Motorista de Uber não é empreendedor

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Casagrande, Lucas
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Zamora, Martin Andres Moreira, Oviedo, Carlos Fernando Torres
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/222278
Resumo: Objetivo: Analisar a relação conceitual entre empreendedorismo e o trabalhador de aplicativo. Objetiva-se caracterizar conceitualmente o motorista da Uber, entendido como pináculo de uma nova forma de organizar o trabalho. Argumenta-se aqui que, ao contrário do que utilizado em inúmeros artigos e no senso comum, o motorista de Uber não é “empreendedor”, mas, sim, um trabalhador precário com facilidades flexíveis. Originalidade/valor: Com a emergência de um novo tipo de contrato de trabalho que se referencia nas relações laborais da empresa Uber, torna-se necessário discutir os impactos dessa nova organização do trabalho. A discussão conceitual sobre o enquadramento do motorista de Uber ainda é incipiente na área da Administração. Esta pesquisa contribui para um melhor entendimento de que o discurso do trabalhador subsumido ao empreendedor é legitimador de processos de exploração. Design/metodologia/abordagem: Trata-se de um artigo teórico-analítico. Recorreu-se à literatura histórica e teórica para tecer como o conceito de empreendedorismo emerge historicamente e vai se alterando. Comparou-se o trabalho uberizado às formas clássicas de organização do trabalho, em específico, o taylorismo e o toyotismo. Resultados: Demonstra-se como o motorista de Uber não pode ser considerado um empreendedor em nenhuma das conceituações históricas. Demonstra-se, também, que o motorista é um funcionário precário, com flexibilidade de tempo e gerência automatizada, incorporando elementos da organização do trabalho tanto do taylorismo quanto do toyotismo.
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