Bricolagem da educação física : intervenções feitas de ciência e arte na rede pública de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Márcia Fernanda de Mello
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/76046
Resumo: Este trabalho tem por objetivo compartilhar afetações e vivências que permeiam o meu olhar em relação à intervenção do Profissional de Educação Física (PEF). Para isto me propus a realizar uma pesquisa sobre o tema da intervenção do PEF na rede pública de saúde, a partir da percepção dos próprios profissionais. O objetivo foi identificar e analisar as atividades realizadas pelos educadores físicos, assim como investigar a intencionalidade nas atividades propostas e como a formação profissional influencia na intervenção. Para responder as indagações foram realizados dois grupos focais com um total de onze profissionais que atuam na rede pública de saúde. Essa metodologia possibilitou um espaço coletivo de interação potencializador de produção de novos saberes, pois além de fornecer informações para a pesquisa, o grupo poderia ter outros desdobramentos e benefícios para os participantes, como a troca de experiências. Houve diversidade no perfil dos sujeitos envolvidos na pesquisa, tanto em relação à faixa etária, quanto ao tempo de graduados, em relação à formação com residência em saúde e estar envolvido com a residência como tutor/preceptor. Identifiquei quatro categorias de análise: Trajetórias, Sujeitos e Intersecções; A Formação Profissional e a Graduação em Educação Física; Intervenção Profissional da Educação Física na Saúde; e a Residência Multiprofissional em Saúde. A primeira categoria apontou que os sujeitos da pesquisa traçaram caminhos distintos que levaram a pontos de intersecções, como a inserção na saúde pública, que se inicia de formas diversas, por acaso, por convite de um colega, por um projeto novo, mas o comum é que o profissional não tem o conhecimento prévio do seu papel neste local de intervenção. No que tange a formação acadêmica constatei que os cursos de graduação pouco contemplam disciplinas que abordem assuntos que envolvam a saúde coletiva, sendo muitos os pontos de tensão nesta área. O currículo dos cursos de graduação em educação Física possuem disciplinas que são da área da saúde, no entanto, seu cunho é de ordem curativa e centradas na doença, não dialogando com a lógica do SUS. Na categoria intervenção profissional, houve uma diferença entre um grupo e outro, um descreveu as atividades que os integrantes realizavam nos serviços de saúde, enquanto o outro se posicionou afirmando que o primordial seria propor ações centradas no sujeito, na sua realidade de vida e do contexto do serviço de saúde. Houve relevância na discussão a diferença entre práticas corporais e atividade física. Na categoria da RMS percebe-se que houve uma grande expansão, mesmo sem estrutura e profissionais qualificados para atuarem, no entanto, ela configura-se como uma oportunidade de vivências supervisionadas na saúde, ampliando a compreensão do fazer no Sistema único de Saúde. Este estudo provocou outros olhares sobre a questão, posto que as discussões realizadas nos grupos focais transitaram por terrenos que, ao começar, eu não imaginava que se desvendariam. Percebi que os trabalhadores constroem cotidianamente o fazer, através de vivências, reflexões, buscam pistas que os orientem e, algumas vezes, definam o que compete ao educador físico na rede pública de saúde.
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