Associação entre tempo de internação e dieta com leite materno na alta hospitalar de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso : dados de 12 UTI’s neonatais brasileiras de 2012 a 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Marcela Reckziegel de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/257553
Resumo: Introdução: o nascimento prematuro é considerado um grave problema de saúde pública mundial. Por não estarem fisicamente preparados, os prematuros que sobrevivem às complicações após o parto podem apresentar desfechos desfavoráveis na saúde a médio e longo prazos. Já é comprovada a magnitude dos benefícios do aleitamento materno para um melhor desenvolvimento infantil, porém a imaturidade dos sistemas e órgãos nestas crianças dificulta a implementação da amamentação, se tornando um desafio no cuidado desse público. Objetivos: testar a associação entre a duração da internação e a dieta com leite humano na alta hospitalar de recém-nascidos prematuros muito baixo peso, e fatores associados a dieta na alta. Métodos: análise de dados secundários incluindo recém nascidos prematuros com <1.500 gramas, nascidos entre janeiro de 2012 e dezembro de 2020 em 12 Unidades de Terapia Intensiva Neonatais brasileiras. A exposição estudada foi o tempo de internação hospitalar, em semanas, e o desfecho a dieta na alta, classificada em leite humano exclusivo ou outras dietas (mista e fórmula exclusiva). Para testar a associação entre duração da internação hospitalar e a dieta com leite humano na alta utilizou-se Modelo de Regressão de Poisson com variância robusta e para as demais associações, com análise de diferença entre os grupos, utilizou-se análise de tamanho de efeito D de Cohen. O projeto foi aprovado pelo CEP HCPA número 2020-0333. Resultados: Foram incluídos dados de 5737 recém nascidos prematuros de muito baixo peso. A prevalência de aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar foi de 24%. O tempo de internação se mostrou inversamente associado ao aleitamento na alta - para cada semana adicional de internação houve uma redução de 14% nas chances de receber alta em aleitamento materno exclusivo (AME). Ao comparar os grupos de dietas, o tempo de internação mostrou uma diferença de efeito médio, com o grupo em AME apresentando uma mediana de 38 dias e o grupo de outras dietas de 51 dias. Observou-se uma diferença de efeito médio para o peso na alta hospitalar, 1825 g no grupo em AME e 2115 g no grupo de outras dietas. O grupo em AM apresentou menor ocorrência de complicações na internação, como sepse neonatal tardia (18,9% vs 81,7%) e enterocolite necrosante (11,8% vs 88,2%). Conclusão: Os prematuros de muito baixo peso amamentados exclusivamente com leite materno na alta apresentam um menor tempo de internação hospitalar do que os demais, assim como menor ocorrência de complicações. Observa-se o grande impacto da permanência hospitalar no estabelecimento da amamentação, com redução a cada semana adicional de internação, dialogando com a baixa taxa de AME encontrada no estudo.
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spelling Lima, Marcela Reckziegel dePaim, Betina Soldateli2023-04-27T03:32:40Z2023http://hdl.handle.net/10183/257553001167211Introdução: o nascimento prematuro é considerado um grave problema de saúde pública mundial. Por não estarem fisicamente preparados, os prematuros que sobrevivem às complicações após o parto podem apresentar desfechos desfavoráveis na saúde a médio e longo prazos. Já é comprovada a magnitude dos benefícios do aleitamento materno para um melhor desenvolvimento infantil, porém a imaturidade dos sistemas e órgãos nestas crianças dificulta a implementação da amamentação, se tornando um desafio no cuidado desse público. Objetivos: testar a associação entre a duração da internação e a dieta com leite humano na alta hospitalar de recém-nascidos prematuros muito baixo peso, e fatores associados a dieta na alta. Métodos: análise de dados secundários incluindo recém nascidos prematuros com <1.500 gramas, nascidos entre janeiro de 2012 e dezembro de 2020 em 12 Unidades de Terapia Intensiva Neonatais brasileiras. A exposição estudada foi o tempo de internação hospitalar, em semanas, e o desfecho a dieta na alta, classificada em leite humano exclusivo ou outras dietas (mista e fórmula exclusiva). Para testar a associação entre duração da internação hospitalar e a dieta com leite humano na alta utilizou-se Modelo de Regressão de Poisson com variância robusta e para as demais associações, com análise de diferença entre os grupos, utilizou-se análise de tamanho de efeito D de Cohen. O projeto foi aprovado pelo CEP HCPA número 2020-0333. Resultados: Foram incluídos dados de 5737 recém nascidos prematuros de muito baixo peso. A prevalência de aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar foi