Uso do trilostano no tratamento do hiperadrenocorticismo canino

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Francisco Juchem
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/39025
Resumo: O Hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome de Cushing, também conhecido como hipercortisolismo foi descrito pela primeira vez em humanos pelo neurocirurgião Harvey Cushing em 1910. Em cães, os primeiros casos relatados datam da década de 1970 sendo considerada atualmente umas das endocrinopatias mais comuns nas rotinas clínicas. O HAC é comumente diagnosticado em cães de meia-idade a idosos e caracteriza-se por uma série de alterações clínicas e laboratoriais em resposta a produção excessiva de cortisol (ocorrência natural) ou ainda resultante da administração crônica de glicocorticóides (iatrogênica). A forma mais comum da doença (80 a 85% dos casos) é a pituitária-dependente (HPD) que decorre da presença de um tumor hipofisário produtor de quantidades excessivas de ACTH. Como a secreção de cortisol é controlada pelo ACTH, uma maior produção de ACTH resulta em altos níveis de cortisol circulantes. O HAC adreno-dependente (15 a 20% dos casos) decorre de tumor adrenal produtor de grande quantidade de cortisol e que afeta geralmente apenas uma da glândulas adrenais, podendo raramente ser bilateral. A Síndrome de Cushing apresenta progressão lenta e, muitas vezes, demora a ser percebida pelo proprietário do animal, que associa alguns sinais iniciais como cansaço fácil, ofego, ganho de peso, etc. à velhice, uma vez que os animais não se apresentam clinicamente doentes. O fato de afetar diversos sistemas do organismo e mimetizar sinais clínicos de outras doenças pode, em alguns casos, dificultar o diagnóstico do HAC. O Cushing canino é mais comumente tratado com o uso de medicações que visam reduzir a secreção de cortisol. No Brasil, o mitotano (Lisodren) é frequentemente utilizado no tratamento de cães com HAC. Por se tratar de um quimioterápico promotor de necrose ou atrofia da glândula adrenal, o mitotano requer cuidado especial devido aos efeitos colaterais associados ao seu uso (vômito, diarréia, ataxia, letargia, anorexia, hipoadrenocorticismo iatrogênico e até morte súbita). Mais recentemente, tem-se usado o trilostano (Vetoryl) no tratamento do HAC canino. Essa medicação obteve em 2008, aprovação pela FDA dos EUA e já é considerado como “Gold Standard” para o tratamento do HPD canino nos EUA e na Europa. O trilostano é um esteróide sintético que atua como inibidor competitvo e reversível da enzima 3-beta hidroxiesteróide desidrogenase interferindo na síntese de mineralocorticóides, glicocorticóides e esteróides sexuais. Devido ao seu mecanismo de ação, por inibição competitiva, o trilostano apresenta uma ótima segurança terapêutica, bastando apenas interromper a sua administração para o retorno da produção dos corticosteróides endógenos. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre o hiperadrenocorticismo canino dando ênfase no tratamento com trilostano e fazer um relato de caso.
