Quando a economia solidária não é feminina nem feminista : o que está sendo reproduzido?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Pedro de Almeida
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Zaro, Zadelene, Barbosa, Maíra Freitas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/174263
Resumo: O presente artigo relata e reflete criticamente sobre o processo de formação e mobilização de uma cadeia produtiva de artefatos artesanais de lã natural, estimulada por uma política pública de economia solidária, a partir da condição de que quase todas as pessoas envolvidas eram mulheres. A escolha desse referencial de análise demandou a construção de embasamento teórico específico que tenta construir um diálogo entre economia solidária e algumas categorias da teoria feminista, intentando construir reflexões com implicações teóricas e políticas relevantes. O método de pesquisa consistiu na observação participante dos(as) autores(as) e na consulta de documentos e registros de cerca de 20 meses de trabalho de campo com traços etnográficos e de pesquisa- -ação. Os resultados apontam que as diferentes condições femininas vivenciadas pelas artesãs não foram devidamente consideradas na formulação e implementação da política e que essas mesmas condições têm potencial de propor problematizações importantes para o modo como se pensam os processos organizacionais nos empreendimentos e articulações de economia solidária, que podem estar reproduzindo padrões patriarcais a capitalistas, entrando, assim, em contradição com o discurso e com a proposta política do movimento.
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