A fala de imigrantes brasileiros de primeira geração em Londres como evidência empírica para a língua como um sistema adaptativo complexo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kupske, Felipe Flores
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Alves, Ubiratã Kickhöfel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158606
Resumo: Este trabalho busca aproximar a Teoria da Complexidade à área da Fonética Experimental aplicada ao desenvolvimento da fala da L2, na busca por evidências empíricas que potencialmente sustentem a posição complexa para a linguagem. Para tanto, explorou-se a produção de plosivas surdas em posição inicial de palavra de vinte e dois participantes, com idades entre 18-40 anos, por parte de imigrantes brasileiros que viviam em Londres por períodos de tempo variados, bem como por monolíngues do português brasileiro. A produção dos participantes do grupo-experimental com o menor período de tempo de residência (LOR) em Londres não era estatisticamente diferente da dos monolíngues do PB (p > 0,05). Por outro lado, imigrantes com um LOR entre quatro e sete anos produziram valores de VOT estatisticamente diferentes dos produzidos pelos controles do PB para [t] e [k], apresentando valores médios mais elevados (p < 0,001). Os residentes na Grã-Bretanha entre oito e onze anos revelaram diferenças em relação aos controles do PB, apresentando os maiores valores de VOT (p < 0,001) para todos os sons plosivos considerados. Esses dados confirmam, como previsto por uma visão da linguagem como um Sistema Adaptativo Complexo, que o sistema de L1 não é rígido e que pode apresentar alterações durante o tempo de vida de um falante. Esses resultados, assim, dão suporte à descrição da linguagem como um sistema aberto a novos estímulos e padrões.
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