Ensino superior no Brasil: avanços e limites

• Autor(a) principal: Souza, Lorena Passos de
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRB
• Texto Completo: http://ri.ufrb.edu.br/jspui/handle/123456789/2443
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BIOLOGIA GERAL; Ensino superior - Brasil; Programas; Expansão; Democratização; Higher education - Brazil; Programs; Expansion; Democratization

De longa data, o Ensino Superior (ES) brasileiro é marcado por um processo de estratificação social, no qual a população pauperizada, negra, e das regiões menos desenvolvidas se encontravam marginalizadas, consequentemente, com menores chances de galgarem bons espaços no mercado de trabalho. Todavia, a última década vivenciou francos investimentos no ES através das iniciativas do governo federal com os programas PROUNI, REUNI e FIES, que, em alguma medida, vem contribuindo para mudanças desse cenário. Posto isso, a questão central deste trabalho é analisar o ES no período recente, tanto no que se refere aos avanços quantitativos, quanto ao perfil de acesso atual. Para isto, averiguou-se, através da análise descritiva dos dados da Pnad dos anos de 2003-2015, o avanço do número de alunos nas Instituições de Educação Superior (IES) públicas e privadas, da presença dos negros e pobres, e a expansão do ensino em regiões menos desenvolvidas. Além disso, averiguou-se o perfil dos alunos do ES no ano de 2015 através dos dados do Censo Escolar, de forma a entender se esse processo de expansão é acompanhado de democratização, sendo para tanto descrito o perfil geral dos ingressantes, o perfil dos ingressantes em cursos de licenciatura e o perfil dos cursos de elite1 . Os resultados mostram que no período recente presenciou-se um vigoroso processo de expansão no acesso ao ES. Com efeito, verifica-se que negros, pobres, mulheres e as regiões menos desenvolvidas passaram a encontrar amparo nessa modalidade de ensino, no bojo das iniciativas do governo federal. Quanto ao perfil dos alunos no ano de 2015, em que pese o grande avanço galgado pelos estratos excluídos da população, percebe-se que os mesmos se encontram alocados em nichos específicos e com maior proeminência em cursos de menor prestígio, como nas licenciaturas. Por seu turno, os cursos considerados de elite continuam sendo ocupados em sua maioria pela população branca, masculina e elitizada. Esse contraponto dos ingressantes do ES possibilita, de certa forma, inferi que o período recente experimentou uma inclusão ainda hierarquizada, o que sinaliza que a forte expansão não foi acompanhada na mesma medida pela democratização.