Óleo de coco : uma revisão sistemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/129618 |
Resumo: | Introdução: Dado o crescimento da obesidade e suas graves conseqüências à saúde, são necessárias medidas para sua prevenção e tratamento. Dentre as alternativas que objetivam a redução de peso corporal e melhora da qualidade de vida, a mídia tem divulgado o óleo de coco como responsável por diversos benefícios à saúde. Entretanto, muitos dos dados divulgados para a venda irrestrita de produtos são provenientes somente de alguns pequenos experimentos em animais. Objetivo: Revisar, de forma sistemática, a literatura envolvendo o impacto do óleo de coco sobre parâmetros de obesidade e adiposidade, dentre outros marcadores clínicos e metabólicos, em humanos. Métodos: Foram revisados artigos originais, publicados até abril/2015, encontrados através do Pubmed, que avaliaram os efeitos do óleo de coco em humanos. Resultados: Inicialmente a busca retornou 209 artigos, sendo que 10 preencheram os critérios de elegibilidade para esta revisão. Apenas um estudo relatou redução na circunferência da cintura com uso do óleo de coco, comparado a óleo de soja. Em relação a parâmetros metabólicos, dois estudos utilizaram o óleo de cártamo como comparação, nos quais foram encontrados valores superiores com óleo de coco para HDL, LDL e colesterol total. Também comparado à banha, óleo de coco apresentou concentrações superiores de colesterol total e HDL, mas menores para triglicerídeos. Comparado com óleo de girassol, não houve diferenças nos valores para lipídios plasmáticos e enzimas antioxidantes. Por outro lado, comparado à manteiga, colesterol total e LDL foram menores com óleo de coco. Em um estudo que avaliou a presença de doença coronariana, não foi encontrada associação com a ingestão de óleo de coco. Entretanto, outro estudo apresentou maiores chances de hipertensão em indivíduos que ingeriam óleo de coco, em análise ajustada apenas para idade. Óleo de coco apresentou melhora significativa na qualidade de vida em mulheres com câncer de mama, comparadas àquelas que não receberam nenhum tipo de suplementação, no entanto sem diferenças significativas quanto aos sintomas relacionados à quimioterapia. Também não houve maior saciedade ou diminuição da ingestão alimentar, nem diferenças na glicose sérica ou outros marcadores metabólicos, entre a ingestão de preparações com óleo de coco, banha e gordura láctea. Conclusões: Os resultados encontrados na literatura são preliminares e inconsistentes. Há escassez de estudos que avaliem os efeitos do óleo de coco sobre a perda de peso. Os estudos são heterogêneos quanto à intervenção adotada, bem como quanto aos desfechos avaliados e população estudada. Não foi evidenciado claro benefício do uso de óleo de coco para o emagrecimento, nem para melhora consistente do perfil lipídico e glicêmico, sendo os resultados de diferentes pesquisas ainda contraditórios. Assim, é necessária a realização de novos ensaios clínicos randomizados, com tamanho amostral e tempo de seguimento adequados, que avaliem o impacto dos produtos à base de óleo de coco atualmente tão propagandeados, para permitir conclusões mais consistentes e seguras. |
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Bem, Riana Augusta Dauber Bevilaqua deLuft, Vivian Cristine2015-11-13T02:36:35Z2015http://hdl.handle.net/10183/129618000974828Introdução: Dado o crescimento da obesidade e suas graves conseqüências à saúde, são necessárias medidas para sua prevenção e tratamento. Dentre as alternativas que objetivam a redução de peso corporal e melhora da qualidade de vida, a mídia tem divulgado o óleo de coco como responsável por diversos benefícios à saúde. Entretanto, muitos dos dados divulgados para a venda irrestrita de produtos são provenientes somente de alguns pequenos experimentos em animais. Objetivo: Revisar, de forma sistemática, a literatura envolvendo o impacto do óleo de coco sobre parâmetros de obesidade e adiposidade, dentre outros marcadores clínicos e metabólicos, em humanos. Métodos: Foram revisados artigos originais, publicados até abril/2015, encontrados através do Pubmed, que avaliaram os efeitos do óleo de coco em humanos. Resultados: Inicialmente a busca retornou 209 artigos, sendo que 10 preencheram os critérios de elegibilidade para esta revisão. Apenas um estudo relatou redução na circunferência da cintura com uso do óleo de coco, comparado a óleo de soja. Em relação a parâmetros metabólicos, dois estudos