Efeitos da malformação cortical e convulsões por hipertermia na mielinização e sua relação com a hiperexcitabilidade cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Portela, Débora Magalhães
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20501
Resumo: Introdução: Malformações corticais durante o desenvolvimento induzem atividade epileptiforme. A excitabilidade é alterada, aumentando atividade recorrente na zona epileptogênica. Convulsões surgem quando há alteração nos mecanismos que equilibram a excitação e inibição. Interromper os mecanismos que inibem a neurotransmissão ou promover os mecanismos que a facilitam, potencializa a ativação da circuitaria e pode levar a convulsões. Uma característica estrutural que pode auxiliar na potencialização da condução do sinal é a mielinização, pois ela é responsável pela maximização da velocidade de condução. Objetivos: Investigar a mielinização e a excitabilidade cerebral de camundongos com malformação cortical. Materiais e métodos: Para testar isso, utilizamos 4 grupos experimentais: (1ESQ) - induzimos esquezencefalia em camundongos Swiss, no dia pós-natal (DPN)1 encostando uma sonda a -55ºC sobre o crânio, na região parieto-occipital por 5 seg; (2 ESQ + CH) - no DPN12, animais submetidos à lesão, foram submetidos à convulsão hipertérmica por exposição a temperatura de 47-48ºC até o aparecimento de uma convulsão tônico-clônica generalizada; (3 CH) – a convulsão hipertérmica também foi realizada em animais que não sofreram lesão; (4 CT) – animais não submetidos a procedimentos foram considerados controles. Para realizar, de acordo com a escala de Racine, uma análise comportamental da severidade das convulsões no DPN100, os animais receberam injeção intraperitoneal do convulsivante pentilenotetrazol (PTZ), um antagonista de GABA-A em doses convulsivante (50 mg/kg) ou letal (80 mg/kg). Por fim, os encéfalos foram coletados para realização de imunohistoquímica para verificar mielinização (anti-MBP) e número de oligodendrócitos (anti-CC1) no corpo caloso (CC) e nas substâncias, branca (SB) e cinzenta (SC) do córtex parieto-occipital. A diferença foi testada utilizando o teste one-way ANOVA seguido de teste de Tukey. Resultados foram considerados significativos quando p < 0.05. Esses experimentos foram aprovados no CEUA UFRJ-Macaé sob o protocolo 0043. Resultados e discussão: Por meio de análises comportamentais, nossos resultados mostram que no DPN12 a latência até o grupo ESQ apresentar convulsão hipertérmica é menor que o CT. Já na fase adulta (DPN100), após indução de convulsão por PTZ, em dose letal os dados mostram que a latência para a morte dos grupos CH, ESQ e ESQ + CH, é menor comparada ao grupo CT. Já a análise de dose convulsivante mostrou que os animais lesionados (ESQ) entram mais rápido e permanecem mais tempo em convulsões graves comparados aos animais normais. Já os dados imunohistoquímicos revelam que os grupos lesionados, ESQ e ESQ + CH, possuem aumento de oligodendrócitos (células CC1+) em todas as regiões analisadas, SC, SB e CC, comparados ao CT. Ademais, os grupos lesionados possuem aumento de mielinização (intensidade de MBP+) em todas as regiões analisadas SC, SB e CC, quando comparados ao CT. Conclusão: Os dados sugerem que a ESQ predispõe o cérebro a convulsionar na infância e na idade adulta, bem como induz o aumento da severidade das convulsões. Além disso, promove o aumento de oligodendrócitos e mielinização, sendo possíveis efeitos que levam ao aparecimento de convulsões generalizadas na idade adulta.
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