Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Clementel, Gabriela Alves
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/259881
Resumo: Ao observar uma embalagem contendo o signo “Angus” é comum que o consumidor não saiba exatamente o que este signo indica, se uma marca, um tipo de produto, padrão de qualidade ou somente uma raça animal. Atualmente, Angus é designativo de uma raça animal, e que, em tese, só pode ser utilizado pelo produtor que tiver se submetido à certificação da Associação responsável no Brasil pelo controle desta raça. Contudo, verifica-se, na prática, o uso indiscriminado e muitas vezes irregular, bem como encontram-se registros de marca concedidos contendo o referido signo. Em face disso, questiona-se: quais são as implicações da concessão, por parte do INPI, de marcas compostas por signos cujo significado remete à nomenclatura de uso regulado, como é o caso da raça Angus, que é objeto de rastreabilidade e certificação? Para aprofundar o debate, torna-se necessário primeiramente compreender o instituto da Propriedade Intelectual e os requisitos para registro de marca, além de analisar o direito regulatório referente à identificação de raça bovina em produtos ou serviços do ramo alimentício, especificamente da raça “Angus”. Ainda, faz-se necessário investigar a existência de uma relação entre as normas referentes ao registro de marca e normas referentes à rotulagem e certificação da raça bovina Angus. Com isso, por meio de um levantamento bibliográfico, normativo e jurisprudencial-administrativo, pretende-se compreender as implicações do registro do signo “Angus” como marca. Como resultados da pesquisa, observa-se a ausência de norma que impeça o INPI de conceder marcas sem que seja possível atestar a existência de certificação do produto identificado pela raça angus, notadamente por parte da Associação Brasileira de Angus. Todavia, a legislação vigente determina ao INPI o dever de observar o princípio da veracidade, a fim de garantir uma concorrência leal no mercado e proteger o consumidor para que este não seja induzido em erro. Ao não reconhecer que o uso do signo angus depende de protocolo de rastreabilidade e correspondente certificação, cria-se um cenário favorável para que os produtores/criadores de carne animal não observem as normativas sobre rotulagem de carne animal e induzam o mercado como um todo em erro quanto à qualidade do produto ofertado.
id UFRGS-2_8d356b914d500d4675e97de1bf69b189
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/259881
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Clementel, Gabriela AlvesBruch, Kelly Lissandra2023-07-04T03:50:24Z2023http://hdl.handle.net/10183/259881001170642Ao observar uma embalagem contendo o signo “Angus” é comum que o consumidor não saiba exatamente o que este signo indica, se uma marca, um tipo de produto, padrão de qualidade ou somente uma raça animal. Atualmente, Angus é designativo de uma raça animal, e que, em tese, só pode ser utilizado pelo produtor que tiver se submetido à certificação da Associação responsável no Brasil pelo controle desta raça. Contudo, verifica-se, na prática, o uso indiscriminado e muitas vezes irregular, bem como encontram-se registros de marca concedidos contendo o referido signo. Em face disso, questiona-se: quais são as implicações da concessão, por parte do INPI, de marcas compostas por signos cujo significado remete à nomenclatura de uso regulado, como é o caso da raça Angus, que é objeto de rastreabilidade e certificação? Para aprofundar o debate, torna-se necessário primeiramente compreender o instituto da Propriedade Intelectual e os requisitos para registro de marca, além de analisar o direito regulatório referente à identificação de raça bovina em produtos ou serviços do ramo alimentício, especificamente da raça “Angus”. Ainda, faz-se necessário investigar a existência de uma relação entre as normas referentes ao registro de marca e normas referentes à rotulagem e certificação da raça bovina Angus. Com isso, por meio de um levantamento bibliográfico, normativo e jurisprudencial-administrativo, pretende-se compreender as implicações do registro do signo “Angus” como marca. Como resultados da pesquisa, observa-se a ausência de norma que impeça o INPI de conceder marcas sem que seja possível atestar a existência de certificação do produto identificado pela raça angus, notadamente por parte da Associação Brasileira de Angus. Todavia, a legislação vigente determina ao INPI o dever de observar o princípio da veracidade, a fim de garantir uma concorrência leal no mercado e proteger o consumidor para que este não seja induzido em erro. Ao não reconhecer que o uso do signo angus depende de protocolo de rastreabilidade e correspondente certificação, cria-se um cenário favorável para que os produtores/criadores de carne animal não observem as normativas sobre rotulagem de carne animal e induzam o mercado como um todo em erro quanto à qualidade do produto ofertado.When observing a package containing the term “Angus”, it is common for the consumer not to know exactly what this sign indicates, whether a brand, a type of product, quality standard or just an animal breed. Currently, Angus is the designation of an animal breed, which, in theory, can only be used by the producer who has submitted himself to the certification of the Association responsible in Brazil for the control of this breed. However, in practice, indiscriminate and irregular use is verified, as well as granted trademark registrations containing the referred term. Therefore, the question emerges: what are the implications of granting, by the INPI, brands composed of terms whose meaning refers to the nomenclature of regulated use, as is the case of the Angus breed, which is subject to traceability and certification? To deepen the debate, it becomes necessary to comprehend, at first, the Intellectual Property institute and the requirements for trademark registration, in addition to analyzing the regulatory law regarding the identification of the bovine breed in products or services in the food industry, specifically the “Angus” breed. Even so, it is necessary to investigate the existence