'Gíria de Favelado': identidade(s) linguística(s) atribuída(s) aos moradores de favelas por usuários da rede social X
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/23399 |
Resumo: | O presente estudo consiste em uma análise acerca das atitudes linguísticas, manifestadas por usuários, referentes à identidade linguística de moradores de favela dentro de um ambiente específico: a rede social X, antigo Twitter. Utilizamos como embasamento teórico os estudos da sociolinguística variacionista, apoiando-nos em autores como Coelho et al. (2015), Faraco (2008), Martellota et al. (2011), Mollica e Braga (2003), Tarallo (2007). Também tomamos como fundamento o campo dedicado ao exame das atitudes linguísticas, tal como apresentado por Bisinoto (2007; 2008; 2023), e, por fim, os estudos de Bagno (2007) acerca do preconceito linguístico. Para que nossa investigação fosse realizada, foram selecionados 57 posts encontrados através das seguintes palavras-chave: favela + língua; favela + linguagem; favela + falar; favela + gíria; favelado + língua; favelado + linguagem; favelado + falar; favelado + gíria. É importante ressaltar que utilizamos uma metodologia similar à empregada na monografia de Fernandes (2023). Assim, a partir do processo de estabelecimento do corpus, foi composto um levantamento que considerou cinco critérios de análise, verificando, em cada um dos posts: (1) a presença ou não de adjetivos ou caracterizações; (2) a presença ou não de referência a dados linguísticos; (3) a presença ou não de elementos não-verbais; (4) a presença ou não expressa de citação. Além disso, a pesquisa levou em conta se, no texto do post, o autor se autodeclara (ou não) favelado. A apresentação dos resultados foi dividida em três quadros, a saber: Quadro 1, registrando presença de adjetivos ou caracterizações nos posts, sendo “favelado/a” o mais utilizado, com 35 ocorrências, sendo que em 28 foi utilizado de forma pejorativa, desvalorizando a identidade linguística do favelado; Quadro 2, registrando a presença de referência a dados linguísticos, reunindo no total 22 diferentes palavras e expressões; e Quadro 3, relativo à presença de elementos não-verbais, reunindo no total 13 elementos não-verbais, sendo memes e os emojis “” e “” os mais utilizados, todos com 2 ocorrências, em sua maioria empregados para ridicularizar a linguagem da favela. Em relação aos critérios “presença expressa de citação” e “autor se declara favelado” não foi elaborado nenhum quadro, devido ao número bastante reduzido de ocorrências verificadas, 3 e 5, respectivamente. Constatamos, por fim, que, em sua maioria, ocorrem manifestações ofensivas diretas em relação à identidade linguística dos moradores de favela, evidenciando o preconceito linguístico. |
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