Ureterolitíase por oxalato de cálcio em felinos : diagnóstico e tratamento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/196907 |
Resumo: | O diagnóstico da ureterolitíase é relativamente recente, com os primeiros casos relatados na década de 90. Desde lá, sua casuística vem aumentando, constituindo-se em uma importante doença na população de felinos domésticos. Em torno de 98% dos ureterólitos felinos são compostos por oxalato de cálcio, um mineral formado a partir da supersaturação urinária com cálcio e ácido oxálico. Seu exato mecanismo de formação ainda é desconhecido, entretanto, fatores ambientais, nutricionais e genéticos parecem estar envolvidos. Os principais fatores de risco incluem idade entre 7 a 10 anos, ingestão de dietas acidificantes, raças de pelo longo, hipercalcemia, hiperoxalúria e ingestão elevada de proteínas. A obstrução ureteral causa interrupção do fluxo urinário, acarretando diminuição na taxa de filtração glomerular, hidronefrose e posterior fibrose e atrofia. Os sinais clínicos são geralmente inespecíficos, tornando-se mais evidentes quando ocorre azotemia, associada à perda da função renal. O diagnóstico é realizado, na maioria das vezes, por uma associação entre radiografia e ultrassonografia, entretanto, outros exames diagnósticos podem ser utilizados, como urografia excretora, pielografia anterógrada percutânea, tomografia computadorizada e cintilografia renal. O tratamento tradicional é realizado de forma conservadora (fluidoterapia em associação com diuréticos e antagonistas alfa-adrenérgicos) ou cirúrgica (ureterotomia, nefroureterectomia, ureteroneocistotomia). Procedimentos cirúrgicos apresentam considerável taxa de mortalidade e complicações, incluindo extravazamento urinário e reobstrução devido ao edema formado ou estenose ureteral. Técnicas urológicas minimamente invasivas têm surgido como uma alternativa diagnóstica e terapêutica para as afecções do ureter, envolvendo o uso de fluoroscopia e endoscopia. Incluem a colocação de stents ureterais e tubos de nefrostomia percutânea, litotripsia extracorpórea por ondas de choque e nefroureterolitotomia percutânea. Essas técnicas diminuem consideravelmente as complicações associadas às cirurgias tradicionais, assim como podem estabilizar pacientes debilitados, antes de sofrerem procedimentos mais invasivos. O presente trabalho tem a finalidade de realizar uma revisão bibliográfica sobre a ureterolitíase felina, com enfoque na descrição das novas técnicas minimamente intervencionistas que vem sendo utilizadas nos pacientes felinos. |
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Vargas, FláviaCosta, Fernanda Vieira Amorim daMottin, Tatiane da Silva2019-07-13T02:35:45Z2014http://hdl.handle.net/10183/196907000951592O diagnóstico da ureterolitíase é relativamente recente, com os primeiros casos relatados na década de 90. Desde lá, sua casuística vem aumentando, constituindo-se em uma importante doença na população de felinos domésticos. Em torno de 98% dos ureterólitos felinos são compostos por oxalato de cálcio, um mineral formado a partir da supersaturação urinária com cálcio e ácido oxálico. Seu exato mecanismo de formação ainda é desconhecido, entretanto, fatores ambientais, nutricionais e genéticos parecem estar envolvidos. Os principais fatores de risco incluem idade entre 7 a 10 anos, ingestão de dietas acidificantes, raças de pelo longo, hipercalcemia, hiperoxalúria e ingestão elevada de proteínas. A obstrução ureteral causa interrupção do fluxo urinário, acarretando diminuição na taxa de filtração glomerular, hidronefrose e posterior fibrose e atrofia. Os sinais clínicos são geralmente inespecíficos, tornando-se mais evidentes quando ocorre azotemia, associada à perda da função renal. O diagnóstico é realizado, na maioria das vezes, por uma associação entre radiografia e ultrassonografia, entretanto, outros exames diagnósticos podem ser utilizados, como urografia excretora, pielografia anterógrada percutânea, tomografia computadorizada e cintilografia renal. O tratamento tradicional é realizado de forma conservadora (fluidoterapia em associação com diuréticos e antagonistas alfa-adrenérgicos) ou