A profissionalização do magistério leigo potiguar: Projeto Logos II no RN (1976 - 1986)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Rodrigo Wantuir Alves de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47028
Resumo: O presente trabalho corresponde a um capítulo da história da educação brasileira e tem como objetivo analisar o processo de profissionalização do Magistério público no Rio Grande do Norte, a partir da experiência da implementação do Projeto Logos II (1976-1986), como uma política pública nacional de formação de professores no estado potiguar. Estabelecemos como recorte temporal o período entre 1976, com a abertura do edital de convocação de professores e 1986, com a Resolução nº 02/86 do Conselho Estadual de Educação, que suspendeu as matrículas no estado do RN. A produção desta Tese teve como justificativa a compreensão do Projeto Logos II, como um programa de certificação, criado pelo regime político nacional no Brasil, conhecido como Ditadura Militar (1964-1985), que implementou a formação mínima de docentes com os cursos de 2º Grau habilitação Magistério, em especial, as professoras que tiveram a oportunidade de cursar e ter a sua certificação para o exercício da atuação docente. Como aporte teórico e metodológico, consideramos a história da educação como um campo entre história e educação nas concepções de Stephanou; Bastos (2005), Saviani (2002), (2007) (2009), (2016); Galvão; Lopes (2010) e as fundamentações sob a ótica da nova história cultural em Bloch (2001); Pesavento (2004) e Burke (2011), além da utilização das discussões sobre a memória presente em Lombardi (2011); Halbwachs (2003) e Pollak (1989). Para a produção desse trabalho, utilizamos a legislação educacional, a saber, Lei de Diretrizes e Bases, nº 4.024/61 e Lei nº 5.692/71, na concepção do processo de formação e profissionalização de professores e da Lei nº 7.044/82, que revogou esse item na legislação educacional; os conjuntos de Planos Setoriais da Educação publicados na década de 1970, além dos Pareceres nº 853/71; 42/72 e 346/72, que formularam o currículo, a habilitação e a profissionalização do curso de Magistério no 2º Grau, bem como o Parecer 699/72, que regulamentou o Ensino Supletivo. O percurso metodológico deste trabalho teve o seu embasamento na análise de dados estatísticos sobre a educação potiguar e na História Oral, com a realização de entrevistas com professoras que fizeram o curso Logos II, observando as suas impressões, sensações e percepções acerca da relevância desse projeto na sua atuação docente, do contexto sociopolítico, histórico e cultural na erradicação do professorado leigo nessa região. Utilizamos as concepções de Delgado (2020); Mehy e Holanda (2007) como a constituição da fonte oral e o tipo de História Oral na formulação de Mehy e Ribeiro (2011) e nas relações dialógicas de História Oral de Portelli (2016). Como fontes de pesquisa, utilizamos os Jornais Diário de Natal e o Poti, disponibilizados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, bem como os fascículos, materiais didáticos e documentações relativas ao Projeto Logos II. Para auxiliar as discussões acerca da feminização do Magistério, foram indispensáveis os estudos das autoras Stamatto (2002); Louro (2012); Almeida (2007) e Rosemberg (2012). Finalizamos compreendendo o processo de feminização do Magistério consolidado como fenômeno nacional e regional, em que o Logos II foi um curso que atendeu majoritariamente o gênero feminino, em meados das décadas de 1970 e 1980, o que possibilitou a formação de mulheres, de acordo com a legislação educacional, proporcionando a habilitação das professoras, contribuindo para a diminuição do número de professores leigos no Estado do RN.
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Tese (Doutorado em Educação) - Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47028O presente trabalho corresponde a um capítulo da história da educação brasileira e tem como objetivo analisar o processo de profissionalização do Magistério público no Rio Grande do Norte, a partir da experiência da implementação do Projeto Logos II (1976-1986), como uma política pública nacional de formação de professores no estado potiguar. Estabelecemos como recorte temporal o período entre 1976, com a abertura do edital de convocação de professores e 1986, com a Resolução nº 02/86 do Conselho Estadual de Educação, que suspendeu as matrículas no estado do RN. A produção desta Tese teve como justificativa a compreensão do Projeto Logos II, como um programa de certificação, criado pelo regime político nacional no Brasil, conhecido como Ditadura Militar (1964-1985), que implementou a formação mínima de docentes com os cursos de 2º Grau habilitação Magistério, em especial, as professoras que tiveram a oportunidade de cursar e ter a sua certificação para o exercício da atuação docente. Como aporte teórico e metodológico, consideramos a história da educação como um campo entre história e educação nas concepções de Stephanou; Bastos (2005), Saviani (2002), (2007) (2009), (2016); Galvão; Lopes (2010) e as fundamentações sob a ótica da nova história cultural em Bloch (2001); Pesavento (2004) e Burke (2011), além da utilização das discussões sobre a memória presente em Lombardi (2011); Halbwachs (2003) e Pollak (1989). Para a produção desse trabalho, utilizamos a legislação educacional, a saber, Lei de Diretrizes e Bases, nº 4.024/61 e Lei nº 5.692/71, na concepção do processo de formação e profissionalização de professores e da Lei nº 7.044/82, que revogou esse item na legislação educacional; os conjuntos de Planos Setoriais da Educação publicados na década de 1970, além dos Pareceres nº 853/71; 42/72 e 346/72, que formularam o currículo, a