O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2016 |
Format: | Article |
Language: | por |
Source: | Sociologias (Online) |
Download full: | https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/62150 |
Summary: | O direito moderno eurocêntrico é um instrumento poderoso de reprodução do colonialismo, promovendo exclusões abissais e circunscrevendo o horizonte de possibilidades à narrativa linear de progresso. A linha abissal é, pois, tanto epistemológica como jurídica. Do outro lado da linha, uma multiplicidade de universos jurídicos são desperdiçados, invisibilizados e classificados como inferiores, primitivos, locais, residuais ou improdutivos. Este texto assume o desafio de cruzar as Epistemologias do Sul com a sociologia do direito. Mais concretamente, recupera o conceito de pluralismo jurídico, reconfigurando-o como instrumento de ampliação do presente enquanto ecologia de direitos e de justiças. Começo por mostrar como a imposição global do primado do direito é um mecanismo de expansão do projeto capitalista e colonial, argumentando que a colonialidade jurídica mimetiza a colonialidade do saber. Em seguida, mostro como o reconhecimento do pluralismo jurídico não significa necessariamente a superação do modelo expansionista. Finalmente, defendo a ampliação do cânone jurídico pela dilatação do leque de experiências jurídicas conhecidas, um processo que impõe o reconhecimento dos direitos reivindicados no âmbito de uma legalidade cosmopolita e uma sociologia das ausências dos direitos dos oprimidos mais silenciados que se expressam em dimensões mais invisíveis, enunciando-se fora das lutas jurídicas formuladas nos termos modernos do direito e da política |
id |
UFRGS-10_a251d50d18cadd5a83997d17906471c2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:seer.ufrgs.br:article/62150 |
network_acronym_str |
UFRGS-10 |
network_name_str |
Sociologias (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânoneEpistemologias do SulEstado de direitocolonialidade jurídicapluralismo jurídicoecologia de direitos e de justiçasO direito moderno eurocêntrico é um instrumento poderoso de reprodução do colonialismo, promovendo exclusões abissais e circunscrevendo o horizonte de possibilidades à narrativa linear de progresso. A linha abissal é, pois, tanto epistemológica como jurídica. Do outro lado da linha, uma multiplicidade de universos jurídicos são desperdiçados, invisibilizados e classificados como inferiores, primitivos, locais, residuais ou improdutivos. Este texto assume o desafio de cruzar as Epistemologias do Sul com a sociologia do direito. Mais concretamente, recupera o conceito de pluralismo jurídico, reconfigurando-o como instrumento de ampliação do presente enquanto ecologia de direitos e de justiças. Começo por mostrar como a imposição global do primado do direito é um mecanismo de expansão do projeto capitalista e colonial, argumentando que a colonialidade jurídica mimetiza a colonialidade do saber. Em seguida, mostro como o reconhecimento do pluralismo jurídico não significa necessariamente a superação do modelo expansionista. Finalmente, defendo a ampliação do cânone jurídico pela dilatação do leque de experiências jurídicas conhecidas, um processo que impõe o reconhecimento dos direitos reivindicados no âmbito de uma legalidade cosmopolita e uma sociologia das ausências dos direitos dos oprimidos mais silenciados que se expressam em dimensões mais invisíveis, enunciando-se fora das lutas jurídicas formuladas nos termos modernos do direito e da políticaPrograma de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul2016-11-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion"Avaliado pelos pares"application/pdfhttps://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/6215010.1590/15174522-018004304SOCIOLOGIAS; Vol. 18 No. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuroSOCIOLOGIAS; Vol. 18 Núm. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuroSociologias; v. 18 n. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuro1807-03371517-4522reponame:Sociologias (Online)instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSporhttps://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/62150/39128Copyright (c) 2019 Sara Araújoinfo:eu-repo/semantics/openAccessAraújo, Sara2016-11-20T15:21:43Zoai:seer.ufrgs.br:article/62150Revistahttps://seer.ufrgs.br/sociologiasPUBhttps://seer.ufrgs.br/sociologias/oai||revsoc@ufrgs.br1807-03371517-4522opendoar:2016-11-20T15:21:43Sociologias (Online) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
title |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
spellingShingle |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone Araújo, Sara Epistemologias do Sul Estado de direito colonialidade jurídica pluralismo jurídico ecologia de direitos e de justiças |
title_short |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
title_full |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
title_fullStr |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
title_full_unstemmed |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
title_sort |
O primado do direito e as exclusões abissais. Reconstruir velhos conceitos, desafiar o cânone |
author |
Araújo, Sara |
author_facet |
Araújo, Sara |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Araújo, Sara |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Epistemologias do Sul Estado de direito colonialidade jurídica pluralismo jurídico ecologia de direitos e de justiças |
topic |
Epistemologias do Sul Estado de direito colonialidade jurídica pluralismo jurídico ecologia de direitos e de justiças |
description |
O direito moderno eurocêntrico é um instrumento poderoso de reprodução do colonialismo, promovendo exclusões abissais e circunscrevendo o horizonte de possibilidades à narrativa linear de progresso. A linha abissal é, pois, tanto epistemológica como jurídica. Do outro lado da linha, uma multiplicidade de universos jurídicos são desperdiçados, invisibilizados e classificados como inferiores, primitivos, locais, residuais ou improdutivos. Este texto assume o desafio de cruzar as Epistemologias do Sul com a sociologia do direito. Mais concretamente, recupera o conceito de pluralismo jurídico, reconfigurando-o como instrumento de ampliação do presente enquanto ecologia de direitos e de justiças. Começo por mostrar como a imposição global do primado do direito é um mecanismo de expansão do projeto capitalista e colonial, argumentando que a colonialidade jurídica mimetiza a colonialidade do saber. Em seguida, mostro como o reconhecimento do pluralismo jurídico não significa necessariamente a superação do modelo expansionista. Finalmente, defendo a ampliação do cânone jurídico pela dilatação do leque de experiências jurídicas conhecidas, um processo que impõe o reconhecimento dos direitos reivindicados no âmbito de uma legalidade cosmopolita e uma sociologia das ausências dos direitos dos oprimidos mais silenciados que se expressam em dimensões mais invisíveis, enunciando-se fora das lutas jurídicas formuladas nos termos modernos do direito e da política |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-11-20 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion "Avaliado pelos pares" |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/62150 10.1590/15174522-018004304 |
url |
https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/62150 |
identifier_str_mv |
10.1590/15174522-018004304 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/62150/39128 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2019 Sara Araújo info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2019 Sara Araújo |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
publisher.none.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
dc.source.none.fl_str_mv |
SOCIOLOGIAS; Vol. 18 No. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuro SOCIOLOGIAS; Vol. 18 Núm. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuro Sociologias; v. 18 n. 43 (2016): Epistemologias do Sul: lutas, saberes, ideias de futuro 1807-0337 1517-4522 reponame:Sociologias (Online) instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Sociologias (Online) |
collection |
Sociologias (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Sociologias (Online) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
||revsoc@ufrgs.br |
_version_ |
1789438603101732864 |