Diabetes mellitus pós-transplante e ganho de peso em pacientes submetidos ao transplante renal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/217480 |
Resumo: | Introdução: O transplante renal é a melhor terapia para pacientes com doença renal em estágio avançado. O Diabetes Mellitus Pós-Transplante (DMPT) renal e o ganho de peso são consequências comuns do pós-transplante. Estudos apontam que o ganho de peso pode estar associado ao desenvolvimento de DMPT. Objetivos: Avaliar a associação do peso pré-transplante e o ganho de peso aos 3 meses pós-transplante com o desenvolvimento de DMPT, bem como o impacto de fatores de risco, tais como idade, etnia, doença de base, peso pré-transplante, presença do vírus da hepatite C (HCV) e/ou do citomegalovírus (CMV) para desenvolvimento de DMPT. Além disso, será avaliado o impacto do diagnóstico de DMPT no ganho de peso aos 6 e 12 meses. Metodologia: Uma coorte histórica de 374 pacientes adultos transplantados renais foi avaliada após um ano de transplante. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais pré e pós-transplante foram coletados dos prontuários dos pacientes, bem como dos centros de diálise. Foram excluídos pacientes com diabetes pré-transplante, transplante de múltiplos órgãos e retransplante. Foram avaliados no pré-transplante: glicemia de jejum, perfil lipídico, peso seco e doença de base. Os dados de peso e de função renal foram avaliados aos três, seis e doze meses após a data do transplante. O diagnóstico de DMPT foi realizado através dos critérios da Associação Americana de Diabetes. Resultados: Os pacientes apresentavam uma idade média de 46 anos, 51,3% eram do sexo masculino, 89,3% de etnia branca, taxa de filtração glomerular de 39 mL/min/1,73m2, apresentavam um peso pré-transplante médio de 68,5kg ± 12,77 e média de glicemia de jejum de 89,5mL/dL. Já os pacientes que desenvolveram diabetes eram mais velhos (49,8 anos ± 11,5 vs. 42,7 anos ± 12,7; p < 0,001) e apresentavam uma taxa de filtração glomerular menor após 3 meses de transplante em comparação ao grupo que não desenvolveu (35 vs. 43 mL/min/1,732); p=0,009). A mediana para o desenvolvimento de DMPT foi aos dois meses pós-transplante. Não houve diferença estatisticamente significativa do ganho de peso entre os grupos aos três meses (1,2 kg (0,29) vs. 0,71 kg (0,51); p= 0,409) e seis meses (3,07 kg (0,36) vs. 1,76 kg (0,64); p=0,077). Entretanto, após um ano de transplante, os pacientes que não desenvolveram diabetes ganharam significativamente mais peso em comparação com aqueles que desenvolveram (4,6 kg (0,44) vs. 2,45 kg (0,78); p= 0,018). Em contrapartida, os pacientes que desenvolveram DMPT apresentavam um maior peso pré-transplante em relação aos pacientes que não desenvolveram a doença (71,28 kg ± 13,21 vs. 65,69 kg ± 12,34; p <0,001). Além disso, o grupo DMPT apresentava maior nível sérico de colesterol total (170mg/dL vs.161mg/dL; p= 0,046) e de triglicerídeos (188mg/dL vs. 144mg/dL; p=0,027). Conclusão: Com base no presente estudo, pode-se concluir que um maior peso pré-transplante está associado ao desenvolvimento de DMPT. Uma vez que o excesso de peso é um fator de risco modificável pré-transplante que pode potencializar desfechos negativos como o desenvolvimento de diabetes, supõe-se que adotar medidas de avaliação antropométrica e intervenção dietética para pacientes no pré-transplante poderia ser uma estratégia profilática e benéfica, que talvez pudesse vir a minimizar a incidência de DMPT. |
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Rosa, Alessandra Ibañez daSouza, Gabriela CorrêaPedrollo, Elis Forcellini2021-01-20T04:18:53Z2017http://hdl.handle.net/10183/217480001048109Introdução: O transplante renal é a melhor terapia para pacientes com doença renal em estágio avançado. O Diabetes Mellitus Pós-Transplante (DMPT) renal e o ganho de peso são consequências comuns do pós-transplante. Estudos apontam que o ganho de peso pode estar associado ao desenvolvimento de DMPT. Objetivos: Avaliar a associação do peso pré-transplante e o ganho de peso aos 3 meses pós-transplante com o desenvolvimento de DMPT, bem como o impacto de fatores de risco, tais como idade, etnia, doença de base, peso pré-transplante, presença do vírus da hepatite C (HCV) e/ou do citomegalovírus (CMV) para desenvolvimento de DMPT. Além disso, será avaliado o impacto do diagnóstico de DMPT no ganho de peso aos 6 e 12 meses. Metodologia: Uma coorte histórica de 374 pacientes adultos transplantados renais foi avaliada após um ano de transplante. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais pré e pós-transplante foram coletados dos prontuários dos pacientes, bem como dos centros de diálise. Foram excluídos pacientes com diabetes pré-transplante, transplante de múltiplos órgãos e retransplante. Foram avaliados no pré-transplante: glicemia de jejum, perfil lipídico, peso seco e doença de base. Os dados de peso e de função renal foram avaliados aos três, seis e doze meses após a data do transplante. O diagnóstico de DMPT foi realizado através dos critérios da Associação Americana de Diabetes. Resultados: Os pacientes apresentavam uma idade média de 46 anos, 51,3% eram do sexo masculino, 89,3% de etnia branca, taxa de filtração glomerular de 39 mL/min/1,73m2, apresentavam um peso pré-transplante médio de 68,5kg ± 12,77 e média de glicemia de jejum de 89,5mL/dL. Já os pacientes que desenvolveram diabetes eram mais velhos (49,8 anos ± 11,5 vs. 42,7 anos ± 12,7; p < 0,001) e apresentavam uma taxa de filtração glomerular menor após 3 meses de transplante em comparação ao grupo que não desenvolveu (35 vs. 43 mL/min/1,732); p=0,009). A mediana para o desenvolvimento de DMPT foi aos dois meses pós-transplante. Não houve diferença estatisticamente significativa do ganho de peso entre os grupos aos três meses (1,2 kg (0,29) vs. 0,71 kg (0,51); p= 0,409) e seis meses (3,07 kg (0,36) vs. 1,76 kg (0,64); p=0,077). Entretanto, após um ano de transplante, os pacientes que não desenvolveram diabetes ganharam significativamente mais peso em comparação com aqueles que desenvolveram (4,6 kg (0,44) vs. 2,45 kg (0,78); p= 0,018). Em contrapartida, os pacientes que desenvolveram DMPT apresentavam um maior peso pré-transplante em relação aos pacientes que não desenvolveram a doença (71,28 kg ± 13,21 vs. 65,69 kg ± 12,34; p <0,001). Além disso, o grupo DMPT apresentava maior nível sérico de colesterol total (170mg/dL vs.161mg/dL; p= 0,046) e de triglicerídeos (188mg/dL vs. 144mg/dL; p=0,027). Conclusão: Com base no presente estudo, pode-se concluir que um maior peso pré-transplante está associado ao desenvolvimento de DMPT. Uma vez que o excesso de peso é um fator de risco modificável pré-transplante que pode potencializar desfechos negativos como o desenvolvimento de diabetes, supõe-se que adotar medidas de avaliação antropométrica e intervenção dietética para pacientes no pré-transplante poderia ser uma estratégia profilática e benéfica, que talvez pudesse vir a minimizar a incidência de DMPT.Background: Kidney transplantation is the best therapy for patients in end stage renal disease. New Onset Diabetes after Transplantation (NODAT) and weight gain are very often observed mainly one year after transplantation. Studies have shown that weight gain may be associated with the development of NODAT. Purpose: To evaluate the association of pre-transplant body weight and body weight gain at 3 months post-transplantation with the development of NODAT, as well as the impact of risk factors such as age, ethnicity, underlying disease, pre-transplant weight, presence of hepatitis C virus (HCV) and/or cytomegalovirus (CMV) for the development of NODAT. Besides, the impact of the diagnosis of NODAT on weight gain at 6 and 12 months will be evaluated. Methods: A retrospective cohort of 374 adult renal transplant recipients was evaluated after one year of transplantation. Sociodemographic, clinical and laboratory data were collected from the patient's medical records, as well as from the dialysis centers. Patients with pre-transplant diabetes, multiple organ transplantation and retransplantation were excluded. Pre-transplant data on fasting glycemia, lipid profile, dry weight and baseline disease were evaluated. The weight gain data were evaluated at three, six and twelve months after the transplant date. The diagnosis of NODAT was made using the American Diabetes Association criteria. Results: The patients had a mean age of 46 years, 51.3% were males, 89.3% of white people, glomerular filtration rate of 39 mL/min/1.73m2, had an average pre-transplant body weight of 68.5kg ± 12.77, fasting blood glucose of 89.5mL/dL. Patients who developed NODAT were older (49.8 years ± 11.5 vs. 42.7 years ± 12.7, p <0.001) and had a lower glomerular filtration rate after 3 months of transplantation compared to the non-developed group (35 vs. 43 mL / min / 1.732); P = 0.009). The median for the development of NODAT was two months after transplantation. There was no statistically significant difference in weight gain between the groups at three months (1.2kg (0.29) vs. 0.71kg (0.51); p = 0.409) and six months (3.07kg (0.36) vs. 1.76kg (0.64); p = 0.077) after transplantation. However, after one year of transplantation, patients who did not develop diabetes gained significantly more weight compared to those who developed diabetes (4.6kg (0.44) vs. 2.45kg (0.78), respectively) (p = 0.018). In contrast, patients who developed NODAT had a higher pre-transplant weight compared to patients who did not develop the disease (71.28 kg ± 13.21 vs. 65.69 kg ± 12.34, p <0.001). In addition, the NODAT group had a higher serum