habilitação e a profissionalização do curso de Magistério no 2º Grau, bem como o Parecer 699/72, que regulamentou o Ensino Supletivo. O percurso metodológico deste trabalho teve o seu embasamento na análise de dados estatísticos sobre a educação potiguar e na História Oral, com a realização de entrevistas com professoras que fizeram o curso Logos II, observando as suas impressões, sensações e percepções acerca da relevância desse projeto na sua atuação docente, do contexto sociopolítico, histórico e cultural na erradicação do professorado leigo nessa região. Utilizamos as concepções de Delgado (2020); Mehy e Holanda (2007) como a constituição da fonte oral e o tipo de História Oral na formulação de Mehy e Ribeiro (2011) e nas relações dialógicas de História Oral de Portelli (2016). Como fontes de pesquisa, utilizamos os Jornais Diário de Natal e o Poti, disponibilizados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, bem como os fascículos, materiais didáticos e documentações relativas ao Projeto Logos II. Para auxiliar as discussões acerca da feminização do Magistério, foram indispensáveis os estudos das autoras Stamatto (2002); Louro (2012); Almeida (2007) e Rosemberg (2012). Finalizamos compreendendo o processo de feminização do Magistério consolidado como fenômeno nacional e regional, em que o Logos II foi um curso que atendeu majoritariamente o gênero feminino, em meados das décadas de 1970 e 1980, o que possibilitou a formação de mulheres, de acordo com a legislação educacional, proporcionando a habilitação das professoras, contribuindo para a diminuição do número de professores leigos no Estado do RN.This present work corresponds to a chapter in the history of Brazilian education and aims to analyze the process of professionalization of public teaching in Rio Grande do Norte, based on the experience of implementing the Logos II Project (1976-1986) as a national public policy for teacher training in the state of Rio Grande do Norte. We established as a time frame the period between 1976, with the opening of the call for teachers, and 1986, with Resolution No. 02/86 of the State Council of Education, which suspended enrollment in the State of RN. This thesis was justified by the understanding of the Logos II Project, as a certification program, created by the national political regime in Brazil, known as the Military Dictatorship (1964-1985), which implemented the minimum training of teachers with 2nd Teaching qualification, in particular, teachers who attended and had their certification for the exercise of teaching. As a theoretical and methodological contribution, we consider the history of education as a field between history and education in Stephanou's conceptions; Bastos (2005), Saviani (2002), (2007), (2009), (2016); Galvão; Lopes (2010) and the foundations from the perspective of the new cultural history in Bloch (2001); Pesavento (2004) and Burke (2011), besides the discussions on memory present in Lombardi (2011); Halbwachs (2003) and Pollak (1989). We used the educational legislation Guidelines and Framework Law No. 4.024/61 and Law No. 5.692/71, in the process of teachers' formation, and Law No. 7.044/82, which repealed this item in the educational legislation; the sets of Sectoral Education Plans published in the 1970s, besides Opinions No. 853/71; 42/72; 346/72, which planned the curriculum, qualification, and professionalization of the High School Teaching course, as well as Opinion 699/72, which regulated Supplementary Education. The base of this work’s method was the analysis of statistical data on Potiguar education and oral history, with interviews with teachers who took the Logos II course, observing their impressions, sensations, and perceptions about the relevance of this project in their teaching activities, the sociopolitical, historical, and cultural context in eradicating lay teachers in this region. We used the concepts of Delgado (2020); Mehy and Holanda (2007) as the constitution of the oral source and the type of oral history in the formulation of Mehy and Ribeiro (2011) and the dialogic relations of oral history by Portelli (2016). As research sources, we used the Diário de Natal and O Poti newspapers available at the Hemeroteca Digital National Library, as well as the teaching materials and documentation related to the Logos II Project. To help the discussions about the feminization of the Magisterium, we used the studies of authors, Stamatto (2002); Louro (2012); Almeida (2007), and Rosenberg (2012). We concluded by understanding the process of feminization of the Magisterium, consolidated as a national and regional phenomenon in which Logos II was a course that attended mostly the female gender, in the mid-1970s and 1980s, which made it possible to train women, according to the educational legislation, providing the qualification of teachers, contributing to the decrease in the number of lay teachers in the State of RN.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOUFRNBrasilProfessor leigoProjeto Logos IIProfissionalizaçãoFormação docenteFeminização do magistérioA profissionalização do magistério leigo potiguar: Projeto Logos II no RN (1976 - 1986)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALProfissionalizacaomagisterioleigo_Araujo_2022.pdfapplication/pdf8467436https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/47028/1/Profissionalizacaomagisterioleigo_Araujo_2022.pdf97a2949ab9e4aff1a8ed53fade2cd84aMD51123456789/470282022-04-20 18:02:19.735oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/47028Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-04-20T21:02:19Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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