Técnicas narrativas em Emma, de Jane Austen

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Ana Luiza dos
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/22393
Resumo: O romance Emma, de Jane Austen, publicado originalmente em 1815, é um excelente exemplo de como as escolhas narrativas podem acrescentar nuances a uma história. Considerando o universo dos romances de Austen e suas heroínas, Emma é, dentre elas, a mais diferente – como um exemplar não prototípico em relação aos demais. Apesar das adaptações modernas sugerirem o contrário, o foco maior das histórias austenianas não é o relacionamento amoroso das protagonistas. Aspectos como o papel da mulher na sociedade e o desenvolvimento do caráter diante das impressões e convenções sociais são mais importantes. Em Emma, especificamente, acompanhamos os enganos e aprendizados da jovem na convivência com os outros personagens, como em um romance de formação feminino. As ilusões e pequenos desastres de Emma são expostos por meio da técnica do discurso indireto livre, que une os pensamentos da personagem à própria voz do narrador, conduzindo o leitor – quem sabe – a ser também confundido e pego de surpresa. A narração equilibra o discurso que inclui a voz de Emma, os diálogos dos outros personagens do vilarejo e pistas sutis das intenções de cada um. Todas essas características se somam à ironia na voz do narrador, e que é uma característica marcante na obra de Austen. Em Emma, porém, o uso do discurso indireto livre colabora para uma sofisticação da sátira feita pela autora – em comparação feita aqui com a sátira presente em Northanger Abbey, que conta com outra espécie de heroína incomum.
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