A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meira, Fábio Bittencourt
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Meira, Mônica Birchler Vanzella
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/96877
Resumo: O discurso organizacional parece incapaz de induzir comportamentos alinhados com as exigências e necessidades da empresa. A literatura sobre gestão de pessoas aponta essa dissociação entre discurso e prática como um paradoxo. Este artigo propõe ir além, ao considerar que ele é, na verdade, signo de uma contradição constitutiva do campo a partir da qual as ações gerenciais são produzidas. A não coincidência entre discurso e prática é a regra que propicia a regeneração e reiteração incessante do que é comunicado. Técnicas renovadas de treinamento mostram que a integração dos indivíduos é vista como um problema de aprendizagem, dependente do ensino de modos de sentir e perceber suas sensações e experiências, o que vai muito além da fronteira do discurso, apontando outros limites e antagonistas. Espera-se que os indivíduos sejam sujeitos de sua própria sujeição. Nessa perspectiva, a operação e o problema da gestão de pessoas residem na necessidade de produzir simultaneamente a completa sujeição e o sujeito pleno. Os referenciais teóricos do discurso organizacional e da teoria linguística fundamentam a crítica às práticas inovadoras de gestão de pessoas. Um dos personagens do filme Beleza americana ajuda a reordenar a reflexão anterior, propiciando a retomada do problema segundo a nova chave, com a passagem do discurso ao sujeito.
id UFRGS-2_42855f458f0ade9d941bb8281c5454ce
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/96877
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Meira, Fábio BittencourtMeira, Mônica Birchler Vanzella2014-06-25T02:05:35Z20141679-3951http://hdl.handle.net/10183/96877000916343O discurso organizacional parece incapaz de induzir comportamentos alinhados com as exigências e necessidades da empresa. A literatura sobre gestão de pessoas aponta essa dissociação entre discurso e prática como um paradoxo. Este artigo propõe ir além, ao considerar que ele é, na verdade, signo de uma contradição constitutiva do campo a partir da qual as ações gerenciais são produzidas. A não coincidência entre discurso e prática é a regra que propicia a regeneração e reiteração incessante do que é comunicado. Técnicas renovadas de treinamento mostram que a integração dos indivíduos é vista como um problema de aprendizagem, dependente do ensino de modos de sentir e perceber suas sensações e experiências, o que vai muito além da fronteira do discurso, apontando outros limites e antagonistas. Espera-se que os indivíduos sejam sujeitos de sua própria sujeição. Nessa perspectiva, a operação e o problema da gestão de pessoas residem na necessidade de produzir simultaneamente a completa sujeição e o sujeito pleno. Os referenciais teóricos do discurso organizacional e da teoria linguística fundamentam a crítica às práticas inovadoras de gestão de pessoas. Um dos personagens do filme Beleza americana ajuda a reordenar a reflexão anterior, propiciando a retomada do problema segundo a nova chave, com a passagem do discurso ao sujeito.Organizational discourse seems unable to incite behaviors in line with the company’s requirements and needs. The literature on people management points out this dissociation between discourse and practice as a paradox. This article proposes to go further, by regarding it, actually, as the sign of a constitutive contradiction of the field in which managerial actions are produced. The mismatch between discourse and practice is the rule that enables the ceaseless renewal and reiteration of what is communicated. Renewed training techniques show that the integration of individuals is seen as a learning issue, which depends on teaching ways of feeling and noticing their sensations and experiences, something which goes far beyond the discourse boundary, pointing out other thresholds and antagonists. It is expected that the individuals are subjects of their own subjection. From this perspective, operation and the issue of people management lie on the need to simultaneously produce complete subjection and a full individual. The theoretical frameworks of organizational discourse and linguistic theory ground the criticism to innovative practices in people management. A character from the movie American Beauty helps rearranging the previous reflection, enabling us to resume the problem according to the new key, moving from the discourse to the subject.application/pdfporCadernos EBAPE.BR. Rio de Janeiro. Vol. 12, n. 1, (jan./mar. 