of a relationship between the norms referring to trademark registration and norms referring to the labeling and certification of the Angus bovine breed. Hence, through a bibliographical, normative and administrative jurisprudential survey, it is intended to understand the implications of registering the term “Angus” as a trademark. As result, it is observed the absence of a rule that prevents the INPI from granting marks without it being possible to attest to the existence of certification of the product identified by the Angus breed, notably by the Associação Brasileira de Angus. However, current legislation determines to INPI the duty to observe the principle of truthfulness, in order to guarantee a fair competition in the market and protect consumers so that they are not misled. By not acknowledging that the use of the angus sign depends on a traceability protocol and corresponding certification, a favorable scenario is created so that animal meat producers/breeders do not observe the regulations on animal meat labeling and induce the market as a whole to error as to the quality of the product offered.application/pdfporPropriedade intelectualPropriedade industrialMarca de certificaçãoIntellectual propertyLabelingAngusIndustrial propertyCertification markOs signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2023Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001170642.pdf.txt001170642.pdf.txtExtracted Texttext/plain136403http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259881/2/001170642.pdf.txt6eb68379893a1365dc2312f0ede67812MD52ORIGINAL001170642.pdfTexto completoapplication/pdf1482118http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259881/1/001170642.pdfa40c8679b68fee9087c31ef05a6c582cMD5110183/2598812023-07-05 03:48:21.009261oai:www.lume.ufrgs.br:10183/259881Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-05T06:48:21Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
title Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
spellingShingle Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
Clementel, Gabriela Alves
Propriedade intelectual
Propriedade industrial
Marca de certificação
Intellectual property
Labeling
Angus
Industrial property
Certification mark
title_short Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
title_full Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
title_fullStr Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
title_full_unstemmed Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
title_sort Os signos que possuem o uso condicionado ao protocolo de certificação : uma análise do caso Angus
author Clementel, Gabriela Alves
author_facet Clementel, Gabriela Alves
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Clementel, Gabriela Alves
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Bruch, Kelly Lissandra
contributor_str_mv Bruch, Kelly Lissandra
dc.subject.por.fl_str_mv Propriedade intelectual
Propriedade industrial
Marca de certificação
topic Propriedade intelectual
Propriedade industrial
Marca de certificação
Intellectual property
Labeling
Angus
Industrial property
Certification mark
dc.subject.eng.fl_str_mv Intellectual property
Labeling
Angus
Industrial property
Certification mark
description Ao observar uma embalagem contendo o signo “Angus” é comum que o consumidor não saiba exatamente o que este signo indica, se uma marca, um tipo de produto, padrão de qualidade ou somente uma raça animal. Atualmente, Angus é designativo de uma raça animal, e que, em tese, só pode ser utilizado pelo produtor que tiver se submetido à certificação da Associação responsável no Brasil pelo controle desta raça. Contudo, verifica-se, na prática, o uso indiscriminado e muitas vezes irregular, bem como encontram-se registros de marca concedidos contendo o referido signo. Em face disso, questiona-se: quais são as implicações da concessão, por parte do INPI, de marcas compostas por signos cujo significado remete à nomenclatura de uso regulado, como é o caso da raça Angus, que é objeto de rastreabilidade e certificação? Para aprofundar o debate, torna-se necessário primeiramente compreender o instituto da Propriedade Intelectual e os requisitos para registro de marca, além de analisar o direito regulatório referente à identificação de raça bovina em produtos ou serviços do ramo alimentício, especificamente da raça “Angus”. Ainda, faz-se necessário investigar a existência de uma relação entre as normas referentes ao registro de marca e normas referentes à rotulagem e certificação da raça bovina Angus. Com isso, por meio de um levantamento bibliográfico, normativo e jurisprudencial-administrativo, pretende-se compreender as implicações do registro do signo “Angus” como marca. Como resultados da pesquisa, observa-se a ausência de norma que impeça o INPI de conceder marcas sem que seja possível atestar a existência de certificação do produto identificado pela raça angus, notadamente por parte da Associação Brasileira de Angus. Todavia, a legislação vigente determina ao INPI o dever de observar o princípio da veracidade, a fim de garantir uma concorrência leal no mercado e proteger o consumidor para que este não seja induzido em erro. Ao não reconhecer que o uso do signo angus depende de protocolo de rastreabilidade e correspondente certificação, cria-se um cenário favorável para que os produtores/criadores de carne animal não observem as normativas sobre rotulagem de carne animal e induzam o mercado como um todo em erro quanto à qualidade do produto ofertado.
publishDate 2023
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-07-04T03:50:24Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2023
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/259881
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001170642
url http://hdl.handle.net/10183/259881
identifier_str_mv 001170642
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259881/2/001170642.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259881/1/001170642.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 6eb68379893a1365dc2312f0ede67812
a40c8679b68fee9087c31ef05a6c582c
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224663150362624