utilizaram o óleo de cártamo como comparação, nos quais foram encontrados valores superiores com óleo de coco para HDL, LDL e colesterol total. Também comparado à banha, óleo de coco apresentou concentrações superiores de colesterol total e HDL, mas menores para triglicerídeos. Comparado com óleo de girassol, não houve diferenças nos valores para lipídios plasmáticos e enzimas antioxidantes. Por outro lado, comparado à manteiga, colesterol total e LDL foram menores com óleo de coco. Em um estudo que avaliou a presença de doença coronariana, não foi encontrada associação com a ingestão de óleo de coco. Entretanto, outro estudo apresentou maiores chances de hipertensão em indivíduos que ingeriam óleo de coco, em análise ajustada apenas para idade. Óleo de coco apresentou melhora significativa na qualidade de vida em mulheres com câncer de mama, comparadas àquelas que não receberam nenhum tipo de suplementação, no entanto sem diferenças significativas quanto aos sintomas relacionados à quimioterapia. Também não houve maior saciedade ou diminuição da ingestão alimentar, nem diferenças na glicose sérica ou outros marcadores metabólicos, entre a ingestão de preparações com óleo de coco, banha e gordura láctea. Conclusões: Os resultados encontrados na literatura são preliminares e inconsistentes. Há escassez de estudos que avaliem os efeitos do óleo de coco sobre a perda de peso. Os estudos são heterogêneos quanto à intervenção adotada, bem como quanto aos desfechos avaliados e população estudada. Não foi evidenciado claro benefício do uso de óleo de coco para o emagrecimento, nem para melhora consistente do perfil lipídico e glicêmico, sendo os resultados de diferentes pesquisas ainda contraditórios. Assim, é necessária a realização de novos ensaios clínicos randomizados, com tamanho amostral e tempo de seguimento adequados, que avaliem o impacto dos produtos à base de óleo de coco atualmente tão propagandeados, para permitir conclusões mais consistentes e seguras.Introduction: Given the rising prevalence of obesity and its serious health consequences, strategies for its prevention and treatment are necessary. Among the alternatives that aim to reduce body weight and improve quality of life, the media have reported the coconut oil as responsible for various health benefits. However, much of the data used for the unrestricted sale of products come only from a few small animals experiments. Objective: To systematically review the literature about the impact of coconut oil on obesity and adiposity parameters, and other clinical and metabolic markers in humans. Methods: Original articles published until April/2015, found through Pubmed, which evaluated the effects of coconut oil in humans, were included. Results: Initially the search returned 209 articles, and 10 met the eligibility criteria for this review. Only one study reported a reduction in waist circumference with the use of coconut oil, compared to soy oil. With respect to metabolic parameters, two studies used safflower oil for comparison, in which higher values were found in coconut oil for HDL, LDL and total cholesterol. Compared to lard, coconut oil showed higher concentrations of total and HDL cholesterol, but lower levels for triglycerides. Compared with sunflower oil, there were no differences in the values for plasma lipids and antioxidant enzymes. Compared to butter, total cholesterol and LDL were lower with coconut oil. In a study that assessed the presence of coronary disease, no association was found with coconut oil intake. However, another study showed higher odds of hypertension in subjects who usually ate coconut oil, in analyzes only adjusted for age. Coconut oil presented significant improvement in the quality of life of women with breast cancer, compared to those who received no supplementation, although no difference was observed in symptoms related to chemotherapy. There was no greater satiety or decreased food intake, or differences in serum glucose or other metabolic markers, between preparations with coconut oil, lard and milk fat. Conclusions: The results in the literature are preliminary and inconsistent. There are few studies that evaluate the effects of coconut oil on weight loss. The studies are heterogeneous regarding the intervention, as well as the outcomes evaluated and studied population. No benefit was observed of using coconut oil for weight loss or for consistent improvement of lipid and glycemic profiles, as the results from different studies