Saúde, ciência e mídia social : o caso do óleo de coco

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amazarray, Carmen Raya
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/188026
Resumo: Por anos, desencorajou-se o uso do óleo de coco pelo seu alto teor de gorduras saturadas, que elevam LDL-c e aumentam risco cardiovascular. Porém, com base em pressupostos mecanismos de ação do seu principal ácido graxo, o ácido láurico, e, baseados em estudos que apresentaram discretos benefícios à saúde, propagaram-se publicações na internet, como em blogs, atribuindo efeito do óleo de coco na perda de peso, melhora do perfil lipídico e redução de risco para diabetes e doença cardiovascular. Este fenômeno conduziu a um aumento expressivo na popularidade e no consumo mundial do óleo de coco. Neste contexto, realizou-se uma análise em blogs do Brasil, Estados Unidos e Índia, com o objetivo de levantar as informações publicadas sobre os efeitos do óleo de coco sobre parâmetros de obesidade, perfil lipídico e controle glicêmico. Os dados e desfechos investigados foram extraídos de blogs resultantes de uma pesquisa no buscador Google, conforme critérios de busca pré-estabelecidos. Um total de 180 blogs foram selecionados (80 do Brasil, 64 dos Estados Unidos e 36 da Índia). Um terço dos blogs apresentava interesse comercial sobre o óleo de coco e a maioria (76,7%) não tinha relação com profissional ou entidade da área da saúde. Em relação ao post, 90% incentivavam o uso do produto, independentemente do país avaliado, enquanto somente 30% orientavam algum tipo de cautela. Apenas 22,8% dos posts foram elaborados por profissional da saúde e 13,9% citavam referências científicas para embasamento das informações. Em relação aos desfechos, a maioria dos posts indicavam que o consumo do óleo de coco traz benefícios sobre os parâmetros investigados, com a mesma tendência de resposta entre os países. Os resultados indicam que as informações apresentadas nos blogs são, na maioria das vezes, infundadas e tendenciosas. Utilizar esta mídia para a obtenção de conhecimento em saúde não parece ser adequada, pelo menos quando se trata do óleo de coco. Faz-se necessário que os leitores adotem uma postura mais crítica em relação às informações destes canais. Além disso, espera-se que, através da colaboração entre profissionais da saúde e comunicadores sociais, publicações com credibilidade tornem-se mais presentes nas mídias, traduzindo verdades científicas para a sociedade e contribuindo com a promoção da saúde.
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spelling Amazarray, Carmen RayaGerchman, FernandoDuarte, Ana Claudia2019-01-22T02:36:46Z2018http://hdl.handle.net/10183/188026001084343Por anos, desencorajou-se o uso do óleo de coco pelo seu alto teor de gorduras saturadas, que elevam LDL-c e aumentam risco cardiovascular. Porém, com base em pressupostos mecanismos de ação do seu principal ácido graxo, o ácido láurico, e, baseados em estudos que apresentaram discretos benefícios à saúde, propagaram-se publicações na internet, como em blogs, atribuindo efeito do óleo de coco na perda de peso, melhora do perfil lipídico e redução de risco para diabetes e doença cardiovascular. Este fenômeno conduziu a um aumento expressivo na popularidade e no consumo mundial do óleo de coco. Neste contexto, realizou-se uma análise em blogs do Brasil, Estados Unidos e Índia, com o objetivo de levantar as informações publicadas sobre os efeitos do óleo de coco sobre parâmetros de obesidade, perfil lipídico e controle glicêmico. Os dados e desfechos investigados foram extraídos de blogs resultantes de uma pesquisa no buscador Google, conforme critérios de busca pré-estabelecidos. Um total de 180 blogs foram selecionados (80 do Brasil, 64 dos Estados Unidos e 36 da Índia). Um terço dos blogs apresentava interesse comercial sobre o óleo de coco e a maioria (76,7%) não tinha relação com profissional ou entidade da área da saúde. Em relação ao post, 90% incentivavam o uso do produto, independentemente do país avaliado, enquanto somente 30% orientavam algum tipo de cautela. Apenas 22,8% dos posts foram elaborados por profissional da saúde e 13,9% citavam referências científicas para embasamento das informações. Em relação aos desfechos, a maioria dos posts indicavam que o consumo do óleo de coco traz benefícios sobre os parâmetros investigados, com a mesma tendência de resposta entre os países. Os resultados indicam que as informações apresentadas nos blogs são, na maioria das vezes, infundadas e tendenciosas. Utilizar esta mídia para a obtenção de conhecimento em saúde não parece ser adequada, pelo menos quando se trata do óleo de coco. Faz-se necessário que os leitores adotem uma postura mais crítica em relação às informações destes canais. Além disso, espera-se que, através da colaboração entre profissionais da saúde e comunicadores sociais, publicações com credibilidade tornem-se mais presentes nas mídias, traduzindo verdades científicas para a sociedade e contribuindo com a promoção da saúde.For many decades, coconut oil´s consumption has been discouraged because its high content of saturated fat, which are classically related to elevate LDL-c and increase cardiovascular risk. Based on presumed mechanisms of lauric acid, the main coconut oil´s saturated fatty acid, and on some studies showing discrete health benefits with coconut oil consumption, increased publications over internet blogs attributing effect of coconut oil on weight loss, lipid´s profile improvement and lower in diabetes and cardiovascular disease risks. This phenomenon led a burst of popularity and consumption of coconut oil worldwide. A documentary analysis was set on Brazil, United States and India´s blogs, in order to obtain which are the most published information about the relationship between coconut oil and its health effects, specifically on obesity, lipid profile and control glycemic index parameters. The investigated data and endpoints were extracted from blogs resulting of a Google search, according to prior defined criteria. A total of 180 blogs (80 Brazil, 64 United States and 36 Índia) were enrolled. One-third of the blogs or commercialized or were coconut oil´s manufacturer. The majority (76.7%) of the blogs had not a health professional or entity related to. As expected, 90% of the publications encouraged product´s use, while only 30% oriented some kind of caution. Health professionals signed only 22.8% of the publications and, even less of the sample (14%), used scientific references for the presented data. Regarding the outcomes, most publications indicate benefits on the investigated parameters. All the countries pointed to the same directions, with some statistically significant differences in the magnitude of their responses. This study indicate information available on the analyzed sample are, in most cases, inconsistent, unfounded and biased. Therefore, this media does not seem to be adequate to obtain health data, at least in the relationship between coconut oil and the studied parameters. A more critical position by blog readers in relation to available information is necessary, as well as, is mandatory a more significant presence of health professionals in the media, translating scientific evidences to the society. So, internet can became a safe media to get health information and promote health.application/pdfporÓleo de cocoMídias sociaisObesidadeÍndice glicêmicoLipídeosCoconut oilCommunicationBlogsInternetObesityWaist circumferenceWeight lossCardiovascular riskGlycemic controlLipid profileSaúde, ciência e mídia social : o caso do óleo de cocoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2018Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001084343.pdf.txt001084343.pdf.txtExtracted Texttext/plain94230http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188026/2/001084343.pdf.txta47656649cc1dd7283ca747d3fba10bcMD52ORIGINAL001084343.pdfTexto completoapplication/pdf987794http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188026/1/001084343.pdf22c0ff8594d9b1b0c7b5bc08209a2728MD5110183/1880262019-01-23 02:37:36.179077oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188026Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-01-23T04:37:36Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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