Mieloma múltiplo : avaliação das taxas de resposta frente aos esquemas terapêuticos CTD (ciclofosfamida, talidomida e dexametasona) e VCD (bortezomib, ciclofosfamida e dexametasona)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vigolo, Suelen
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/183735
Resumo: Introdução: O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia clonal de células B caracterizada pela proliferação descontrolada de plasmócitos na medula óssea. O uso de altas doses de quimioterapia seguida do Transplante de Células-tronco hematopoéticas (TCTH) autólogo continua sendo o tratamento padrão para essa doença. A Talidomida e o Bortezomib estão entre os medicamentos mais recentemente utilizados e quando combinados com outros fármacos, como Ciclofosfamida e Dexametasona, constituem os esquemas de indução CTD e VCD, respectivamente. Entretanto, estudos sobre eficácia e segurança desses protocolos são escassos. Esquemas contendo Talidomida são amplamente utilizados e estão disponíveis no sistema público de saúde, porém esquemas contendo Bortezomib, apesar de demonstrarem resultados promissores, inclusive para pacientes com alto e intermediário risco, ainda não são disponibilizados no sistema público devido ao elevado custo. Objetivos: Avaliar as características clínicas e taxas de respostas obtidas com os esquemas de indução CTD e VCD em pacientes com MM e elegíveis ao TCTH autólogo, identificando a possibilidade de padronização do Bortezomib no tratamento do MM. Métodos: Foram analisados 43 pacientes com diagnóstico de MM, sendo 29 pacientes tratados com CTD e 14 tratados com VCD como protocolos de indução entre janeiro de 2010 e março de 2015. Foram analisadas características demográficas e de estadiamento dos pacientes, frequência das comorbidades, bem como taxas de respostas atingidas em cada ciclo de indução. Resultados: Observou-se taxas de RPMB/RC obtidas com VCD significativamente superior ao esquema CTD. A presença de comorbidades foi semelhante nos dois grupos, com exceção da insuficiência renal que foi mais prevalente no grupo VCD. Na análise individual de cada grupo, 78,3% dos pacientes tratados com VCD e 48,3% dos tratados com CTD realizaram o TCTH autólogo, sendo que 45,5% tratados com VCD apresentaram RC antes do TCTH autólogo enquanto somente 7,1% dos tratados com CTD apresentaram a mesma condição antes do transplante (p=0,023). A progressão de doença e óbito após TCTH autólogo não apresentaram diferença entre os grupos. Conclusão: Na população estudada, VCD demonstrou respostas melhores e mais rápidas que o esquema CTD. Além disso, o grupo que utilizou VCD foi encaminhado ao TCTH autólogo com uma condição clínica melhor, sugerindo que o Bortezomib apresente indicação de padronização em pacientes com MM. Entretanto, para a inclusão do Bortezomib nas estratégias terapêuticas do sistema público são necessários mais estudos, com maior número de pacientes e em condições clínicas diversas, além de análise de custo-efetividade.
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