are still contradictory. Thus, further randomized clinical trials are needed, with adequate sample size and reasonable follow-up time to assess the impact of products derived from coconut oil , currently so advertised by media, to allow more consistent and reliable conclusions.application/pdfporÓleo de palmeiraObesidadePerda de pesoCoconut oilObesityInflammationWeight lossMetabolismSerum lipidsWaist circumferenceOverweightSatietyAdultsÓleo de coco : uma revisão sistemáticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2015Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000974828.pdf000974828.pdfTexto completoapplication/pdf244933http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129618/1/000974828.pdfc4256572c7fbc491c32fb7ce82c840a0MD51TEXT000974828.pdf.txt000974828.pdf.txtExtracted Texttext/plain80312http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129618/2/000974828.pdf.txtb904034f21e71342a512c37227d014afMD52THUMBNAIL000974828.pdf.jpg000974828.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg845http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129618/3/000974828.pdf.jpgccfe8f0c6b547b383d1afd82b4b1b523MD5310183/1296182019-09-11 03:40:03.618511oai:www.lume.ufrgs.br:10183/129618Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-09-11T06:40:03Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: Dado o crescimento da obesidade e suas graves conseqüências à saúde, são necessárias medidas para sua prevenção e tratamento. Dentre as alternativas que objetivam a redução de peso corporal e melhora da qualidade de vida, a mídia tem divulgado o óleo de coco como responsável por diversos benefícios à saúde. Entretanto, muitos dos dados divulgados para a venda irrestrita de produtos são provenientes somente de alguns pequenos experimentos em animais. Objetivo: Revisar, de forma sistemática, a literatura envolvendo o impacto do óleo de coco sobre parâmetros de obesidade e adiposidade, dentre outros marcadores clínicos e metabólicos, em humanos. Métodos: Foram revisados artigos originais, publicados até abril/2015, encontrados através do Pubmed, que avaliaram os efeitos do óleo de coco em humanos. Resultados: Inicialmente a busca retornou 209 artigos, sendo que 10 preencheram os critérios de elegibilidade para esta revisão. Apenas um estudo relatou redução na circunferência da cintura com uso do óleo de coco, comparado a óleo de soja. Em relação a parâmetros metabólicos, dois estudos utilizaram o óleo de cártamo como comparação, nos quais foram encontrados valores superiores com óleo de coco para HDL, LDL e colesterol total. Também comparado à banha, óleo de coco apresentou concentrações superiores de colesterol total e HDL, mas menores para triglicerídeos. Comparado com óleo de girassol, não houve diferenças nos valores para lipídios plasmáticos e enzimas antioxidantes. Por outro lado, comparado à manteiga, colesterol total e LDL foram menores com óleo de coco. Em um estudo que avaliou a presença de doença coronariana, não foi encontrada associação com a ingestão de óleo de coco. Entretanto, outro estudo apresentou maiores chances de hipertensão em indivíduos que ingeriam óleo de coco, em análise ajustada apenas para idade. Óleo de coco apresentou melhora significativa na qualidade de vida em mulheres com câncer de mama, comparadas àquelas que não receberam nenhum tipo de suplementação, no entanto sem diferenças significativas quanto aos sintomas relacionados à quimioterapia. Também não houve maior saciedade ou diminuição da ingestão alimentar, nem diferenças na glicose sérica ou outros marcadores metabólicos, entre a ingestão de preparações com óleo de coco, banha e gordura láctea. Conclusões: Os resultados encontrados na literatura são preliminares e inconsistentes. Há escassez de estudos que avaliem os efeitos do óleo de coco sobre a perda de peso. Os estudos são heterogêneos quanto à intervenção adotada, bem como quanto aos desfechos avaliados e população estudada. Não foi evidenciado claro benefício do uso de óleo de coco para o emagrecimento, nem para melhora consistente do perfil lipídico e glicêmico, sendo os resultados de diferentes pesquisas ainda contraditórios. Assim, é necessária a realização de novos ensaios clínicos randomizados, com tamanho amostral e tempo de seguimento adequados, que avaliem o impacto dos produtos à base de óleo de coco atualmente tão propagandeados, para permitir conclusões mais consistentes e seguras. |
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