Uma análise dos traços fonológicos para a descrição automática de sinais da libras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribas, Mateus Maciel
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/242003
Resumo: Este trabalho insere-se nos estudos da fonologia nas línguas de sinais, buscando determinar os traços fonológicos necessários para uma descrição automática da estrutura fonológica dos sinais da Libras. Partindo da hipótese de que a localização e a configuração de mão são os traços principais dos quais os demais podem ser previstos, foi testada a descrição de um corpus formado por 13 (treze) sinais da Libras através do software descritor Signshow. Este programa de computador, a partir de uma matriz de traços fonológicos, gera uma descrição automática, em forma textual, dos sinais. Tomamos como pressupostos teóricos modelos fonológicos que militam a favor do uso exclusivo de traços fonológicos estáticos, excluindo modelos que recorrem, de uma forma ou outra, a representações dinâmicas da geometria ou gestalt dos movimentos. A motivação desta escolha teórica radica numa restrição prática: o software utilizado ainda não prevê uma interface visual/geométrica, sendo que seu caráter de descritor textual obrigou a que prescindíssemos da categoria movimento. A metodologia da pesquisa baseou-se na aplicação do algoritmo mencionado aos sinais constituintes do corpus (input) e na verificação dos resultados da testagem, que apresentaram tanto elementos de descrição consistentes (outputs satisfatórios) como elementos descritivos inconsistentes (outputs insatisfatórios). Na seção reservada à discussão dos dados, detalhamos esses problemas de descrição, entre os quais estão questões relativas à categoria Orientação da Palma da Mão e à sua relação com a categoria Direção dos Dedos, bem como à trajetória das mãos no Espaço Neutro (formato do movimento), que constitui um “resíduo dinâmico”, ou seja, um subconjunto de elementos que exigem alguma forma de representação dinâmica, para os quais não são suficientes as descrições com traços estáticos. Este problema do “resíduo dinâmico” fundamenta a defesa de Channon; Hulst (2011) da necessidade dos traços dinâmicos na descrição fonológica dos sinais. Entretanto, nossa proposta é manter a exclusividade dos traços estáticos, conforme Hayes (1993), e, para isso, desenvolvemos um Esquema de Locações no Espaço Neutro (ELEN), que visa a suprir a descrição com settings múltiplos (subespecificações do traço Locação) para dar conta do percurso das mãos no espaço ao logo da produção do sinal.
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A motivação desta escolha teórica radica numa restrição prática: o software utilizado ainda não prevê uma interface visual/geométrica, sendo que seu caráter de descritor textual obrigou a que prescindíssemos da categoria movimento. A metodologia da pesquisa baseou-se na aplicação do algoritmo mencionado aos sinais constituintes do corpus (input) e na verificação dos resultados da testagem, que apresentaram tanto elementos de descrição consistentes (outputs satisfatórios) como elementos descritivos inconsistentes (outputs insatisfatórios). Na seção reservada à discussão dos dados, detalhamos esses problemas de descrição, entre os quais estão questões relativas à categoria Orientação da Palma da Mão e à sua relação com a categoria Direção dos Dedos, bem como à trajetória das mãos no Espaço Neutro (formato do movimento), que constitui um “resíduo dinâmico”, ou seja, um subconjunto de elementos que exigem alguma forma de representação dinâmica, para os quais não são suficientes as descrições com traços estáticos. Este problema do “resíduo dinâmico” fundamenta a defesa de Channon; Hulst (2011) da necessidade dos traços dinâmicos na descrição fonológica dos sinais. Entretanto, nossa proposta é manter a exclusividade dos traços estáticos, conforme Hayes (1993), e, para isso, desenvolvemos um Esquema de Locações no Espaço Neutro (ELEN), que visa a suprir a descrição com settings múltiplos (subespecificações do traço Locação) para dar conta do percurso das mãos no espaço ao logo da produção do sinal.This research seeks to determine the phonological features necessary for an automatic description of Brazilian Sign Language‟s phonological structure. The hypothesis that location and hand configuration are the most important phonological features, from which the other ones can be predicted was tested in a corpus of 13 (thirteen) signs, through the application of the software Signshow, that generates a textual description of the phonological structure of a given sign based on its matrix of phonological features. Our theoretical assumptions are the phonological models that are based on static phonological features, and that exclude dynamic features such as those that represent the geometry/gestalt of sign movements. The motivation of this theoretical choice was due to a practical restriction: the software used in the tests does not have a visual or geometric interface, that is, its being a textual descriptor compelled us to dispense with the category movement. The methodology we followed was based on the application of the afore mentioned algorithm to the signs of the corpus (input), and the verification of the results, which presented both consistent elements in their descriptions (satisfactory outputs) and inconsistent descriptive elements (unsatisfactory outputs). Discussing the results, we provide a detailed analysis of these problems of description, which regard the category of orientation of the palm and its relation to the category direction of the fingers, as well as the hand trajectory in the neuter space (movement shape), which constitutes a “dynamic residue”, i.e. a subset of phonological elements that requires a dynamic representation, being insufficient the pure static phonological features. This “dynamic residue” problem substantiates Channon and Hulst‟s (2011) argument on the necessity of dynamic features in the phonological representation of signs. However, we propose to maintain the exclusivity of the static features, following Hayes (1993), and because of that we developed a tool that we called ELEN (from the initials of the Portuguese expression “Esquema de Locações no Espaço Neutro”, which stands for “Design of locations in the neuter space”), that provides the phonological description of signs with multiple settings (subspecifications of the feature Location) to represent the trajectory of the hand through the neuter space.application/pdfporLíngua Brasileira de Sinais (LIBRAS)FonologiaLíngua oralBrazilian Sign Language PhonologyPhonological featuresAutomatic descriptorUma análise dos traços fonológicos para a descrição automática de sinais da librasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2019Letras: Tradutor e Intérprete de Libras: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001143498.pdf.txt001143498.pdf.txtExtracted Texttext/plain153162http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242003/2/001143498.pdf.txt48647b0f0c80275ded04064e10c4fea9MD52ORIGINAL001143498.pdfTexto completoapplication/pdf5364662http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/242003/1/001143498.pdf8555e1812f6ea0d794d349d51c55b949MD5110183/2420032023-06-24 03:37:37.269657oai:www.lume.ufrgs.br:10183/242003Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-06-24T06:37:37Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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