Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/271614 |
Resumo: | O presente trabalho trata do fenômeno de harmonia vocálica variável (HVV) no português do sul do Brasil. Esse processo de assimilação regressiva é em geral caracterizado como o alçamento de uma vogal média pretônica /e, o/ motivado por uma vogal alta /i, u/ em silaba subsequente (ex. costume~custume, seguia~siguia). Fundamenta-se em Bisol (1981), Schwindt (1995) e Schwindt e Collischonn (2004), a comparação da distribuição da realização de harmonia vocálica em verbos com a literatura existente sobre o tema, considerando o papel de variáveis linguisticas e extralinguisticas (ex. homorganicidade, tonicidade do gatilho, escolaridade, entre outras). Sob a hipótese de acesso da regra variável a informações de nível morfológico, descreve-se a ocorrência de harmonia vocálica em verbos considerando variáveis referentes ao paradigma verbal (ex. conjugação verbal, sufixo de modo-tempo-aspecto, entre outros). Além disso, verifica-se o papel da frequência lexical sobre o fenômeno, a partir da hipótese de que palavras de alta frequência sofrem mais harmonia vocálica do que as de baixa frequência (Phillips, 1984 apud Leal; Bisol, 2017; Bybee, 2001; Leal; Bisol, 2017). Para isso, utiliza-se a amostra de Schwindt (1995), que conta com dados das três capitais do sul do Brasil provindos do VARSUL. As variáveis linguisticas e extralinguisticas analisadas têm como pano de fundo a pesquisa de Schwindt (1995), uma vez que a comparação dos verbos se dá em relação aos resultados obtidos pelo autor para a amostra geral. As variáveis que respondem por aspectos do paradigma verbal e a coluna de frequência lexical foram codificadas para este trabalho. Encontrou-se, neste recorte, pouca diferença no que tange ao comportamento dos verbos frente às variáveis linguisticas e extralinguísticas em compara à amostra geral. Quanto ao paradigma verbal, notou-se que variantes cujas desinências possuem a vogal alta /i/ (ex. Pretérito Imperfeito, 3ª conjugação) tendem a apresentar maiores índices de harmonização. Devido ao fato de que a aplicação da regra foi baixa nos verbos do Futuro do Pretérito, que também apresenta vogal alta no sufixo, buscou-se, na frequência lexical, possível explicação. A esse respeito, verificou-se na frequência explicação para distribuicões curiosas, como o desfavorecimento da 2ª conjugação na aplicação da HVV (Schwindt; Collischonn, 2004) e o alto índice de realização da HVV em verbos conjugados no Presente do Indicativo. |
id |
UFRGS-2_3c1a6ce7bc303502164ab351a1ed08ca |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271614 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Petry, Isabela PriscoSchwindt, Luiz Carlos da Silva2024-02-08T05:02:11Z2023http://hdl.handle.net/10183/271614001193961O presente trabalho trata do fenômeno de harmonia vocálica variável (HVV) no português do sul do Brasil. Esse processo de assimilação regressiva é em geral caracterizado como o alçamento de uma vogal média pretônica /e, o/ motivado por uma vogal alta /i, u/ em silaba subsequente (ex. costume~custume, seguia~siguia). Fundamenta-se em Bisol (1981), Schwindt (1995) e Schwindt e Collischonn (2004), a comparação da distribuição da realização de harmonia vocálica em verbos com a literatura existente sobre o tema, considerando o papel de variáveis linguisticas e extralinguisticas (ex. homorganicidade, tonicidade do gatilho, escolaridade, entre outras). Sob a hipótese de acesso da regra variável a informações de nível morfológico, descreve-se a ocorrência de harmonia vocálica em verbos considerando variáveis referentes ao paradigma verbal (ex. conjugação verbal, sufixo de modo-tempo-aspecto, entre outros). Além disso, verifica-se o papel da frequência lexical sobre o fenômeno, a partir da hipótese de que palavras de alta frequência sofrem mais harmonia vocálica do que as de baixa frequência (Phillips, 1984 apud Leal; Bisol, 2017; Bybee, 2001; Leal; Bisol, 2017). Para isso, utiliza-se a amostra de Schwindt (1995), que conta com dados das três capitais do sul do Brasil provindos do VARSUL. As variáveis linguisticas e extralinguisticas analisadas têm como pano de fundo a pesquisa de Schwindt (1995), uma vez que a comparação dos verbos se dá em relação aos resultados obtidos pelo autor para a amostra geral. As