Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carmo, Rodrigo Reis do
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/461
Resumo: Análise da Coleção Romances do Povo, publicada entre 1953 e 1956 pela Editorial Vitória, vinculada ao Partido Comunista Brasileiro. Argumenta-se que a formação de uma esfera pública burguesa liberal centrada na argumentação racional, nos primórdios da Europa moderna, consolida um modelo cultural-educacional baseado no conhecimento impresso. As regras e os rituais de ingresso aos salões da burguesia limitam os debates às pessoas capazes de apropriar-se dos objetos em discussão através da leitura. Isso faz com que os vastos setores “incultos” da sociedade sejam vistos, no melhor dos casos, como virtuais cidadãos que podem incorporar-se às deliberações sobre o interesse comum à medida que assimilem a cultura letrada. Mesmo entre a esquerda, poucos intelectuais e políticos são capazes de perceber a existência de culturas populares paralelas que constituem uma “esfera pública popular”: os partidos políticos, desligados das necessidades, aspirações e sentimentos do povo, criam um paradigma artístico-literário próprio, baseado no “espírito de partido”. Esse paradigma resulta no “realismo socialista” que, transplantado para o Brasil em finais da década de 1940, alcança seu auge com a Coleção Romances do Povo – organizada por Jorge Amado –, cujos títulos chegam a ter tiragens de dez mil exemplares. Questiona-se, no entanto, o caráter “popular” da coleção.
id UFRJ_0a18cf78910c2ef3432a50055d1a6ee1
oai_identifier_str oai:pantheon.ufrj.br:11422/461
network_acronym_str UFRJ
network_name_str Repositório Institucional da UFRJ
repository_id_str
spelling Carmo, Rodrigo Reis dohttp://lattes.cnpq.br/9766999581053753Ribeiro, Ana Paula Goularthttp://lattes.cnpq.br/2408262120718131Coutinho, Eduardo Granjahttp://lattes.cnpq.br/2650649315934001Braga, William Dias2016-06-10T19:34:56Z2023-11-30T03:02:48Z2007-11-21CARMO, Rodrigo Reis do. Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular. 2007. 89f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação - Habilitação em Produção Editorial) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.http://hdl.handle.net/11422/461Submitted by Daniel Teixeira (dncmotors@gmail.com) on 2016-05-10T21:18:45Z No. of bitstreams: 1 Romances do Povo.pdf: 647163 bytes, checksum: 6810410fac3b5fe6a12a80f81d2a6f8a (MD5)Made available in DSpace on 2016-06-10T19:34:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Romances do Povo.pdf: 647163 bytes, checksum: 6810410fac3b5fe6a12a80f81d2a6f8a (MD5) Previous issue date: 2007-11-21Análise da Coleção Romances do Povo, publicada entre 1953 e 1956 pela Editorial Vitória, vinculada ao Partido Comunista Brasileiro. Argumenta-se que a formação de uma esfera pública burguesa liberal centrada na argumentação racional, nos primórdios da Europa moderna, consolida um modelo cultural-educacional baseado no conhecimento impresso. As regras e os rituais de ingresso aos salões da burguesia limitam os debates às pessoas capazes de apropriar-se dos objetos em discussão através da leitura. Isso faz com que os vastos setores “incultos” da sociedade sejam vistos, no melhor dos casos, como virtuais cidadãos que podem incorporar-se às deliberações sobre o interesse comum à medida que assimilem a cultura letrada. Mesmo entre a esquerda, poucos intelectuais e políticos são capazes de perceber a existência de culturas populares paralelas que constituem uma “esfera pública popular”: os partidos políticos, desligados das necessidades, aspirações e sentimentos do povo, criam um paradigma artístico-literário próprio, baseado no “espírito de partido”. Esse paradigma resulta no “realismo socialista” que, transplantado para o Brasil em finais da década de 1940, alcança seu auge com a Coleção Romances do Povo – organizada por Jorge Amado –, cujos títulos chegam a ter tiragens de dez mil exemplares. Questiona-se, no entanto, o caráter “popular” da coleção.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilEscola de ComunicaçãoCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::JORNALISMO E EDITORACAOAnálise editorialProdução editorialRomances do povoJorge AmadoRomances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popularinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALRomances do Povo.pdfRomances do Povo.pdfapplication/pdf647163http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/1/Romances+do+Povo.pdf6810410fac3b5fe6a12a80f81d2a6f8aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD52TEXTRomances do Povo.pdf.txtRomances do Povo.pdf.txtExtracted texttext/plain211249http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/3/Romances+do+Povo.pdf.txt82dbebf0cb448b36d9111a2e36524c16MD5311422/4612023-11-30 00:02:48.563oai:pantheon.ufrj.br:11422/461TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:02:48Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
title Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
spellingShingle Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
Carmo, Rodrigo Reis do
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::JORNALISMO E EDITORACAO
Análise editorial
Produção editorial
Romances do povo
Jorge Amado
title_short Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
title_full Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
title_fullStr Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
title_full_unstemmed Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
title_sort Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular
author Carmo, Rodrigo Reis do
author_facet Carmo, Rodrigo Reis do
author_role author
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9766999581053753
dc.contributor.author.fl_str_mv Carmo, Rodrigo Reis do
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ribeiro, Ana Paula Goulart
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2408262120718131
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Coutinho, Eduardo Granja
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2650649315934001
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Braga, William Dias
contributor_str_mv Ribeiro, Ana Paula Goulart
Coutinho, Eduardo Granja
Braga, William Dias
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::JORNALISMO E EDITORACAO
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO::JORNALISMO E EDITORACAO
Análise editorial
Produção editorial
Romances do povo
Jorge Amado
dc.subject.por.fl_str_mv Análise editorial
Produção editorial
Romances do povo
Jorge Amado
description Análise da Coleção Romances do Povo, publicada entre 1953 e 1956 pela Editorial Vitória, vinculada ao Partido Comunista Brasileiro. Argumenta-se que a formação de uma esfera pública burguesa liberal centrada na argumentação racional, nos primórdios da Europa moderna, consolida um modelo cultural-educacional baseado no conhecimento impresso. As regras e os rituais de ingresso aos salões da burguesia limitam os debates às pessoas capazes de apropriar-se dos objetos em discussão através da leitura. Isso faz com que os vastos setores “incultos” da sociedade sejam vistos, no melhor dos casos, como virtuais cidadãos que podem incorporar-se às deliberações sobre o interesse comum à medida que assimilem a cultura letrada. Mesmo entre a esquerda, poucos intelectuais e políticos são capazes de perceber a existência de culturas populares paralelas que constituem uma “esfera pública popular”: os partidos políticos, desligados das necessidades, aspirações e sentimentos do povo, criam um paradigma artístico-literário próprio, baseado no “espírito de partido”. Esse paradigma resulta no “realismo socialista” que, transplantado para o Brasil em finais da década de 1940, alcança seu auge com a Coleção Romances do Povo – organizada por Jorge Amado –, cujos títulos chegam a ter tiragens de dez mil exemplares. Questiona-se, no entanto, o caráter “popular” da coleção.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007-11-21
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-06-10T19:34:56Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-11-30T03:02:48Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CARMO, Rodrigo Reis do. Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular. 2007. 89f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação - Habilitação em Produção Editorial) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11422/461
identifier_str_mv CARMO, Rodrigo Reis do. Romances do povo: a política cultural do PCB e a negação da esfera pública popular. 2007. 89f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Comunicação - Habilitação em Produção Editorial) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
url http://hdl.handle.net/11422/461
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRJ
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Escola de Comunicação
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRJ
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Repositório Institucional da UFRJ
collection Repositório Institucional da UFRJ
bitstream.url.fl_str_mv http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/1/Romances+do+Povo.pdf
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/2/license.txt
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/461/3/Romances+do+Povo.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6810410fac3b5fe6a12a80f81d2a6f8a
dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255
82dbebf0cb448b36d9111a2e36524c16
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1784097062003933184