Medievo no sertão: tradição medieval europeia e arquétipos da literatura popular no Nordeste do Brasil
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRN |
Texto Completo: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/27101 |
Resumo: | Um medievo popular e rústico, com suas lendas e tradições guerreiras, parece ressurgir, a séculos de distância e quase por um paradoxo da história, no coração do novo mundo, cuja descoberta deveria precisamente assinalar o marco de finalização da era medieval. Confiados à viola do cantador e a milhares de folhetos de cordel, que remetem ao alvorecer da imprensa na Europa, Carlos Magno e Roberto do Diabo, Genoveva de Brabante e Marcolfo assumem conotações impensáveis no encontro de uma vasta rede de raças, línguas e tradições culturais diversas, que é o Brasil da idade moderna. Sobre o fundo dos grandes mitos da floresta, de derivação indígena, e dos rituais mágicos, de origem negro-africana, os antigos modelos do paladino destemido, do príncipe maldito, da esposa fiel, do camponês astuto sobrevivem como expressão dos múltiplos ‘diversos’ que não se resignaram a ser eliminados definitivamente da história e, por meio da recuperação do passado, exprimem também a sua aspiração a um presente melhor. Nesse sentido, o menestrel-cantador do Nordeste brasileiro, resultado da criação de uma imensa área de transmissão oral e épica, torna-se o símbolo do homem constrangido a sair de ‘seu’ tempo e de ‘sua’ história para exprimir-se e fazer reviver nessa operação a história complexa de uma condição humana difícil. |
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Confiados à viola do cantador e a milhares de folhetos de cordel, que remetem ao alvorecer da imprensa na Europa, Carlos Magno e Roberto do Diabo, Genoveva de Brabante e Marcolfo assumem conotações impensáveis no encontro de uma vasta rede de raças, línguas e tradições culturais diversas, que é o Brasil da idade moderna. Sobre o fundo dos grandes mitos da floresta, de derivação indígena, e dos rituais mágicos, de origem negro-africana, os antigos modelos do paladino destemido, do príncipe maldito, da esposa fiel, do camponês astuto sobrevivem como expressão dos múltiplos ‘diversos’ que não se resignaram a ser eliminados definitivamente da história e, por meio da recuperação do passado, exprimem também a sua aspiração a um presente melhor. 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