variáveis que respondem por aspectos do paradigma verbal e a coluna de frequência lexical foram codificadas para este trabalho. Encontrou-se, neste recorte, pouca diferença no que tange ao comportamento dos verbos frente às variáveis linguisticas e extralinguísticas em compara à amostra geral. Quanto ao paradigma verbal, notou-se que variantes cujas desinências possuem a vogal alta /i/ (ex. Pretérito Imperfeito, 3ª conjugação) tendem a apresentar maiores índices de harmonização. Devido ao fato de que a aplicação da regra foi baixa nos verbos do Futuro do Pretérito, que também apresenta vogal alta no sufixo, buscou-se, na frequência lexical, possível explicação. A esse respeito, verificou-se na frequência explicação para distribuicões curiosas, como o desfavorecimento da 2ª conjugação na aplicação da HVV (Schwindt; Collischonn, 2004) e o alto índice de realização da HVV em verbos conjugados no Presente do Indicativo.The present work is about the phenomenon of vowel harmony in southern Brazilian Portuguese. The regressive assimilation process consists of raising a pretonic mid vowel /e, o/ motivated by a high vowel /i, u/ in a subsequent syllable (eg. coruja ~ curuja ‘owl’, seguiria ~ siguiria ‘would follow’). The comparison between vowel harmony in verbs and the already existent literature about the theme is especially based on Bisol (1981), Schwindt (1995) and Schwindt and Collischonn (2004). Linguistic and extralinguistic variables are analyzed, such as homorganicity, stress syllable, city, among others. Under the hypothesis of variable rule access to morphological information, the occurrence of vowel harmony in verbs is described considering variables of the verbal paradigm (eg. verb conjugation, mood-tense-aspect suffixes, among others). Furthermore, the role of lexical frequency on the phenomenon is verified, once the hypothesis is that high-frequency words harmonize more than low-frequency ones (Phillips, 1984; Bybee, 2001; Leal; Bisol, 2017). Schwindt’s (1995) sample is used, which contains data from the three capitals in southern Brazil from the corpus VARSUL. The linguistic and extralinguistic variables analyzed have as background the research by Schwindt (1995), since the comparison with verbs takes place in relation to results obtained by the author for the general sample. The variables of the verbal paradigm and the lexical frequency column were coded for this work. The behavior of the verbs in regard to linguistic and extralinguistic variables did not differ to a large extent from the general sample. The variants whose suffixes had the high vowel /i/ (eg. Imperfect Past and third conjugation) tend to present higher harmonization rates. Due to the fact that the application of the phenomenon was infrequent in the verbs of the Future of the Past, which also has a high vowel in the suffix, lexical frequency was explored. In this respect, the lexical frequency could explain the disfavor of the second conjugation in the application of VVH (Schwindt; Collischonn, 2004) and the high rates of VH in conjugated verbs in the Present tense.application/pdfporHarmonia vocálicaVerbosFrequência lexicalVarsul (Projeto Variação Linguística na Região Sul do Brasil)Vowel harmonyVerbal paradigmLexical frequencyVARSULHarmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexicalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2023Letras: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001193961.pdf.txt001193961.pdf.txtExtracted Texttext/plain119801http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271614/2/001193961.pdf.txt6c6b08785a53257a66a8c7cfa8993fbaMD52ORIGINAL001193961.pdfTexto completoapplication/pdf813503http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271614/1/001193961.pdf76ccb71578398cbc3e8b4beb979bde9aMD5110183/2716142024-02-09 06:05:41.255424oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271614Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-02-09T08:05:41Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
title |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
spellingShingle |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical Petry, Isabela Prisco Harmonia vocálica Verbos Frequência lexical Varsul (Projeto Variação Linguística na Região Sul do Brasil) Vowel harmony Verbal paradigm Lexical frequency VARSUL |