2014), p. 163-177Gestão de pessoasDiscurso : OrganizaçãoIdeologiaPeople managementOrganizational discourseSubjectIdeologyFilm analysisA cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeitoThe culture of american beauties : managing people, discourse, and subjectinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000916343.pdf000916343.pdfTexto completoapplication/pdf769956http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/1/000916343.pdfbf23337ee4bf5be57777aab4b6e2fbc2MD51TEXT000916343.pdf.txt000916343.pdf.txtExtracted Texttext/plain61169http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/2/000916343.pdf.txtd6a570a144f878fa1bec16150a813632MD52THUMBNAIL000916343.pdf.jpg000916343.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2135http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/3/000916343.pdf.jpg95befbf41432350d24af5c1c04c20d9bMD5310183/968772018-10-18 08:33:54.16oai:www.lume.ufrgs.br:10183/96877Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-18T11:33:54Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
dc.title.alternative.en.fl_str_mv The culture of american beauties : managing people, discourse, and subject
title A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
spellingShingle A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
Meira, Fábio Bittencourt
Gestão de pessoas
Discurso : Organização
Ideologia
People management
Organizational discourse
Subject
Ideology
Film analysis
title_short A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
title_full A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
title_fullStr A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
title_full_unstemmed A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
title_sort A cultura de belezas americanas : gestão de pessoas, discurso e sujeito
author Meira, Fábio Bittencourt
author_facet Meira, Fábio Bittencourt
Meira, Mônica Birchler Vanzella
author_role author
author2 Meira, Mônica Birchler Vanzella
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Meira, Fábio Bittencourt
Meira, Mônica Birchler Vanzella
dc.subject.por.fl_str_mv Gestão de pessoas
Discurso : Organização
Ideologia
topic Gestão de pessoas
Discurso : Organização
Ideologia
People management
Organizational discourse
Subject
Ideology
Film analysis
dc.subject.eng.fl_str_mv People management
Organizational discourse
Subject
Ideology
Film analysis
description O discurso organizacional parece incapaz de induzir comportamentos alinhados com as exigências e necessidades da empresa. A literatura sobre gestão de pessoas aponta essa dissociação entre discurso e prática como um paradoxo. Este artigo propõe ir além, ao considerar que ele é, na verdade, signo de uma contradição constitutiva do campo a partir da qual as ações gerenciais são produzidas. A não coincidência entre discurso e prática é a regra que propicia a regeneração e reiteração incessante do que é comunicado. Técnicas renovadas de treinamento mostram que a integração dos indivíduos é vista como um problema de aprendizagem, dependente do ensino de modos de sentir e perceber suas sensações e experiências, o que vai muito além da fronteira do discurso, apontando outros limites e antagonistas. Espera-se que os indivíduos sejam sujeitos de sua própria sujeição. Nessa perspectiva, a operação e o problema da gestão de pessoas residem na necessidade de produzir simultaneamente a completa sujeição e o sujeito pleno. Os referenciais teóricos do discurso organizacional e da teoria linguística fundamentam a crítica às práticas inovadoras de gestão de pessoas. Um dos personagens do filme Beleza americana ajuda a reordenar a reflexão anterior, propiciando a retomada do problema segundo a nova chave, com a passagem do discurso ao sujeito.
publishDate 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-06-25T02:05:35Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/96877
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1679-3951
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000916343
identifier_str_mv 1679-3951
000916343
url http://hdl.handle.net/10183/96877
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Cadernos EBAPE.BR. Rio de Janeiro. Vol. 12, n. 1, (jan./mar. 2014), p. 163-177
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/1/000916343.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/2/000916343.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/96877/3/000916343.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv bf23337ee4bf5be57777aab4b6e2fbc2
d6a570a144f878fa1bec16150a813632
95befbf41432350d24af5c1c04c20d9b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224836928765952