Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dani, Ana Paula de Oliveira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/95519
Resumo: Dentro do cenário geológico do Rio Grande do Sul, a Formação Santa Tecla se caracteriza pela carência de estudos sistemáticos, sendo desconhecida sua compartimentação vertical e distribuição lateral de fácies, bem como seu posicionamento estratigráfico. Sabe-se apenas que esta formação se encontra nos pontos mais elevados do relevo atual, na porção sul do Bloco São Gabriel do Escudo Sul Rio-Grandense, discordante sobre todas as outras unidades geológicas aflorantes, e na parte sudoeste deste bloco, sobre rochas granitoides pré-cambrianas. Recobre discordantemente as rochas sedimentares da Bacia do Paraná e da Bacia do Camaquã. O presente estudo envolveu o levantamento de perfis colunares detalhando as fácies da Formação Santa Tecla na região de Bagé, sudoeste do Rio Grande do Sul, visando à caracterização macroscópica e microscópica das pedofácies identificadas. Foi possível identificar três diferentes fácies compostas por: conglomerados maciços, matriz-suportado (fácies 1); arenitos finos a grossos com grânulos e seixos dispersos (fácies 2); e arenitos finos bem selecionados (fácies 3). Quatro pedofácies (A, B, C e D), definidas de acordo com os aspectos composicionais e texturais identificados em campo e em lâminas petrográficas, foram reconhecidas nos perfis estudados. As principais macrofeições identificadas foram a presença de pedotúbulos, cimentação nodular e textura maciça (encontradas nos calcretes e dolocretes) e crostas com diferentes graus de cimentação (silcretes). As microfeições incluem cimento e nódulos, deslocantes ou substitutivos, de calcita e/ou dolomita, preferencialmente com hábito microcristalino e mosaico fino. As fases silicosas são caracterizadas por cimentação, por vezes deslocante, de opala (amplamente recristalizada por calcedônia), calcedônia (fibro-radiada) e raramente quartzo. Técnicas de difratometria de raios-X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram utilizadas com o objetivo de obter maiores informações a respeito dos aspectos composicionais e texturais dos componentes mineralógicos da Formação Santa Tecla. A difratometria de raios-X forneceu fortes evidências da presença de paligorskita, um argilomineral fibroso normalmente associado à calcretes, indicativo de clima árido. Os resultados obtidos permitiram reconhecer depósitos aluviais submetidos a processos de pedogênese, com o desenvolvimento de paleossolos calcários (calcretes e dolocretes) e silicosos (silcretes) sob clima árido.
id UFRGS-2_d277c4b917440922d78da8b656f46ed3
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/95519
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Dani, Ana Paula de OliveiraGoldberg, Karin2014-05-22T02:07:04Z2013http://hdl.handle.net/10183/95519000918218Dentro do cenário geológico do Rio Grande do Sul, a Formação Santa Tecla se caracteriza pela carência de estudos sistemáticos, sendo desconhecida sua compartimentação vertical e distribuição lateral de fácies, bem como seu posicionamento estratigráfico. Sabe-se apenas que esta formação se encontra nos pontos mais elevados do relevo atual, na porção sul do Bloco São Gabriel do Escudo Sul Rio-Grandense, discordante sobre todas as outras unidades geológicas aflorantes, e na parte sudoeste deste bloco, sobre rochas granitoides pré-cambrianas. Recobre discordantemente as rochas sedimentares da Bacia do Paraná e da Bacia do Camaquã. O presente estudo envolveu o levantamento de perfis colunares detalhando as fácies da Formação Santa Tecla na região de Bagé, sudoeste do Rio Grande do Sul, visando à caracterização macroscópica e microscópica das pedofácies identificadas. Foi possível identificar três diferentes fácies compostas por: conglomerados maciços, matriz-suportado (fácies 1); arenitos finos a grossos com grânulos e seixos dispersos (fácies 2); e arenitos finos bem selecionados (fácies 3). Quatro pedofácies (A, B, C e D), definidas de acordo com os aspectos composicionais e texturais identificados em campo e em lâminas petrográficas, foram reconhecidas nos perfis estudados. As principais macrofeições identificadas foram a presença de pedotúbulos, cimentação nodular e textura maciça (encontradas nos calcretes e dolocretes) e crostas com diferentes graus de cimentação (silcretes). As microfeições incluem cimento e nódulos, deslocantes ou substitutivos, de calcita e/ou dolomita, preferencialmente com hábito microcristalino e mosaico fino. As fases silicosas são caracterizadas por cimentação, por vezes deslocante, de opala (amplamente recristalizada por calcedônia), calcedônia (fibro-radiada) e raramente quartzo. Técnicas de difratometria de raios-X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram utilizadas com o objetivo de obter maiores informações a respeito dos aspectos composicionais e texturais dos componentes mineralógicos da Formação Santa Tecla. A difratometria de raios-X forneceu fortes evidências da presença de paligorskita, um argilomineral fibroso normalmente associado à calcretes, indicativo de clima árido. Os resultados obtidos permitiram reconhecer depósitos aluviais submetidos a processos de pedogênese, com o desenvolvimento de paleossolos calcários (calcretes e dolocretes) e silicosos (silcretes) sob clima árido.Within the geological context of Rio Grande do Sul, the Santa Tecla Formation is characterized by the lack of systematic studies, being unknown it vertical partitioning and it lateral distribution of facies, as well as it stratigraphic position. It’s only know that the Santa Tecla Formation occurs at the highest point of the present relief, at the south portion of São Gabriel Block of Sul Rio-Grandense Shield, discordantly overlying all the geological units that crop out in the region, and in the southwest portion of the block, overlying Precambrian granitic rocks. It covers sedimentary rocks of the Paraná and Camaquã basins. The present study involved the construction of vertical sections detailing the facies of the Santa Tecla Formation in Bage region, southwestern Rio Grande do Sul State, aiming at the macroscopic and microscopic characterization of the identified pedofacies. Three different facies were identified: massive, matrix-supported conglomerates (facies 1); fine- to coarse-grained sandstones with scattered granules and pebbles (facies 2); and well-sorted, massivesandstones (facies 3). Four pedofacies (A, B, C and D), defined according to compositional and textural features identified during field work and petrographic analysis, were recognized. The major macrofeatures identified were the presence of pedotubules, nodular and hardpan cementation (found in calcretes and dolocretes), and crusts with different degrees of cementation (silcretes). The microfeatures included displacive or substitutive, calcite and/or dolomite cement and nodules, preferentially with microcrystalline and fine mosaic habits. The siliceous phases are characterized by cementation, sometimes displacive, of opal (widely recrystallized by chalcedony), chalcedony (fibrous-radiated) and rarely quartz. X-ray diffraction (XRD) techniques and electron microscopy were used in order to obtain more information about the textural and compositional features of mineralogical components of Santa Tecla Formation. XRD analysis gave strong evidence of the presence of palygorkite, a fibrous clay mineral normally associated with calcretes, and indicative of an arid environment. The results obtained allowed to recognize alluvial deposits submitted pedogenetic processes, with the development of calcareous (calcretes and dolocretes) and siliceous (silcretes) paleosols under arid climate.application/pdfporPetrografiaPaleoclimatologiaFormacao santa teclaRio Grande do SulSanta Tecla formationFaciologyPetrographyPaleoclimatologyCaracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2013Geologiagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000918218.pdf000918218.pdfTexto completoapplication/pdf6100769http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/1/000918218.pdf6db737e3d85bac3bcaff5449ca896c70MD51TEXT000918218.pdf.txt000918218.pdf.txtExtracted Texttext/plain112713http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/2/000918218.pdf.txta41df34630a3712f95fae3f65d475129MD52THUMBNAIL000918218.pdf.jpg000918218.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1137http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/3/000918218.pdf.jpg519ff8e0e4f63a6bc31bb35b8e071634MD5310183/955192018-10-09 08:15:50.531oai:www.lume.ufrgs.br:10183/95519Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-09T11:15:50Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
title Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
spellingShingle Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
Dani, Ana Paula de Oliveira
Petrografia
Paleoclimatologia
Formacao santa tecla
Rio Grande do Sul
Santa Tecla formation
Faciology
Petrography
Paleoclimatology
title_short Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
title_full Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
title_fullStr Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
title_full_unstemmed Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
title_sort Caracterização faciológica e petrográfica da Formação Santa Tecla, RS
author Dani, Ana Paula de Oliveira
author_facet Dani, Ana Paula de Oliveira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dani, Ana Paula de Oliveira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Goldberg, Karin
contributor_str_mv Goldberg, Karin
dc.subject.por.fl_str_mv Petrografia
Paleoclimatologia
Formacao santa tecla
Rio Grande do Sul
topic Petrografia
Paleoclimatologia
Formacao santa tecla
Rio Grande do Sul
Santa Tecla formation
Faciology
Petrography
Paleoclimatology
dc.subject.eng.fl_str_mv Santa Tecla formation
Faciology
Petrography
Paleoclimatology
description Dentro do cenário geológico do Rio Grande do Sul, a Formação Santa Tecla se caracteriza pela carência de estudos sistemáticos, sendo desconhecida sua compartimentação vertical e distribuição lateral de fácies, bem como seu posicionamento estratigráfico. Sabe-se apenas que esta formação se encontra nos pontos mais elevados do relevo atual, na porção sul do Bloco São Gabriel do Escudo Sul Rio-Grandense, discordante sobre todas as outras unidades geológicas aflorantes, e na parte sudoeste deste bloco, sobre rochas granitoides pré-cambrianas. Recobre discordantemente as rochas sedimentares da Bacia do Paraná e da Bacia do Camaquã. O presente estudo envolveu o levantamento de perfis colunares detalhando as fácies da Formação Santa Tecla na região de Bagé, sudoeste do Rio Grande do Sul, visando à caracterização macroscópica e microscópica das pedofácies identificadas. Foi possível identificar três diferentes fácies compostas por: conglomerados maciços, matriz-suportado (fácies 1); arenitos finos a grossos com grânulos e seixos dispersos (fácies 2); e arenitos finos bem selecionados (fácies 3). Quatro pedofácies (A, B, C e D), definidas de acordo com os aspectos composicionais e texturais identificados em campo e em lâminas petrográficas, foram reconhecidas nos perfis estudados. As principais macrofeições identificadas foram a presença de pedotúbulos, cimentação nodular e textura maciça (encontradas nos calcretes e dolocretes) e crostas com diferentes graus de cimentação (silcretes). As microfeições incluem cimento e nódulos, deslocantes ou substitutivos, de calcita e/ou dolomita, preferencialmente com hábito microcristalino e mosaico fino. As fases silicosas são caracterizadas por cimentação, por vezes deslocante, de opala (amplamente recristalizada por calcedônia), calcedônia (fibro-radiada) e raramente quartzo. Técnicas de difratometria de raios-X (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram utilizadas com o objetivo de obter maiores informações a respeito dos aspectos composicionais e texturais dos componentes mineralógicos da Formação Santa Tecla. A difratometria de raios-X forneceu fortes evidências da presença de paligorskita, um argilomineral fibroso normalmente associado à calcretes, indicativo de clima árido. Os resultados obtidos permitiram reconhecer depósitos aluviais submetidos a processos de pedogênese, com o desenvolvimento de paleossolos calcários (calcretes e dolocretes) e silicosos (silcretes) sob clima árido.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-05-22T02:07:04Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/95519
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000918218
url http://hdl.handle.net/10183/95519
identifier_str_mv 000918218
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/1/000918218.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/2/000918218.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/95519/3/000918218.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 6db737e3d85bac3bcaff5449ca896c70
a41df34630a3712f95fae3f65d475129
519ff8e0e4f63a6bc31bb35b8e071634
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224464590962688