,4 mg·L-1, mostrando sua eficácia, visto que, quanto menor é o valor de CMC, maior a eficiência do biossurfactante. A mudança na composição dos homólogos do biossurfactante não causou modificação nesta propriedade físico-química.application/pdfTesesBacillus (Bacteria)MicroorganismosFermentaçãoBiossurfactantes produzidos por Bacillus sp.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - BUGAY, CRYSHELEN.pdfapplication/pdf801715https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/1/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf8bbab9244155e1d4de19bfa0179800c0MD51open accessTEXTR - D - BUGAY, CRYSHELEN.pdf.txtR - D - BUGAY, CRYSHELEN.pdf.txtExtracted Texttext/plain133348https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/2/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf.txt7e57984d744ab0f695c7bfadd52f963bMD52open accessTHUMBNAILR - D - BUGAY, CRYSHELEN.pdf.jpgR - D - BUGAY, CRYSHELEN.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1133https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/3/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf.jpgbec73f3519e2ad701463a38b8aa4f264MD53open access1884/273392016-04-08 05:30:44.554open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/27339Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082016-04-08T08:30:44Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
title |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
spellingShingle |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. Bugay, Cryshelen Teses Bacillus (Bacteria) Microorganismos Fermentação |
title_short |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
title_full |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
title_fullStr |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
title_full_unstemmed |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
title_sort |
Biossurfactantes produzidos por Bacillus sp. |
author |
Bugay, Cryshelen |
author_facet |
Bugay, Cryshelen |
author_role |
author |
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv |
Krieger, Nadia, 1952- Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Exatas. Programa de Pós-Graduaçao em Química |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Bugay, Cryshelen |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Teses Bacillus (Bacteria) Microorganismos Fermentação |
topic |
Teses Bacillus (Bacteria) Microorganismos Fermentação |
description |
Resumo: Biossurfactantes são compostos que possuem aplicações potenciais em muitas áreas, pois são considerados não tóxicos e biodegradáveis, além de exibirem ótimas propriedades de superfície, como abaixamento de tensão superficial (TS) e interfacial (TI) entre duas fases (óleo-água) e excelente capacidade de emulsificação. Biossurfactantes têm composição variada, que depende do tipo de microrganismo, e são produzidos na forma de uma mistura de homólogos, responsável por suas propriedades. Cepas de Bacillus sp. são conhecidas por geralmente produzirem biossurfactantes do tipo lipopeptídeo, sendo o exemplo mais importante desta classe a surfactina, um lipopeptídeo produzido por Bacillus subtillis. Este trabalho teve por objetivo o estudo da produção e a caracterização de biossurfactantes produzidos por cepas de Bacillus sp. utilizando os processos de fermentação submersa (FS) e de fermentação no estado sólido (FES). Inicialmente, para seleção das cepas, foram realizados testes de espalhamento da gota e cultivos para verificação do abaixamento da tensão superficial do meio de cultura em FS. Como não se conhecia a composição do biossurfactante, o acompanhamento das fermentações foi feito inicialmente por diluição micelar crítica (DMC), ou seja, o número de diluições necessárias para se alcançar a concentração micelar crítica (CMC). Nestes ensaios, o melhor resultado foi obtido com B. pumilus UFPEDA 448, utilizando glicerol como fonte de carbono, sendo que em 12 h de fermentação houve redução da tensão superficial do meio de cultura para 28 mN/m, obtendo-se 16 DMC. O biossurfactante contido no sobrenadante de cultura foi capaz de emulsificar a gasolina com elevada estabilidade, com índice de emulsificação, E48, de 54%. Foi avaliado ainda o potencial de produção de biossurfactante por FES utilizando diferentes substratos sólidos, onde os melhores resultados foram obtidos com Okara (resíduo sólido da extração aquosa da soja) e com a mistura de Okara e espuma de poliuretano (9:1, m/m) (32 DMC). As análises estruturais, realizadas por ESI e CG-EM, demonstraram que o biossurfactante produzido por B. pumilus UFPEDA 448 é um lipopeptídeo composto por uma única isoforma, correspondente à Surfactina A, com sete aminoácidos ligados em ciclo na ordem Leu-Leu-Asp-Val-Leu-Leu-Glu, e por cinco homólogos, com variação da cadeia do ácido graxo de 12 a 16 átomos de carbono (C12, C13, C14, C15 e C16), sendo os homólogos C14 e C15 os mais abundantes. Os resultados correspondentes à determinação estrutural da mistura de lipopeptídeos mostraram ainda que as diferentes condições de cultivo levaram à modificação das abundâncias relativas de cada homólogo. Em termos comparativos, a produção de biossurfactantes por FES, por volume de solução umedecedora, foi cerca de 2,4 vezes maior que a produção por FS. A CMC do biossurfactante produzido foi de 5,4 mg·L-1, mostrando sua eficácia, visto que, quanto menor é o valor de CMC, maior a eficiência do biossurfactante. A mudança na composição dos homólogos do biossurfactante não causou modificação nesta propriedade físico-química. |
publishDate |
2012 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2012-05-16T18:54:02Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2012-05-16T18:54:02Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2012-05-16 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1884/27339 |
url |
http://hdl.handle.net/1884/27339 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR) instacron:UFPR |
instname_str |
Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
instacron_str |
UFPR |
institution |
UFPR |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFPR |
collection |
Repositório Institucional da UFPR |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/1/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/2/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf.txt https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/27339/3/R%20-%20D%20-%20BUGAY%2c%20CRYSHELEN.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
8bbab9244155e1d4de19bfa0179800c0 7e57984d744ab0f695c7bfadd52f963b bec73f3519e2ad701463a38b8aa4f264 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801860674527166464 |