Aspectos epidemiológicos e patológicos da endocardite bacteriana em cães: 54 casos (2000-2005)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Spagnol, Camila
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Loretti, Alexandre Paulino, Oliveira, Eduardo Conceição de, Oliveira, Rosemari Teresinha de, Driemeier, David
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/20284
Resumo: Endocardite Bacteriana (EB) é a inflamação séptica do endocárdio valvular e/ou mural. É uma doença de diagnóstico ante-mortem difícil devido ao quadro clínico inespecífico. A partir da consulta dos arquivos do Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi realizado um estudo retrospectivo sobre a EB canina em um período de 6 anos. De 2000 a 2005, 54 casos da doença foram diagnosticados à necropsia correspondendo a 1,72% do total de cães necropsiados nesse período. A idade média dos animais afetados foi de 8,2 anos. Machos (32/54) foram mais afetados do que fêmeas (22/54). A doença foi observada principalmente em cães de raça (37/54) sendo Pastor Alemão (9/54) e Fila Brasileiro (8/54) as raças mais acometidas. A válvula mitral foi a mais afetada (50/54). Na maior parte dos casos (42/54), uma possível porta de entrada para as bactérias foi identificada. A origem da infeccção bacteriana usualmente eram lesões cutâneas ulceradas e inflamadas (31/42). Em parte dos casos (10/31), essas feridas de pele estavam infestadas por larvas da mosca Cochliomyia hominivorax (miíases) e apresentavam evidente contaminação bacteriana. Streptococcus beta-hemolítico foi a bactéria mais freqüentemente cultivada de amostras de sangue colhidas à necropsia (6/17). Tromboembolismo arterial, evidenciado pela presença de infartos em múltiplos órgãos e tecidos, foi observado na maioria dos cães (46/54) sendo o rim (38/46) e o baço (24/46) os órgãos mais afetados. Os dados epidemiológicos e achados patológicos apresentados nesse estudo visam auxiliar no diagnóstico clínico da EB.
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