cholesterol level (170mg / dL vs 161mg / dL, p = 0.046) and triglycerides (188mg / dL vs. 144mg / dL, p = 0.027). Conclusion: Based on the present study, it can be concluded that a higher pre-transplant weight and no greater post-transplant weight gain is associated with the development of NODAT. Since obesity is a modifiable pre-transplant risk factor that may increase negative outcomes such as the development of diabetes, it is assumed that adopting measures of anthropometric assessment and dietary intervention for pre-transplant patients could be a preventive strategy, which could possibly minimize the incidence of NODAT.application/pdfporTransplante de rimDiabetes mellitusGanho de pesoDiabetes mellitus pós-transplante e ganho de peso em pacientes submetidos ao transplante renalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2017Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001048109.pdf.txt001048109.pdf.txtExtracted Texttext/plain118126http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/217480/2/001048109.pdf.txtbd9a5676b217c3eff7ffa43b49af791bMD52ORIGINAL001048109.pdfTexto completoapplication/pdf1019648http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/217480/1/001048109.pdfd65f4276bbfb8d475c63a031fc9173edMD5110183/2174802021-03-09 04:42:12.673773oai:www.lume.ufrgs.br:10183/217480Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-03-09T07:42:12Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Introdução: O transplante renal é a melhor terapia para pacientes com doença renal em estágio avançado. O Diabetes Mellitus Pós-Transplante (DMPT) renal e o ganho de peso são consequências comuns do pós-transplante. Estudos apontam que o ganho de peso pode estar associado ao desenvolvimento de DMPT. Objetivos: Avaliar a associação do peso pré-transplante e o ganho de peso aos 3 meses pós-transplante com o desenvolvimento de DMPT, bem como o impacto de fatores de risco, tais como idade, etnia, doença de base, peso pré-transplante, presença do vírus da hepatite C (HCV) e/ou do citomegalovírus (CMV) para desenvolvimento de DMPT. Além disso, será avaliado o impacto do diagnóstico de DMPT no ganho de peso aos 6 e 12 meses. Metodologia: Uma coorte histórica de 374 pacientes adultos transplantados renais foi avaliada após um ano de transplante. Dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais pré e pós-transplante foram coletados dos prontuários dos pacientes, bem como dos centros de diálise. Foram excluídos pacientes com diabetes pré-transplante, transplante de múltiplos órgãos e retransplante. Foram avaliados no pré-transplante: glicemia de jejum, perfil lipídico, peso seco e doença de base. Os dados de peso e de função renal foram avaliados aos três, seis e doze meses após a data do transplante. O diagnóstico de DMPT foi realizado através dos critérios da Associação Americana de Diabetes. Resultados: Os pacientes apresentavam uma idade média de 46 anos, 51,3% eram do sexo masculino, 89,3% de etnia branca, taxa de filtração glomerular de 39 mL/min/1,73m2, apresentavam um peso pré-transplante médio de 68,5kg ± 12,77 e média de glicemia de jejum de 89,5mL/dL. Já os pacientes que desenvolveram diabetes eram mais velhos (49,8 anos ± 11,5 vs. 42,7 anos ± 12,7; p < 0,001) e apresentavam uma taxa de filtração glomerular menor após 3 meses de transplante em comparação ao grupo que não desenvolveu (35 vs. 43 mL/min/1,732); p=0,009). A mediana para o desenvolvimento de DMPT foi aos dois meses pós-transplante. Não houve diferença estatisticamente significativa do ganho de peso entre os grupos aos três meses (1,2 kg (0,29) vs. 0,71 kg (0,51); p= 0,409) e seis meses (3,07 kg (0,36) vs. 1,76 kg (0,64); p=0,077). Entretanto, após um ano de transplante, os pacientes que não desenvolveram diabetes ganharam significativamente mais peso em comparação com aqueles que desenvolveram (4,6 kg (0,44) vs. 2,45 kg (0,78); p= 0,018). Em contrapartida, os pacientes que desenvolveram DMPT apresentavam um maior peso pré-transplante em relação aos pacientes que não desenvolveram a doença (71,28 kg ± 13,21 vs. 65,69 kg ± 12,34; p <0,001). Além disso, o grupo DMPT apresentava maior nível sérico de colesterol total (170mg/dL vs.161mg/dL; p= 0,046) e de triglicerídeos (188mg/dL vs. 144mg/dL; p=0,027). Conclusão: Com base no presente estudo, pode-se concluir que um maior peso pré-transplante está associado ao desenvolvimento de DMPT. Uma vez que o excesso de peso é um fator de risco modificável pré-transplante que pode potencializar desfechos negativos como o desenvolvimento de diabetes, supõe-se que adotar medidas de avaliação antropométrica e intervenção dietética para pacientes no pré-transplante poderia ser uma estratégia profilática e benéfica, que talvez pudesse vir a minimizar a incidência de DMPT. |
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