Mapeamento geológico e Petrografia do Ortognaisse Maricá, Maricá, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tavares, Marcus Vinícius Fonseca Santini
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/4594
Resumo: O presente trabalho é o estudo da geologia e petrografia da Unidade Marica e litotipos associados, que ocorrem nas imediações do município de Maricá, litoral sul do estado do Rio de Janeiro. A Unidade Marica é representada por ortognaisses porfiríticos de provável idade neoproterozoica. A área estudada situa-se no segmento central da Faixa Móvel Ribeira, ao longo do litoral leste do Brasil, tendo seu período de atividade iniciado no Neoproterozoico e terminado no Paleozoico Inferior, durante a orogenia Brasiliana. Nas imediações do município de Maricá foram individualizadas sete unidades litológicas, sendo elas: Unidade Palmital, que corresponde a sillimanita granada gnaisses com lentes de rocha calciossilicática, relacionados ao Terreno Cabo Frio; Unidade Tinguí: biotita gnaisses leucocráticos a mesocráticos; Unidade Maricá, um ortognaisse porfirítico, principal foco desta monografia; Unidade São Fidélis, litotipo similar à Unidade Palmital, contendo maior proporção de granada, porém relacionado ao Domínio Costeiro, de acordo com outros autores; Granito Porfirítico Itacoatiara, um granitóide leucocrático com fenocristais de até 8 centímetros; Granito Caju, correspondente a um granito fino hololeucocrático; diques de diabásio mesozoicos, relacionados à abertura do Oceano Atlântico. Também ocorrem na área depósitos terciários relacionados à Formação Barreiras, além de depósitos fluviais de idade quaternária. O ortognaisse porfirítico Maricá aflora em uma área de aproximadamente 50 Km². Corresponde a um corpo, em mapa, com forma elíptica, com direção de maior comprimento NE-SW. A sul, a Unidade Maricá faz contato com a Unidade Palmital, a leste com a Unidade Tinguí, a norte com a Unidade São Fidélis e oeste com o Granito Itacoatiara. O único contato observado é com a Unidade Tingui, de maneira interdigitada. A Unidade Maricá corresponde a ortognaisses porfiríticos, leucocráticos, com índices de cor variando de 6% a até aproximadamente 30%. Possui composição, definida por petrografia em lâmina delgada, sienogranítica a monzogranítica, podendo em domínios de maior índice de cor possuir composição granodiorítica. Sua mineralogia essencial é composta, em ordem decrescente de abundância: quartzo, K-feldspato (microclina), plagioclásio (oligoclásio) e biotita. Já a mineralogia acessória consiste de hornblenda, granada, titanita, zircão, apatita e minerais opacos (magnetita foi identificada pela propriedade ferromagnética). São observados os seguintes minerais secundários: mica branca, clorita, carbonato, minerais de argila e opacos. A foliação tectônica principal foi gerada na fase deformacional Dn, possuindo orientação predominante de direção NE-SW. Tal foliação é reorientada pelo evento Dn+1, em dobras abertas a apertadas com flancos mergulhando NW e SE, planos axiais mergulhando para SW e eixos com caimentos de até 30º para SW. O metamorfismo atingiu a fácies anfibolito alto, durante as fases deformacionais dúcteis Dn-1 e Dn, caracterizado sobretudo por paragêneses metamórficas nas unidades metassedimentares. Na Unidade Maricá, observa-se localmente fusão in situ, o que corrobora com tais condições metamórficas. Dados geocronológicos, ainda inéditos, indicam idades de cristalização de 560 milhões de anos, no final do Neoproterozoico, correlacionando portanto com a magmatogênese Brasiliana. Já a idade de metamorfismo é de 520 milhões de anos, sendo correlacionável à Orogenia Búzios.
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