de 24%. O tempo de internação se mostrou inversamente associado ao aleitamento na alta - para cada semana adicional de internação houve uma redução de 14% nas chances de receber alta em aleitamento materno exclusivo (AME). Ao comparar os grupos de dietas, o tempo de internação mostrou uma diferença de efeito médio, com o grupo em AME apresentando uma mediana de 38 dias e o grupo de outras dietas de 51 dias. Observou-se uma diferença de efeito médio para o peso na alta hospitalar, 1825 g no grupo em AME e 2115 g no grupo de outras dietas. O grupo em AM apresentou menor ocorrência de complicações na internação, como sepse neonatal tardia (18,9% vs 81,7%) e enterocolite necrosante (11,8% vs 88,2%). Conclusão: Os prematuros de muito baixo peso amamentados exclusivamente com leite materno na alta apresentam um menor tempo de internação hospitalar do que os demais, assim como menor ocorrência de complicações. Observa-se o grande impacto da permanência hospitalar no estabelecimento da amamentação, com redução a cada semana adicional de internação, dialogando com a baixa taxa de AME encontrada no estudo.Introduction: premature birth is considered a serious global public health problem. Premature infants who survive complications after birth may experience unfavorable health outcomes in the medium and long term due to their physical unpreparedness. It is already proven that breastfeeding have many benefits for the children’s development, however, the immaturity of the systems and organs in preterm infants makes it harder to implement breastfeeding. That turns out to be a challenge in neonatal care. Objective: to test the association between length of stay and human milk diet at discharge in very low birth weight preterm infants and other factors associated with diet at discharge. Methods: Secondary data analysis including premature newborns with <1,500 grams, born between January 2012 and December 2020 in 12 Brazilian Neonatal Intensive Care Units. The exposure studied was the length of stay, in weeks, and the outcome was the diet at discharge, classified as exclusive human milk or other diets (mixed and exclusive formula). To test the association between length of stay and exclusive human milk diet at discharge, Poisson Regression Model with robust variance was used, and for the other associations, Cohen's effect size analysis was used. The project was approved by the HCPA Ethics Committee, number 2020-0333. Results: Data from 5,737 very low birth weight premature newborns were included. The prevalence of exclusive breastfeeding at hospital discharge was 24%. Length of stay was inversely associated with exclusive breastfeeding at discharge - for each additional week of hospitalization, there was a 14% reduction in the chances of being discharged on exclusive breastfeeding. When comparing the groups, length of stay showed a difference of medum effect, with the exclusive human milk group presenting a median of 38 days and the other diets group of 51 days. A difference of medium effect was also observed for weight at discharge, 1825 g in the exclusive human milk group and 2115 g in the other diets group. The exclusive human milk group had a lower occurrence of complications during hospitalization, such as late-onset neonatal sepsis (18.9% vs. 81.7%) and necrotizing enterocolitis (11.8% vs. 88.2%) Conclusion: Very low birth weight premature infants exclusively breastfed at hospital discharge have a shorter length of stay than others, as well as a lower occurrence of complications. The impact of hospitalization on the establishment of breastfeeding is significant, with a reduction in exclusive breastfeeding rates for each additional week of hospitalization.application/pdfporRecém-nascido de muito baixo pesoAleitamento maternoNutrição do lactenteTempo de internaçãoUnidades de terapia intensiva neonatalVery-low-birth-weight infantBreastfeedingInfant nutritionLength of stayNeonatal intensive care unitAssociação entre tempo de internação e dieta com leite materno na alta hospitalar de recém-nascidos prematuros de muito baixo peso : dados de 12 UTI’s neonatais brasileiras de 2012 a 2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2023Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001167211.pdf.txt001167211.pdf.txtExtracted Texttext/plain41702http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257553/2/001167211.pdf.txt5dff97da617ae8d5b98609a5416dc013MD52ORIGINAL001167211.pdfTexto parcialapplication/pdf209319http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257553/1/001167211.pdf155845207cfccdec117cf1e0e7298a7dMD5110183/2575532023-04-28 03:56:35.679074oai:www.lume.ufrgs.br:10183/257553Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-04-28T06:56:35Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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