title_short |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
title_full |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
title_fullStr |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
title_full_unstemmed |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
title_sort |
Harmonia vocálica variável em verbos em dados do Varsul : o papel da frequência lexical o papel da frequência lexical |
author |
Petry, Isabela Prisco |
author_facet |
Petry, Isabela Prisco |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Petry, Isabela Prisco |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Schwindt, Luiz Carlos da Silva |
contributor_str_mv |
Schwindt, Luiz Carlos da Silva |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Harmonia vocálica Verbos Frequência lexical Varsul (Projeto Variação Linguística na Região Sul do Brasil) |
topic |
Harmonia vocálica Verbos Frequência lexical Varsul (Projeto Variação Linguística na Região Sul do Brasil) Vowel harmony Verbal paradigm Lexical frequency VARSUL |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Vowel harmony Verbal paradigm Lexical frequency VARSUL |
description |
O presente trabalho trata do fenômeno de harmonia vocálica variável (HVV) no português do sul do Brasil. Esse processo de assimilação regressiva é em geral caracterizado como o alçamento de uma vogal média pretônica /e, o/ motivado por uma vogal alta /i, u/ em silaba subsequente (ex. costume~custume, seguia~siguia). Fundamenta-se em Bisol (1981), Schwindt (1995) e Schwindt e Collischonn (2004), a comparação da distribuição da realização de harmonia vocálica em verbos com a literatura existente sobre o tema, considerando o papel de variáveis linguisticas e extralinguisticas (ex. homorganicidade, tonicidade do gatilho, escolaridade, entre outras). Sob a hipótese de acesso da regra variável a informações de nível morfológico, descreve-se a ocorrência de harmonia vocálica em verbos considerando variáveis referentes ao paradigma verbal (ex. conjugação verbal, sufixo de modo-tempo-aspecto, entre outros). Além disso, verifica-se o papel da frequência lexical sobre o fenômeno, a partir da hipótese de que palavras de alta frequência sofrem mais harmonia vocálica do que as de baixa frequência (Phillips, 1984 apud Leal; Bisol, 2017; Bybee, 2001; Leal; Bisol, 2017). Para isso, utiliza-se a amostra de Schwindt (1995), que conta com dados das três capitais do sul do Brasil provindos do VARSUL. As variáveis linguisticas e extralinguisticas analisadas têm como pano de fundo a pesquisa de Schwindt (1995), uma vez que a comparação dos verbos se dá em relação aos resultados obtidos pelo autor para a amostra geral. As variáveis que respondem por aspectos do paradigma verbal e a coluna de frequência lexical foram codificadas para este trabalho. Encontrou-se, neste recorte, pouca diferença no que tange ao comportamento dos verbos frente às variáveis linguisticas e extralinguísticas em compara à amostra geral. Quanto ao paradigma verbal, notou-se que variantes cujas desinências possuem a vogal alta /i/ (ex. Pretérito Imperfeito, 3ª conjugação) tendem a apresentar maiores índices de harmonização. Devido ao fato de que a aplicação da regra foi baixa nos verbos do Futuro do Pretérito, que também apresenta vogal alta no sufixo, buscou-se, na frequência lexical, possível explicação. A esse respeito, verificou-se na frequência explicação para distribuicões curiosas, como o desfavorecimento da 2ª conjugação na aplicação da HVV (Schwindt; Collischonn, 2004) e o alto índice de realização da HVV em verbos conjugados no Presente do Indicativo. |
publishDate |
2023 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2023 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2024-02-08T05:02:11Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/271614 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001193961 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/271614 |
identifier_str_mv |
001193961 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271614/2/001193961.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271614/1/001193961.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
6c6b08785a53257a66a8c7cfa8993fba 76ccb71578398cbc3e8b4beb979bde9a |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224674698330112 |