Docência Compartilhada : dispositivo pedagógico para acolher as diferenças?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kinoshita, Julia Harue
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/17909
Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar a docência compartilhada, considerada um dispositivo pedagógico que favorece o acesso e a permanência de alunos com necessidades educativas especiais em turmas regulares do ensino fundamental. Para o desenvolvimento das reflexões acerca desse tema, foi considerada a experiência da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e a proposta de Ciclos de Formação implementada nesta rede desde os anos 90 do Século XX. Com o objetivo de promover os processos de ensino/aprendizagem a proposta de Ciclos de Formação associa-se a uma rede de apoios diferenciados, com destaque para: o professor itinerante, o Laboratório de Aprendizagem, as Salas de Integração e Recursos, além das Turmas de Progressão. Estas últimas são espaços destinados aos alunos com defasagem entre sua faixa etária e a escolaridade e também a proceder à adaptação de novos alunos à proposta de ciclos. O presente trabalho surge do debate sobre os riscos de estagnação de um espaço transitório como as Turmas de Progressão e da necessidade de construção de alternativas para alunos que, apesar de suas dificuldades de aprendizagem, têm avançado no processo de escolarização. Assim, tomou-se em análise uma experiência específica de uma escola municipal - Escola Gilberto Jorge - na tentativa de compreender o processo de implantação de uma experiência iniciada em 2006, a qual consiste na entrada de dois professores, nas turmas regulares em que há alunos com necessidades educativas especiais, para qualificar o atendimento e o processo de ensino/aprendizagem da turma como um todo. A análise apóia-se no olhar da pesquisadora que atua como professora, do III Ciclo na mesma escola. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que procurou valorizar diferentes fontes como: levantamento bibliográfico; análise de documentos internos; relatos de experiências. Como principal conclusão afirma-se que o dispositivo de docência compartilhada, como apoio de processos inclusivos, recoloca no centro de seu projeto a convivência comum em sala de aula, entre alunos com e sem deficiência, princípio fundamental da Educação Inclusiva. Possibilita ações pedagógicas individualizadas e estabelece o respeito ao ritmo próprio de aprendizagem.
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