cirúrgica (ureterotomia, nefroureterectomia, ureteroneocistotomia). Procedimentos cirúrgicos apresentam considerável taxa de mortalidade e complicações, incluindo extravazamento urinário e reobstrução devido ao edema formado ou estenose ureteral. Técnicas urológicas minimamente invasivas têm surgido como uma alternativa diagnóstica e terapêutica para as afecções do ureter, envolvendo o uso de fluoroscopia e endoscopia. Incluem a colocação de stents ureterais e tubos de nefrostomia percutânea, litotripsia extracorpórea por ondas de choque e nefroureterolitotomia percutânea. Essas técnicas diminuem consideravelmente as complicações associadas às cirurgias tradicionais, assim como podem estabilizar pacientes debilitados, antes de sofrerem procedimentos mais invasivos. O presente trabalho tem a finalidade de realizar uma revisão bibliográfica sobre a ureterolitíase felina, com enfoque na descrição das novas técnicas minimamente intervencionistas que vem sendo utilizadas nos pacientes felinos.The diagnosis of ureterolithiasis is recent, with the first cases reported in the 90’s. Since then, their casuistry is increasing, becoming an important disease in the population of domestic cats. Approximately 98% of cats’ ureteral stones are composed of calcium oxalate, shaped by a mineral supersaturating urine with calcium and oxalic acid. The exact formation mechanism is still unknown; however, environmental, nutritional and genetic factors seem to be involved. The main risk factors include age from seven to ten years, intake of acidifying diets, longhaired breeds, hypercalcemia, hyperoxaluria and high protein intake. Ureteral obstruction cause interruption of urine flow, causing a decrease in glomerular filtration rate (GFR), hydronephrosis and subsequent fibrosis and atrophy. Clinical signs are usually nonspecific, becoming more evident when azotemia is associated with loss of renal function. The diagnostic, most of the time, is obtained by an association between radiography and ultrasonography, however, other diagnostic tests can be used as excretory urography, percutaneous antegrade pyelography, computed tomography (CT scan) and renal scintigraphy. The traditional treatment is conservative (fluid combined with diuretics and alpha-adrenergic antagonists) or surgical (ureterotomy, nephroureterectomy, ureteroneocistotomy). Surgical procedures has a high mortality rate and substantial complications, including urinary extravasation and further obstruction caused by edema or ureteral stenosis. Urological minimally invasive techniques have emerged as a diagnostic and therapeutic alternative for ureter diseases, such as the use of fluoroscopy and endoscopy. These include the placement of ureteral stents and percutaneous nephrostomy tube, extracorporeal shock wave lithotripsy and percutaneous nefroureterolitotomy. These techniques considerably decreases the complications associated with traditional surgery and can stabilize debilitated patients before invasive procedures. This paper aims to conduct a literature review on feline ureterolithiasis, focusing the description of the new minimally interventional techniques used in feline patients.application/pdfporUretrite : DiagnosticoUrólitos : GatosClinica veterinaria : FelinosFeline ureterolithiasisCalcium oxalate urolithsUreteral obstructionMinimally invasive techniquesUreterolitíase por oxalato de cálcio em felinos : diagnóstico e tratamentoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2014/2Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000951592.pdf.txt000951592.pdf.txtExtracted Texttext/plain102741http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196907/2/000951592.pdf.txtbb2e60499733b2312ec415fc30d0c312MD52ORIGINAL000951592.pdfTexto completoapplication/pdf697492http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196907/1/000951592.pdfbefa26ee5959a858b66fbfb2793b0c86MD5110183/1969072019-07-14 02:36:58.344494oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196907Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-07-14T05:36:58Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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