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Como a secreção de cortisol é controlada pelo ACTH, uma maior produção de ACTH resulta em altos níveis de cortisol circulantes. O HAC adreno-dependente (15 a 20% dos casos) decorre de tumor adrenal produtor de grande quantidade de cortisol e que afeta geralmente apenas uma da glândulas adrenais, podendo raramente ser bilateral. A Síndrome de Cushing apresenta progressão lenta e, muitas vezes, demora a ser percebida pelo proprietário do animal, que associa alguns sinais iniciais como cansaço fácil, ofego, ganho de peso, etc. à velhice, uma vez que os animais não se apresentam clinicamente doentes. O fato de afetar diversos sistemas do organismo e mimetizar sinais clínicos de outras doenças pode, em alguns casos, dificultar o diagnóstico do HAC. O Cushing canino é mais comumente tratado com o uso de medicações que visam reduzir a secreção de cortisol. No Brasil, o mitotano (Lisodren) é frequentemente utilizado no tratamento de cães com HAC. Por se tratar de um quimioterápico promotor de necrose ou atrofia da glândula adrenal, o mitotano requer cuidado especial devido aos efeitos colaterais associados ao seu uso (vômito, diarréia, ataxia, letargia, anorexia, hipoadrenocorticismo iatrogênico e até morte súbita). Mais recentemente, tem-se usado o trilostano (Vetoryl) no tratamento do HAC canino. Essa medicação obteve em 2008, aprovação pela FDA dos EUA e já é considerado como “Gold Standard” para o tratamento do HPD canino nos EUA e na Europa. O trilostano é um esteróide sintético que atua como inibidor competitvo e reversível da enzima 3-beta hidroxiesteróide desidrogenase interferindo na síntese de mineralocorticóides, glicocorticóides e esteróides sexuais. Devido ao seu mecanismo de ação, por inibição competitiva, o trilostano apresenta uma ótima segurança terapêutica, bastando apenas interromper a sua administração para o retorno da produção dos corticosteróides endógenos. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre o hiperadrenocorticismo canino dando ênfase no tratamento com trilostano e fazer um relato de caso.The hyperadrenocorticism (HAC) or Cushing's syndrome, also known as hypercortisolism was first described in humans by the neurosurgeon Harvey Cushing in 1910. In dogs, the first reported cases dating from the 1970s and is now considered one of the most common endocrine disorders in clinical routines. The HAC is commonly diagnosed in dogs from middle age to elderly and is characterized by a series of clinical and laboratory changes in response to excessive production of cortisol (naturally occurring) or resulting from chronic glucocorticoid administration (iatrogenic). The most common form of the disease (80 to 85% of cases) is pituitary dependent (PHD) wich arises from the presence of a pituitary tumor producing excessive amounts of ACTH. As cortisol secretion is controlled by ACTH, an increased production of ACTH results in high levels of circulating cortisol. The adrenal-dependent HAC (15 to 20% of cases) is due to adrenal tumor producing large amounts of cortisol, which generally affects only one of the adrenal glands, which may rarely be bilateral. Cushing's syndrome presents slow and often takes to be noticed by the owner of the animal, which combines some early signs such as tiredness, panting, weight gain, etc. to old age, since animals do not exhibit clinically ill. The fact that affects multiple organ systems and clinical signs mimic other diseases may in some cases, make difficult the diagnosis of HAC. The canine Cushing is most commonly treated with medications that aim to reduce cortisol secretion. In Brazil, mitotane (Lysodren) is often used to treat dogs with HAC. By being a promoter of chemotherapy necrosis or atrophy of the adrenal gland, mitotane requires special care because of the side effects associated with its use (vomiting, diarrhea. Ataxia, lethargy. Anorexia, hypoadrenocorticism iatrogenic and even sudden death). More recently, it has been used trilostane (Vetoryl) in the treatment of canine HAC. This medication obtained in 2008, approved by the FDA and is considered as gold standard for treatment of canine PDH in the U.S. and Europe. The trilostane is a synthetic steroid that acts as an inhibitor of the enzyme and reversible competitve 3-beta hydroxysteroid dehydrogenase interfering in the synthesis of mineralocorticoids, glucocorticoids and sex steroids. Due to its mechanism of action by competitive inhibition, the trilostane treatment presents a great security by simply stopping its administration for the return of the production of endogenous corticosteroids. The aim of this study was a literature review on the canine hyperadrenocorticism givin emphasis on treatment with trilostane and make a case report.application/pdfporHiperadrenocorticismoSíndrome de CushingCortisolHyperadrenocorticismCushing’s syndromeCortisolMitotaneTrilostaneUso do trilostano no tratamento do hiperadrenocorticismo caninoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do sulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2010/2Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000792683.pdf000792683.pdfTexto completoapplication/pdf747696http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/39025/1/000792683.pdf3a26cb6264f2bb228eddeab8f9140db4MD51TEXT000792683.pdf.txt000792683.pdf.txtExtracted Texttext/plain63852http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/39025/2/000792683.pdf.txt8e1ba9acc8f7d67f6b88b97233091073MD52THUMBNAIL000792683.pdf.jpg000792683.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg948http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/39025/3/000792683.pdf.jpg3c51c5d57e9cde160365b88507fdde57MD5310183/390252020-08-05 03:38:20.290814oai:www.lume.ufrgs.br:10183/39025Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2020-08-05T06:38:20Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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