A alfabetização durante o ensino remoto em Porto Alegre e região metropolitana

• Autor(a) principal: Pellegrin, Valéria de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/262058
• topic: Ensino Remoto Emergencial (ERE); Alfabetização; COVID-19; Base Nacional Comum Curricular; Professores; Porto Alegre, Região Metropolitana de (RS); Literacy; Remote teaching; Covid-19 pandemic; National curricular common base

A pandemia da Covid-19 em 2020 provocou diversas mudanças nas escolas brasileiras, que tem gerado um grande desafio para os que atuam na linha de frente da educação, em especial, da alfabetização, tendo em vista que o processo de alfabetização deve seguir sem interrupções e se encerrar no 2º ano do ensino fundamental, conforme aponta a Base Nacional Comum Curricular, cujo ciclo de alfabetização passa de três para dois anos. Isto posto, este trabalho tem como objetivo verificar como ocorreu o processo de alfabetização de crianças de 1º e 2º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas durante o ensino remoto na cidade de Porto Alegre e região metropolitana no ano de 2020. Conforme as normas nacionais em ética em pesquisa vigente sobre pesquisas envolvendo seres humanos, a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob Parecer CAAE: 30400620.9.0000.5334. Trata-se de um estudo de delineamento observacional, transversal, descritivo, exploratório de cunho quantitativo. Além disso, a amostra da pesquisa foi constituída por 103 professores (as), cujos dados foram coletados por meio de questionário on-line autoaplicado, disponibilizado na plataforma Google Forms. Os resultados obtidos, apontam de forma estatisticamente significativa (p=0,005) que os alunos de escolas públicas apresentaram mais dificuldade em vários fatores do que os alunos de escola privada. As instituições públicas apresentaram, o maior tempo de ensino remoto assíncrono, sem atividades sincrônicas ou esporadicamente, com percentual de aulas sincrônicas abaixo de 40%, principalmente devido à dificuldade de acesso dos alunos, realizando mais a impressão das atividades para os alunos que não estavam presentes na aula remota em tempo real, muitos professores não puderam avaliar os alunos e com um percentual baixo, ou seja, 10% a 30% dos alunos alcançaram o nível alfabético, tanto no 1º ano quanto no 2º ano. Por outro lado, os professores (as) que atuam nas instituições privadas, revelaram terem tido mais tempo de aulas remotas síncronas, todos os dias, com percentual de aulas sincrônicas de 70% a 100%, as atividades eram enviadas via e-mail ou plataforma de comunicação para os alunos que não acompanham as aulas sincrônicas, consequentemente os professores conseguiram avaliar os alunos e grande parte da turma, acima de 70%, conseguiram alcançar o nível alfabético. Em suma, é necessária ampla discussão envolvendo toda a comunidade educacional, fonoaudiologia educacional e outros setores da sociedade, com o propósito de repensar e promover melhorias nas condições de trabalho dos professores, bem como oferecer condições dignas para os estudantes, em prol da alfabetização igualitária a todos.