Mulheres, mães, educadoras : notas sobre (im)possibilidades na transmissão do cuidado
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/250194 |
Resumo: | Este artigo parte de uma experiência de acompanhamento em Escolas de Educação Infantil. Para além do olhar direcionado aos bebês no contexto da pesquisa, voltou-se a atenção também para as educadoras. Propõe-se, neste escrito, trazer à tona questões perpassadas por aspectos sócio-histórico-culturais que parecem refletir no fazer cotidiano dessas mulheres e nas suas possibilidades de transmissão do cuidado às crianças. Para a composição do trabalho, foram utilizadas vinhetas retiradas dos diários clínicos de duas pesquisadoras que acompanharam semanalmente uma turma de berçário 1 durante 7 meses. Na análise dos dados, se fez presente uma dificuldade das educadoras em entregarem-se corporalmente aos cuidados dos bebês. A partir de trabalhos que apontam para um apagamento histórico da relevância das amas-de-leite e das babás na formação subjetiva da sociedade brasileira, propõe-se uma transposição dessa situação às profissionais da educação infantil, também encarregadas do cuidado primordial de crianças das quais não são mães. Tal apagamento funcionaria como um barramento realizado pelas famílias e pela cultura diante da possibilidade da construção de intimidade entre o bebê e a educadora e das trocas corporais entre a dupla. Além disso, são analisados efeitos de intervenções que promoveram um reconhecimento da função e da importância das profissionais. Dessa maneira, reflete-se sobre a função do reconhecimento como forma de cuidado, tanto no âmbito do trabalho na educação infantil quanto em um aspecto macro, levando em conta marcadores sociais, como aqueles de gênero e de raça. |
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Arrosi, Kellen EvaldtFerrari, Andrea GabrielaSilva, Milena da Rosa2022-10-22T05:02:21Z20220101-9031http://hdl.handle.net/10183/250194001150938Este artigo parte de uma experiência de acompanhamento em Escolas de Educação Infantil. Para além do olhar direcionado aos bebês no contexto da pesquisa, voltou-se a atenção também para as educadoras. Propõe-se, neste escrito, trazer à tona questões perpassadas por aspectos sócio-histórico-culturais que parecem refletir no fazer cotidiano dessas mulheres e nas suas possibilidades de transmissão do cuidado às crianças. Para a composição do trabalho, foram utilizadas vinhetas retiradas dos diários clínicos de duas pesquisadoras que acompanharam semanalmente uma turma de berçário 1 durante 7 meses. Na análise dos dados, se fez presente uma dificuldade das educadoras em entregarem-se corporalmente aos cuidados dos bebês. A partir de trabalhos que apontam para um apagamento histórico da relevância das amas-de-leite e das babás na formação subjetiva da sociedade brasileira, propõe-se uma transposição dessa situação às profissionais da educação infantil, também encarregadas do cuidado primordial de crianças das quais não são mães. Tal apagamento funcionaria como um barramento realizado pelas famílias e pela cultura diante da possibilidade da construção de intimidade entre o bebê e a educadora e das trocas corporais entre a dupla. Além disso, são analisados efeitos de intervenções que promoveram um reconhecimento da função e da importância das profissionais. Dessa maneira, reflete-se sobre a função do reconhecimento como forma de cuidado, tanto no âmbito do trabalho na educação infantil quanto em um aspecto macro, levando em conta marcadores sociais, como aqueles de gênero e de raça.This article is part of a follow-up experience in Early Childhood Schools using the IRDI Methodology, with psychoanalisis as its theoretical orientation. In addition to looking at babies in the context of the research-intervention, the attention, through listening and observing, was drawn to educators. This writing proposes to bring up issues permeated by the socio-historical-cultural aspects that seem to reflect on the daily activities of these women and on their possibilities of transmitting care to children. For the composition of this work, it was used vignettes taken from the clinical diaries of two researchers who followed a class of nursery 1 weekly for 7 months. In the data analysis, it was found a difficulty of the educators in giving themselves bodily to the care of babies. Based on works that point to a historical erasure of the relevance of wet nurses and nannies in the subjective formation of Brazilian society, it is proposed to transpose this situation to professionals in early childhood education, also responsible for the primary care of children of whom they are not the mothers. Such erasure would act as a barrier carried out by families and culture in view of the possibility of building intimacy between the baby and the educator and of bodily exchanges between the pair. In addition, the effects of interventions that promote recognition of the role and importance of these professionals are analyzed. Thus, it reflects on the role of recognition as a form of care, both in the field of work in early childhood education and in a macro aspect, taking into account social markers, such as those of gender and race.application/pdfporEducação (Santa Maria). Vol. 47 (2022), [23 p.]Educadores infantisGêneroRaçaPsicanalise de criancasBebêsCuidado da criançaEducatorsChild educationPsychoanalysisMulheres, mães, educadoras : notas sobre (im)possibilidades na transmissão do cuidadoWomans, mothers, educators : notes about (im)possibilities in the transmission of careinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001150938.pdf.txt001150938.pdf.txtExtracted Texttext/plain59377http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250194/2/001150938.pdf.txtae3c23ad9dcb3d5af74cf3a2fcbe1471MD52ORIGINAL001150938.pdfTexto completoapplication/pdf508566http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250194/1/001150938.pdfdc8998bb32beea05494deee41e7c0c02MD5110183/2501942022-10-23 04:50:22.395591oai:www.lume.ufrgs.br:10183/250194Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-10-23T07:50:22Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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